“Tire as
sandálias, pois este lugar é santo!”
“Passo a passo, pouco a pouco, o caminho se faz.” Nossa presença azul
(somos conhecidas como Irmãs Azuis) no Amazonas segue experimentando realidades
e fazendo experiência de um Deus que nos chama a cada dia, como aos apóstolos
após a ressurreição, que lembramos no tempo forte que ainda pouco vivemos com
tanta intensidade.
No sábado, dia 19 de maio,
conhecemos mais uma comunidade: São Francisco,
no Tabocal. Várias casa das lideranças estão abandonada por causa das
áagus. É impressionante ver isso de perto. As pessoas nos dão exemplo de uma enorme
serenidade ! Passividade? Ou convivência com as cheias, das quais muitos de nós
não fazemos nem idéia?
A comunidade de São Francisco é muito viva. Um detalhe que só vimos
nela: na chegada, fomos convidadas a deixar os calçados na porta. Claro que nem
todos fazem isso, mas a grande maioria sim. Revela um sentido profundo de
respeito pelo lugar sagrado. Para nós foi muito forte.
Sempre vamos de tênis, por causa dos morros e escadarias que temos
que subir. Como nesta comunidade estas dificuldades pareciam ser menores, fomos
de sandálias. Mas a subida foi muito íngreme. Para a Ir. Joaninha, deixar as
sandálias na porta foi um convite ao pojamento, à inculturação, ao respeito
pelo espaço sagrado, um convite à liberdade. Que coisa linda uma igrejinha no
meio da floresta e com este sinal claro de respeito ao sagrado!
Esta comunidade nos acolheu
com carinho. Aliás todas as comunidades são muito acolhedoras! A Igrejinha fica
bem no meio da mata, às margens do Rio Amazonas, o qual tem visitado e entrado
em muitas casas dos irmãos ribeirinhos.
Ir. Joaninha "caminhando sobre as aguas"... |
Com nossa
presença nos círculos bíblicos e
celebrações nas ruas, nas chamadas “comunidades da vila”, todas já escolheram
seu santo padroeiro: São Sebastião, São João Batista, Nossa Senhora de Fátima,
Nossa Senhora do Perpétuo Socorro... Nas quartas ou segundas-feiras, uma vez por
mês, tem celebração com padre ou diácono. Esta decisão de celebrar nas ruas e
ou nas casas tem dado resultados.
Aproveitamos o
material do Dia Internacional da Família (roteiro de celebração), disponível no
site cic-castres, e celebramos com o
grupo de jovens na família. Foi um momento muito lindo. Os jovens têm sede de
Deus. Ainda antes de findar o mês de maio, visitamos a última comunidade do
Beiradão: a comunidade de São Lázaro, que fica
bem dentro da mata, às margens do grande Rio Amazonas. Esta comunidade ainda
não tem sua capelinha. Reunimo-noss na escola. O povo é sempre muito acolhedor
e nos recebe com alegria.
No domingo de
Pentecostes, participamos no meio de uma multidão. Mais de 100.000 pessoas lotaram o sambódromo
de Manaus. Foi uma experiência única. O povo tem muita fé. Dom Luiz, na sua
simplicidade de pai e Pastor, se despediu do povo deixando, como sempre, suas
recomendações: “Amem muita a Igreja Católica. Vivam a
unidade entre vocês, amem muito a Mãezinha do Céu, tenham orgulho de ser
católico. Não deixem de celebrar Pentecostes!”
Foram momentos
de grande vibração. O povo sente um carinho enorme pelo seu pastor. E é
plenamente correspondido. Todos os setores com suas fixas agradeciam a Dom Luiz
pelo fecundo pastoreio como Arcebispo da Igreja de Manaus. A festa de Pentecostes foi fechada com o show de Pe. Zezinho, unindo
“silêncio e Palavra”.
Nem precisamos
dizer que vocês estiveram presentes
conosco neste evento de nossa fé. Maior festa de nossa Igreja Católica,
este momento foi precedido pela primeira vigília celebrada nas paróquias. Nós,
Irmãs, preparamos e celebramos com a equipe
de liturgia. A celebração foi muito linda. Foi bom receber os dons do Espírito e
se comprometer em vivenciá-los ao longo deste tempo até, o próximo pentecostes.
O rio Amazonas invade (ou visita?) a cidade. |
Concluindo
este mês tão especial para nós, Irmãs Azuis, peçamos a Nossa Senhora Mãe dos
pobres de vir ao nosso encontro nas decisões e
encaminhamentos, neste tempo de preparação
de nossos capítulos. Ela passará à frente e nos conduzirá nos caminhos de seu
filho. Sigamos em comunhão com as mais de
trezentas e cinquenta mil pessoas
atingidas pelas cheias do estado do Amazonas.
Com carinho suas
irmãs em missão no Amazonas, Edith e Joaninha.
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