O Evangelho é a comunhão e a
Comunidade!
As comunidades cristãs nascem como consequência graciosa e quase natural
do encontro pessoal com Jesus Cristo e seu Evangelho. Para a primeira geração
pós apostólica, o encontro com o Evangelho do Reino de Deus se dava no encontro
com a comunidade dos discípulos missionários que se reuniam e atuavam no mundo
como sal e fermento do Reino de Deus.
Essas comunidades de homens e mulheres que viviam relações paritárias e
faziam memória viva de Jesus de Nazaré, que abriam suas portas aos grupos e
pessoas excluídas do sistema judaico e da vida social no império romano, eram
elas mesmas uma expressão da Boa Notícia do Reino de Deus. À pergunta se o
Reino de Deus havia chegado de fato, essas comunidades podiam responder, parafraseando
Jesus: “Venham e vejam”.
Num mundo rigidamente hierarquizado e violentamente excludente, as
comunidades cristãs eram sementes de novidade e de vida, e brilhavam como uma
cidade construída sobre a montanha. Quem nelas entrava, vivia uma alegria profunda
e espiritual, traduzida como novo nascimento. Quem não era povo, passa a fazer
parte; quem não tinha família, agora pertencia à família de Deus; quem era
excluído da cidadania, agora era cidadão do Reino de Deus!
A comunidade de discípulos missionários é o primeiro e mais importante
fruto do Espírito Santo, e possibilita o encontro vivo com Jesus crucificado e
ressuscitado. É uma comunidade messiânica, porque nela todos recebem os dons do
Espírito e assumem diferentes serviços e ministérios como pessoas adultas,
capazes e criativas. Estes diferentes dons estão ordenados à construção de uma
comunidade de homens e mulheres iguais, fiel à memória de Jesus de Nazaré,
herdeira da sua missão.
A partir desse núcleo indentitário, as comunidades de discípulos
missionários conhecerão diferentes formas e estruturas organizativas, de acordo
com as circunstâncias históricas e culturais, oscilando entre a fidelidade
radical ao modelo libertário de Jesus Cristo e a adaptação às características
da sociedade e da cultura nas quais se inserirá. É possível perceber um
crescente esquecimento da missão, esquecimento que cresce de mãos dadas com um
rígido e perigoso enrijecimento institucional e com uma danosa hierarquização
de papéis, funções e ministérios.
Itacir
Brassiani msf
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