quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022

Roteiro de Leitura Orante do Evangelho Nº 675

Ano C Roteiro de Leitura Orante do Evangelho Nº 675

Dia 25/02/2022 | Sétima Semana Comum | Sexta-feira

Evangelho segundo Marcos (10,1-12)

(1)  Coloque-se em atitude de oração  

·        Escolha um momento adequado e tranquilo/a para a meditação

·        Escolha o lugar no qual você se sinta bem e não seja interrompido/a

·        Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se

·        Acenda uma vela, e tome a bíblia em suas mãos

·        Tome consciência de si mesmo/a e do tempo que vivemos

·        Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus

·        Reze, ouvindo ou cantando: Tua Palavra é luz no meu caminho; luz no meu caminho, Senhor, tua Palavra é! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=-AsfnLP_blo)

 

(2)  Leia o texto da Palavra de Deus

·        Leia com toda a atenção o texto de Marcos 10,1-12

·        Leia o texto em voz alta (se achar necessário e for possível)

·        Jesus inicia uma nova etapa do processo de formação dos seus discípulos no caminho do Reino de Deus

·        Jesus colhe o questionamento que lhe fazem os fariseus para criticar a interpretação patriarcal da lei de Moisés

·        Concretamente, discute o enquadramento machista do direito ao divórcio, concedido unicamente ao marido

·        Para Jesus, a lei de Moisés foi uma concessão ao egoísmo masculino, e a vontade de Deus está expressa na criação e Aliança

·        Jesus não nega o fato e a possibilidade do divórcio, mas sublinha a igualdade ética: ambas as partes têm o direito de pedi-lo

·        O que a Palavra de Deus diz em si mesma, o que está escrito?

 

(3)  Medite a Palavra de Deus

·        Procure perceber o que a Palavra de Deus lida e meditada diz a você hoje, qual é seu sentido nesse momento da vida?

·        Releia o texto e contemple a cena, procurando dar atenção a cada gesto e a cada palavra, tanto as de Jesus como as dos fariseus

·        Você não acha que algumas pregações e doutrinas passam a ideia de que a negação do divórcio é a única questão importante?

·        Você percebe a postura equilibrada e justa de Jesus, resgatando o ideal da união profunda e, ao mesmo tempo, sendo tolerante?

·        Se achar oportuno e for possível, leia as “pistas” (página 3)

 

(4)  Reze com o texto lido e meditado

·        Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus

·        Depois de escutar atentamente, agora é sua vez de falar

·        Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus

·        Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta

·        Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas

·        Jesus, ajuda a Igreja e todos os cristãos a testemunharem a boa notícia do matrimônio baseado no amor e na igualdade

·        Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus

 

(5)  Contemple a vida à luz da Palavra

·        Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus

·        Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala

·        Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação

·        O que fazer para acolher e levar a sério o ensino do Papa Francisco na exortação Amoris Laetitia (cf. a seguir)?

·        Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?

 

(6)  Retorne à vida cotidiana

·        Recite o Pai Nosso e a Ave Maria

·        Recite a invocação: “Jesus, mestre na Escola do Evangelho, ensina-nos a superar os vícios de homens velhos!”

·        Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

·        Ouça e cante canção de São Francisco (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=OPzXNjH38Ac)

·        Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

·        Apague a vela e conclua seu momento de oração

 

Pistas sobre Marcos 10,1-12

Ontem vimos que, num contexto de perseguição que levava parte dos discípulos à apostasia e à traição, recorrendo à metáfora do sal, Jesus aponta para o trabalho paciente e firme pela solução do conflito e recuperação da paz e da harmonia. Ele pede que tenhamos este sal e vivamos a paz com os demais, inclusive com os traidores.

O episódio de hoje ocorre num novo cenário e introduz um novo tema na formação dos discípulos. A questão já havia aparecido antes, mas agora emerge com novas conotações: como aplicar corretamente a lei de Moisés na vivência matrimonial? Num horizonte mais amplo, Jesus critica as interpretações que subvalorizam e esvaziam a Lei.

Diante da questão concreta do divórcio, Jesus escapa da solução simplória que consiste em condenar ou defender a separação daquilo que foi visceralmente unido. Ele nos convida a ir à fonte da lei, que é a criação e a aliança de Deus com a humanidade. Elas têm prioridade sobre as leis e os casuísmos inventados pelos doutores da Lei.

Jesus sabe muito bem que a lei dada por Moisés era uma concessão à dureza de coração dos homens, mergulhados no patriarcalismo. A lei de Moisés assegurou o direito dos homens despedirem as mulheres, mas não o estendeu às mulheres. É uma lei androcêntrica e patriarcal. Segundo Jesus, Deus jamais quis o patriarcado.

Por isso, chamando à cena a criação e a aliança, Jesus sublinha a insuperável igualdade e a união inseparável do homem e da mulher. O divórcio ou separação rompe o vínculo primário e fere a ambos. O ensino de Jesus ressoa como uma crítica clara e pública à solução patriarcal, que é livrar o homem do “peso” da sua responsabilidade.

Mesmo assim, Jesus não transforma o sonho de Deus numa pedra a ser atirada contra os casais que fracassam no projeto matrimonial. Ele aceita o fracasso, mas proíbe o recasamento. Mais ainda: Jesus resgata a paridade do homem e da mulher também na separação. Ambos pecam se casarem de novo, e não apenas a mulher. O divórcio é uma realidade inegável, mas deve ser vivido na justiça. Homem e mulher podem tomar a iniciativa, e é preciso proteger o mais fraco.

 (Itacir Brassiani msf)

Reflexão do Papa Francisco

“É preciso reconhecer que há casos em que a separação é inevitável. Por vezes, pode tornar-se até moralmente necessária, quando se trata de defender o cônjuge mais frágil, ou os filhos pequenos, das feridas mais graves causadas pela prepotência e a violência, pela humilhação e a exploração, pela alienação e a indiferença. Mas deve ser considerado um remédio extremo, depois que se tenham demonstrado vãs todas as tentativas razoáveis”. (Amoris Laetitia, nº 241)

Leitura Orante do Evangelho

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e para fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade.

O Papa Bento XVI diz que “ouvir juntos a Palavra de Deus, praticar a Lectio Divina, deixar-se surpreender pela novidade do Evangelho, superar a surdez àquilo que não está de acordo com nossas opiniões ou preconceitos, é um caminho para alcançar a unidade da fé, como resposta à escuta da Palavra”.

Em tempos nos quais o amor ao próximo e a precaução com a saúde impõem restrições à convivência e à movimentação social, a Leitura Orante é um modo de ir além da simples assistência de celebrações virtuais e uma forma evitar que este seja um tempo pesado e estéril.

Os textos propostos aqui são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. Pessoas e grupos que desejarem, podem escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, seja preparado um roteiro e se evite escolher apenas os textos que agradam mais.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis, produza bons e abundantes frutos para a vida do mundo.

Missionários da Sagrada Família

https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS

(http://itacir-brassiani.blogspot.com/)

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