quinta-feira, 23 de março de 2023

Roteiro de Leitura Orante do Evangelho Nº 1066

Ano A Roteiro de Leitura Orante do Evangelho Nº 1066

Dia 23/03/2023 | 4ª Semana da Quaresma | Quinta-feira

Evangelho segundo João (5,31-47)

(1) Coloque-se em atitude de oração  

§ Escolha um momento adequado e tranquilo/a para a meditação

§ Escolha o lugar no qual você não seja interrompido/a

§ Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se

§ Acenda uma vela e tome a bíblia em suas mãos

§ Tome consciência de si mesmo/a e do tempo que vivemos

§ Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus

§ Prepare-se ouvindo o mantra Jesus, tu és a luz (Aqui: https://www.youtube.com/watch?v=qpCS0gucq6c)

 

(2) Leia o texto da Palavra de Deus

§ Leia com toda a atenção o texto de João 5,31-47

§ Leia o texto em voz alta (se achar necessário e for possível)

§ Continua o debate suscitado pela ação restauradora de Jesus em favor de um paralítico em dia de sábado

§ Acusado de ser transgressor, Jesus devolve a acusação: as autoridades religiosas não escutam nem obedecem a Deus

§ Defendendo a frieza da lei, eles não conhecem a Deus como pai, nem sua mensagem, que é sempre boa notícia libertadora

§ Por trás está o conflito entre duas imagens de Deus: a de Jesus, que vê Deus como pai, que ama o ser humano e lhe dá vida; a dos dirigentes do judaísmo, que vê Deus como soberano e juiz

§ O que a Palavra O que a Palavra de Deus diz em si mesma, o que está escrito?

 

(3) Medite a Palavra de Deus

§ Procure perceber o que a Palavra de Deus lida e meditada diz a você hoje, qual é seu sentido nesse momento da vida?

§ Situe-se no coração do debate, suscitado pela ação de compaixão de Jesus em favor de uma pessoa vulnerável e necessitada

§ Você é capaz de reconhecer nas ações de Jesus as provas claras de que ele vem de Deus e realiza a vontade dele? Em quais delas?

§ Como você descreveria a imagem de Deus que você a credita: ele é pai, amante da vida, próximo de nós, compassivo com os fracos?

§ Será que também nós corremos o risco de colocar nossa vontade e nossos costumes no lugar que cabe à Vontade de Deus?

§ Onde buscamos a confirmação das nossas decisões e ações: no Evangelho e na vida de Jesus, ou no aplauso dos apoiadores?

§ Se achar oportuno e for possível, leia as “pistas” (página 3)

 

(4) Reze com o texto lido e meditado

§ Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus

§ Depois de escutar atentamente, agora é sua vez de falar

§ Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus

§ Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta

§ Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas

§ Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus

§ Peça a Deus a graça de fazer a experiência de ser filho/a dele, e de só nele buscar aprovação para suas decisões e ações

 

(5) Contemple a vida à luz da Palavra

§ Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus

§ Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala

§ Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação

§ Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?

§ O que fazer para não ceder à tentação de “torcer” as escrituras para legitimar nossos interesses e sedes de poder e dominação?

 

(6) Retorne à vida cotidiana

§ Recite o Pai Nosso e a Ave Maria

§ Recite a invocação: “Jesus, que mandas dar alimento a quem tem fome, fazei-nos compassivos com eles, em teu nome!”

§ Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

§ Medite e reze com a canção Fazer de conta (acessível aqui: https://www.youtube.com/watch?v=KUk_EU7SIOk)

§ Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

§ Feche a bíblia, apague a vela e encerre seu momento de oração

Anotações sobre João 5,31-47

O episódio de hoje nos apresenta a continuidade do debate de Jesus com as autoridades do judaísmo. A polêmica emergiu depois que Jesus emancipou e libertou um paralítico, símbolo de uma multidão de excluídos, sem pedir licença a ninguém e desobedecendo às proibições legais. A misericórdia que lhes era negada na “porta da misericórdia” (Betesda), eles a encontram em Jesus de Nazaré.

O debate gira em torno da questão da identidade de Jesus e do “mandato” ou “procuração” para que ele possa fazer o que faz: curar doentes, perdoar pecados, transgredir as leis, ensinar novas interpretações da lei, etc. Na verdade, enquanto as autoridades religiosas estão interessadas apenas em defender a lei e assegurar o sistema que impõe fardos aos mais vulneráveis, Jesus está interessado em ajudá-los a viver plenamente, a alcançar a autonomia, sem dominações ou restrições.

Hoje o debate é sobre o testemunho que dá credibilidade ao que Jesus está fazendo e à sua pretensão de ser o messias e o filho de Deus. Como prova da autenticidade divina daquilo que faz, Jesus cita João Batista, mas também sublinha que ele prescinde dos testemunhos humanos. E enfatiza que são suas próprias relações ou obras de compaixão em favor dos pobres e vulneráveis que o acreditam como enviado de Deus.

Além disso, Jesus reivindica a seu favor o testemunho das escrituras como um todo. E o que elas testemunham com clareza é que Deus sempre ouve o clamor dos oprimidos e intervém para assegurar-lhes a dignidade, a liberdade e a vida. Essa é a vontade e a lei de Deus, e isso está acima de todos os costumes, interesses e sistemas, sejam eles religiosos, políticos ou econômicos.

De tabela, Jesus acusa as autoridades religiosas de analfabetismo bíblico e de busca doentia de aplausos. Elas não conhecem a fundo as leis que Deus nos deu através de Moisés, torcem as coisas para garantir seus interesses e amealhar apoios e aplausos dos seus comparsas. Eles não têm o amor de Deus neles mesmos, só pensam em si mesmos e bajulam-se reciprocamente.

 (Itacir Brassiani msf)

“Dai-lhes vós mesmos de comer!”

É preciso não só matar a fome, mas emancipar o faminto e, para isso, o trabalho e o emprego dignos são fundamentais. A subutilização da força de trabalho (24% não consegue trabalho, desistiu de procurar ou trabalha menos do que gostaria) e o desemprego elevado (chegou a 15% em 2021, e atinge hoje cerca de 12 milhões de brasileiros) são situações relacionadas fortemente com a insegurança alimentar e a fome (Bispos do Brasil, Texto-base da Campanha da Fraternidade 2023, § 49).

Leitura Orante do Evangelho

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e para fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade.

O Papa Bento XVI diz que “ouvir juntos a Palavra de Deus, praticar a Lectio Divina, deixar-se surpreender pela novidade do Evangelho, superar a surdez àquilo que não está de acordo com nossas opiniões ou preconceitos, é um caminho para alcançar a unidade da fé, como resposta à escuta da Palavra”.

Os textos propostos aqui são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. Pessoas e grupos que desejarem, podem escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, seja preparado um roteiro e se evite escolher apenas os textos que agradam mais.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis, produza bons e abundantes frutos para a vida do mundo.

Missionários da Sagrada Família

www.msfamericalatina.org | Passo Fundo/RS

(http://itacir-brassiani.blogspot.com/)

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