Comunidades e paróquias
missionárias: agir é preciso!
Já é tempo de voltar ao ponto de partida.
Como levar a sério e tornar efetivo as premissas, segundo as quais nosso
carisma missionário poderia ser traduzido hoje como: participar da atividade missionária da Igreja, deslocando-se para as
fronteiras territoriais, sociais e culturais; contribuir no fortalecimento das
Igrejas locais; animar o espírito missionário nas Igrejas particulares; despertar,
acolher e formar vocações missionárias; organizar e animar a pastoral da
família? E o que podemos e devemos fazer para desenvolver um amplo e sério
programa de ‘conversão missionária’ das Paróquias, como nos pede a Conferência
de Aparecida e o próprio XIII Capitulo
Geral?
Assim, podemos
visualizar seis percursos de saída a serem abertos e trilhados pelas
comunidades e paroquias que desejam acolher o apelo dos Bispos da América
Latina e do Papa e se tornarem efetivamente missionárias:
a) De uma Igreja auto-referencial ao Evangelho, para
Jesus Cristo e o Pai;
b) De
uma Igreja que lamenta e espera a uma Igreja que vai ao encontro;
c) Dos grupos e
movimentos fechados em si mesmos a uma Igreja-Comunidade;
d) De uma Igreja em concorrência com as outras para uma
Igreja ecumênica;
e) De uma Igreja devocional e sacramentalista a uma
Igreja ouvinte da Palavra e envolvida com a transformação da sociedade;
f) De
uma Igreja restrita ao seu território geográfico a uma Igreja solidaria com
outras comunidades.
Antes de tudo,
algumas atitudes básicas dos membros da comunidade, especialmente dos
agentes e responsáveis pelos organismos pastorais:
a) Iniciar e voltar sempre a um conhecimento crítico e engajado do contexto
da comunidade e da paróquia;
b) Imbuir-se de uma permanente, crescente e mobilizadora inquietação missionária;
c) Olhar tudo a partir do horizonte missionário, identificando campos, desafios
e possibilidades;
d) Inserir-se de modo afetivo e profundo no meio do povo, dialogando e
interagindo com ele;
e) Garantir uma boa comunicação e uma séria e permanente formação missionárias
dos agentes, grupos e comunidades;
f)
Criar e cultivar espaços e instâncias de articulação
das diversas iniciativas, grupos, organismos e comunidades (assembleias,
conselhos, etc.).
Na perspectiva metodológica, é importante:
a) Ativar permanentemente a consciência de pertença eclesial dos fiéis e
agentes;
b) Descentralizar as iniciativas, o culto e a administração econômica e
pastoral;
c) Promover, respeitar e empoderar os leigos e leigas nas diversas
dimensões da vida eclesial;
d) Promover a diversificação dos ministérios, para que a dimensão de
serviço seja inequívoca;
e) Deslocar a centralidade dos sacramentos e da devoção para a Palavra de
Deus;
f) Manter sempre viva a perspectiva missionária, de sair ao encontro para
testemunhar, dialogar, servir e propor.
No aspecto organizativo, algumas iniciativas são imprescindíveis:
a) Organizar e manter ativos grupos ou comissões que animem a pastoral
familiar, a pastoral das vocações, a vida mission
ria (infância, adolescência e juventude missionárias),
o cuidado pastoral das pessoas em situação de vulnerabilidade (dependentes
químicos, migrantes, doentes, idosos, moradores de rua, pobres, etc.);
b) Iluminar e alimentar a vida eclesial com a Palavra de Deus, organizando
círculos e cursos bíblicos e grupos de leitura orante;
c) Promover e organizar os ministérios leigos para que atuem dentro e fora
do espaço eclesial;
d) Oferecer aos agentes de pastoral e a todos os fiéis uma profunda e
continua formação na fé em chave missionária;
e) Dar relevância e efetividade aos conselhos de pastoral.
Mas, além das atitudes e da organização, é importante promover eventos
pontuais e intensos, nos quais a consciência e a ação missionaria é
celebrada, visualizada e fortalecida:
a)
Celebrar com ênfase a semana da família, o dia dos
pais, das mães e dos avós;
b)
Dar destaque às jornadas de oração pelas vocações e de
oração pelas missões;
c)
Promover semanas vocacionais, semanas missionarias e
semanas da família;
d)
Organizar missões especiais de ajuda solidaria aos
setores sociais mais necessitados e de visitas periodicas a famílias em condições sociais especificas;
e)
Promover jornadas de informação e solidariedade
missionaria; dar às celebrações, à formação e à catequese uma marcante
perspectiva missionaria;
f)
Propor encontros e momentos celebrativos nas
principais datas festivas da Congregação.
Itacir Brassiani msf
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