Amanhã
completaremos um ano sem a presença física de um grande amigo, que permaneceu
sempre corajosamente menino. É tempo de recrdálo e celebrá-lo...
Um homem corajoso que nunca deixou de ser menino.
Em nossas
vidas há um ininterrupto ir e vir de pessoas. Algumas passam rapidamente,
outras permanecem por períodos, mais ou menos curtos, dependendo de como as
relações se estabelecem e serão mais ou menos duradouras de acordo com os
interesses que em comum houver.
Pessoas que
se revelam mais, com transparência e coerência em seus atos, e atitudes que
criam entre si um elo invisível porém insinuante, mas que faz toda a diferença
na relação.
Pe. Ceolin
foi alguém que entrou em nossas vidas, se estabeleceu e permaneceu.
Transparente e coerente, se insinuou fazendo a diferença: nos fez um bem
enorme.
Gostávamos
muito de conversar com Pe. Ceolin. Tinha muito forte as referências familiares,
o que o tornava um dos nossos, pais e mães, vivendo as alegrias e as angústias
que vivem as famílias às voltas com a educação de seus filhos e filhas. Então,
os “causos de família” rolavam, e ele sempre tinha uma história para contar; suas
peraltices de criança, cuja memória provocava um riso comedido em seu semblante
sereno.
Rodolfinho
era como sua mãe o chamava. Rodolfo me faz pensar num adulto, não combina com
uma criança. Agora Rodolfinho sim. E sua mãe, sabiamente, assim o tratava,
revelando a criança que era.
Esse homem, já nos seus setenta,
oitenta anos, relembrando fatos vividos na infância, trazia à tona toda sua
humanidade. E isso não afetava sua autoridade eclesiástica; já fora coordenador
provincial de sua congregação e de tantas comunidades sob a responsabilidade
dos Missionários da Sagrada Família, mas era um dos nossos.
O ser humano sempre se sobressaía
ante o ordenado que ali estava. E isso fazia muito bem, deixando-nos à vontade
para externar nossas dúvidas, nossas inseguranças, nossas fraquezas.
No entanto, nunca o vimos vacilar
quando a situação exigia dele um posicionamento. O “projeto de Deus” era o seu
norte, e seu caminhar era nessa direção, custasse o que fosse. Era corajoso...,
mas essa lição, ainda não aprendemos. Ficou a nos dever isso... porém, as
muitas lições que tivemos dele o fizeram inesquecível, sua lembrança nos faz
companhia ainda hoje.
Marly L. Marchetti
Nenhum comentário:
Postar um comentário