sexta-feira, 7 de maio de 2021

O Evangelho dominical (Pagola) - 09.05.2021

NO ESTILO DE JESUS

Jesus está despedindo-se dos seus discípulos. Amou-os apaixonadamente. Amou-os com o mesmo amor com que o Pai O amou. Agora tem que os deixar. Conhece o egoísmo deles. Não sabem como se amar. Vê-os a discutir entre si para conseguirem os primeiros lugares. O que será deles?

As palavras de Jesus adquirem um tom solene. Hão de ficar bem gravadas em todos: «Este é o meu mandamento: que vos ameis uns aos outros como Eu vos amei». Jesus não quer que o Seu estilo de amar se perca. Se um dia o esquecerem, ninguém os poderá reconhecer como discípulos Seus.

De Jesus ficou uma recordação inesquecível. As primeiras gerações a resumiam assim: «Passou pelo mundo fazendo o bem». Era bom encontrar-se com Ele. Ele procurava sempre o bem das pessoas. Ajudava a viver. A sua vida foi uma Boa Nova. Podia-se descobrir Nele a proximidade da boa de Deus.

Jesus tem um estilo inconfundível de amar. É muito sensível ao sofrimento das pessoas. Não pode passar ao largo de quem sofre. Um dia, ao entrar na pequena aldeia de Naim, Jesus encontra um enterro: uma viúva está a enterrar o seu único filho. A Jesus sai-lhe de dentro o seu amor por aquela desconhecida: «Mulher, não chores». Quem ama como Jesus, vive aliviando o sofrimento e secando lágrimas.

Os Evangelhos recordam como Jesus captava com o Seu olhar o sofrimento das pessoas. Olhava-os e comovia-se. Via-os sofrendo ou abatidos, como ovelhas sem pastor. Rapidamente se punha a curar os mais doentes ou a alimentá-los com as Suas palavras. Quem ama como Jesus aprende a olhar para os rostos das pessoas com compaixão.

É admirável a disponibilidade de Jesus para fazer o bem. Não pensa em si mesmo. Está atento a qualquer chamada, disposto sempre a fazer o que puder. A um mendigo cego que lhe pede compaixão enquanto está a caminho acolhe-o com estas palavras: «Que queres que faça por ti?». Com esta atitude anda pela vida quem ama como Jesus.

Jesus sabe estar junto aos mais indefesos. Não é preciso que peçam. Faz o que pode para curar as suas doenças, libertar as suas consciências, ou contagiar a sua confiança em Deus. Mas não pode resolver todos os problemas.

Então dedica-se a fazer gestos de bondade. Abraça as crianças da rua: não quer que ninguém se sinta órfão. Abençoa os doentes: não quer que se sintam esquecidos por Deus. Acaricia a pele dos leprosos: não quer que se vejam excluídos. Assim são os gestos dos/as que amam como Jesus.

José Antonio Pagola
Tradutor: Antonio Manuel Álvarez Perez

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