Ano C Roteiro de
Leitura Orante do Evangelho Nº 659
Dia 10/02/2022 | Quinta Semana Comum | Quinta-feira
Evangelho segundo Marcos (7,24-30)
(1) Coloque-se em atitude de oração
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Escolha um momento adequado e
tranquilo/a para a meditação
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Escolha o lugar no qual você se sinta
bem e não seja interrompido/a
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Busque uma posição corporal que lhe
ajude a concentrar-se
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Acenda uma vela, e tome a bíblia em
suas mãos
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Tome consciência de si mesmo/a e do
tempo que vivemos
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Faça silêncio interior e ative o
desejo de ouvir a Palavra de Deus
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Prepare-se
ouvindo a canção “Chegou a hora da alegria...” (Aqui: https://www.youtube.com/watch?v=QIW1hHYT6PE)
(2) Leia o texto da Palavra de Deus
·
Leia com toda a atenção o texto de Marcos
7,24-30
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Leia o texto em voz alta (se achar
necessário e for possível)
·
Jesus decide evitar discussões estéreis e
deseja se retirar para refletir sobre a novidade e as exigências do Reino de
Deus
·
Uma mulher pagã desrespeita as linhas do
apartheid social e religioso, se aproxima de Jesus e reivindica em favor do seu
povo
·
Esta cena é muito bem arquitetada por Marcos
para afirmar que a indiscutível igualdade e paridade de todas as pessoas e
povos
·
Os discípulos não entendem Jesus, os líderes
religiosos o rejeitam, mas os pobres e os pagãos excluídos o reconhecem e
buscam
·
O que a Palavra de Deus
diz em si mesma, o que está escrito?
(3) Medite a Palavra de Deus
·
Procure perceber o que a Palavra de Deus lida e
meditada diz a você hoje, qual é seu sentido nesse momento da vida?
·
Releia o texto, procurando entender bem os
recursos literários e a questão central que está em discussão: a igualdade
diante de Deus
·
Qual seria a razão que leva grupos de cristãos
a se opor de modo tão virulento à ação social e ecumênica da Igreja do Brasil?
·
Como superar a contradição de quem reza
“Senhor, eu não sou digno que entres em minha casa” e continua pensando “Somos
melhores que os outros e temos o que eles não têm”?
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Se achar oportuno
e for possível, leia as “pistas” (página 3)
(4) Reze com o texto lido e meditado
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Tome consciência de que este texto é
Palavra de Deus
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Depois de escutar atentamente, agora é
sua vez de falar
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Não mude de assunto, pois sua palavra é
sua resposta a Deus
·
Permita que o próprio Deus dirija a sua
oração, a sua resposta
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Não se preocupe com raciocínios e
frases bem articuladas
·
Reze, com sinceridade, com estas palavras: “Senhor,
eu não sou digno, mas teu amor nos ensina que todos/as somos teus filhos e
filhas muito amados/as”
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Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz
dizer a Deus
(5) Contemple a vida à luz da Palavra
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Procure contemplar a realidade do mundo
com o olhar de Deus
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Busque meios para colocar em prática o
que Deus lhe fala
·
Perceba o que você precisa mudar a
partir dessa meditação
·
Por onde poderíamos começar a superação dos
fundamentos do sentimento de superioridade dos cristãos em relação aos outros?
·
Responda: O que Deus está pedindo que eu
mude ou faça?
(6) Retorne à vida cotidiana
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Recite o Pai Nosso e a Ave Maria
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Recite a invocação: “Jesus,
mestre na Escola do Evangelho, ensina-nos a superar os vícios de homens velhos!”
·
Assuma um compromisso pessoal de
conversão e mudança
·
Ouça e cante
canção de São Francisco (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=OPzXNjH38Ac)
·
Assuma um compromisso pessoal de
conversão e mudança
·
Apague a vela e conclua seu momento de
oração
Pistas sobre Marcos 7,24-30
Jesus desconstrói
a teologia da pureza e solapa, em suas bases, a ideologia da supremacia e
hierarquização da dignidade de alguns/mas povos e pessoas sobre outros/as.
Declarando que todos os alimentos são puros, e resgata a dignidade dos
excluídos, como quando “purifica” os leprosos. Assim, ele mostra que o sistema
de pureza, que dizia proteger o povo, na verdade oprimia os vulneráveis.
Depois do
confronto com os escribas e do ensino incisivo ao povo e aos discípulos, Jesus
adentra mais ainda no território dos pagãos, com o desejo explícito de colocar
um ponto final nessa interminável discussão e aprofundar pessoalmente a
questão. Mas eis que uma mulher pagã, discriminada por ser mulher e por ser
pagã, ousa interromper esse “retiro” de Jesus. Ela desrespeita as fronteiras
que separam judeus e pagãos e a privacidade de Jesus.
A cena descreve a
reação de Jesus no horizonte das hostilidades étnicas e culturais dos judeus em
relação aos pagãos, e isso só realça a ousadia e a novidade do ensino e da
prática de Jesus. A mulher pagã não apenas desrespeita as leis que excluem os
pagãos dos benefícios de Deus e da cidadania em Israel, nem se resume a pedir
pela sua filha, mas discute com Jesus – torna-se teóloga! – defendendo a
dignidade do seu povo, reivindicando a igualdade de todas as pessoas e povos
diante de Deus.
Segundo Marcos, o
que faz Jesus “mudar” de opinião em relação aos pagãos não é a fé ou a simples
confiança da mulher e sim o seu argumento: Deus é pai, e não trata nenhuma
pessoa ou povo como indigno ou impuro. O Reino de Deus, que é o horizonte no
qual Jesus se move, derruba os muros que classificam e opõem as pessoas entre
puras e impuras, judias e pagãs, filhas e cães.
Infelizmente, o
sentimento de que “temos o que eles não têm” ou “somos melhores e mais
merecedores que eles” ainda vigora, e volta com virulência inaudita entre grupos
que se dizem cristãos. Ninguém esquece o teor de algumas manifestações contra a
Conferência dos Bispos do Brasil, contra o ecumenismo e a defesa da diversidade
patrocinadas pela Campanha da Fraternidade no ano passado.
(Itacir Brassiani msf)
Reflexão do
Papa Francisco
“A Igreja conforma o seu comportamento
ao do Senhor Jesus que, num amor sem fronteiras, Se ofereceu por todas as
pessoas sem exceção. Por isso desejo reafirmar que cada pessoa,
independentemente da própria orientação sexual, deve ser respeitada na sua
dignidade e acolhida com respeito, procurando evitar qualquer sinal de
discriminação injusta e particularmente toda a forma de agressão e violência.
Deve-se assegurar à família um acompanhamento, para que quem manifesta a
tendência homossexual possa dispor dos auxílios necessários para compreender e
realizar plenamente a vontade de Deus”. (Amoris
Laetitia, nº 250)
Leitura
Orante do Evangelho
A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e para
fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita
individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade.
O Papa Bento XVI diz que “ouvir juntos a Palavra de
Deus, praticar a Lectio Divina, deixar-se surpreender pela novidade do
Evangelho, superar a surdez àquilo que não está de acordo com nossas opiniões
ou preconceitos, é um caminho para alcançar a unidade da fé, como resposta à
escuta da Palavra”.
Em tempos nos quais o amor ao próximo e a precaução com a
saúde impõem restrições à convivência e à movimentação social, a Leitura Orante é um modo de ir além da
simples assistência de celebrações virtuais e uma forma evitar que este seja um
tempo pesado e estéril.
Os textos propostos aqui são aqueles indicados pela Igreja
para a liturgia diária. Pessoas e grupos que desejarem, podem escolher outros
textos, desde que tenham uma sequência, seja preparado um roteiro e se evite
escolher apenas os textos que agradam mais.
Que a Palavra de Deus encontre em cada um/a de nós um
terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis, produza bons
e abundantes frutos para a vida do mundo.
Missionários
da Sagrada Família
https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS
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