Dá-nos, Senhor, a coragem dos
recomeços!
Mesmo nos dias (e anos) quebrados,
faz-nos descobrir limiares límpidos.
Não nos deixes acomodar ao sabor
daquilo que se foi:
dá-nos largueza de coração para
abraçar aquilo que é.
Afasta-nos de repetido, do juízo mecânico
que banaliza a história,
pois a desventra de qualquer surpresa
e esperança.
Torna-nos atônitos como os seres que
florescem.
Torna-nos livres, deslumbrantemente
insubmissos.
Torna-nos inacabados como quem deseja
e de desejo vive.
Torna-nos confiantes como os que se
atrevem a olhar tudo, e a si mesmos, uma primeira vez.
(José
Tolentino Mendonça, Um Deus que dança,
p. 77)
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