Mudanças
na perspectiva missionaria do Episcopado Latino-Americano
Depois
de nos oferecer um breve panorama das inovações missiológicas do Vaticano II, da Evangelii Nuntiandi e da Redemptoris
Missio, o professor Mémore nos apresentou resumidamente os passos da reflexão
missiológica do episcopado latino-americano, assim como aparece nas grandes conferências
regionais.
Conferência
do Rio de Janeiro
(1955), sobre as vocações e a instrução religiosa. As preocupações eram com a
formação do clero e dos leigos e leigas, com o processo de industrialização e
com o fenômeno do pentecostalismo. A perspectiva é marcadamente ad intra, mas aparece uma embrionária
preocupação com os “territórios de missão”.
Conferência
de Medellín
(1968), sobre a Igreja na atual transformação da América Latina. Os desafios
eram acolher contextualmente o Vaticano II, a descoberta do mundo subumano, as
urgências do processo de libertação, a necessidade de reconfigurar a Igreja. A
missão é compreendida como compromisso de contribuir com os povos e suas lutas,
com a promoção integral do ser humano e das comunidades humanas.
Conferência
de Puebla
(1979), sobre a evangelização no presente e no futuro da América Latina. Os
desafios subjacentes eram a evangelização significativa e libertadora para os
povos latino-americanos. Em termos missionários, fala-se em “dar da nossa
pobreza” (Puebla 368), em abrir-se às necessidades missionarias das demais
igrejas particulares e da Igreja universal. Mas vai também emergindo perigosamente
o desejo de restauração da velha cristandade.
Conferência
de Santo Domingo
(1992), sobre a nova evangelização, promoção humana e cultura cristã. Os
desafios eram a nova evangelização do continente, o envolvimento dos leigos e
jovens nesse projeto e a inculturação do Evangelho. Santo Domingo pede um verdadeiro espirito
missionário e o envolvimento de todos os sujeitos eclesiais na nova
evangelização, inclusive na missão ad gentes.
Conferência
de Aparecida
(2007): Os desafios eram os gargalos da Igreja frente ao aumento da população, o
retorno de eclesiologias e espiritualidades pré-conciliares, o afrouxamento da
opção pelos pobres, a linguagem pouco significativa da pratica evangelizadora,
o êxodo dos católicos para o pentecostalismo, as dificuldades do dialogo
ecumênico, a falta de espírito missionário no clero, a falta de valentia para
prosseguir a evangelização.
A missão é o
paradigma-síntese de Aparecida, o ponto de convergência da caminhada da Igreja
universal e da América Latina, a palavra sintetiza as múltiplas intuições e
propostas da Conferência. As propostas
principais foram: a paróquia missionária; a missão continental; a missão ad gentes. Tendo passado dez anos,
podemos dizer que foi mais barulho e anúncio que processo de realização.
Itacir
Brassiani msf
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