Ano A Roteiro de Leitura Orante
do Evangelho Nº 1051
Dia 08/03/2023
| 2ª Semana da Quaresma | Quarta-feira
Evangelho
segundo Mateus (20,17-28)
(1) Coloque-se em atitude de oração
§ Escolha
um momento adequado e tranquilo/a para a meditação
§ Escolha
o lugar no qual você não seja interrompido/a
§ Busque
uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se
§ Acenda
uma vela e tome a bíblia em suas mãos
§ Tome
consciência de si mesmo/a e do tempo que vivemos
§ Faça
silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
§ Reze, ouvindo ou cantando: “Quero
ouvir teu apelo, Senhor” (Aqui: https://www.youtube.com/watch?v=ZHACwFpiA4k)
(2) Leia o texto da Palavra de Deus
§ Leia
com toda a atenção o texto de Mateus 20,17-28
§ Leia
o texto em voz alta (se achar necessário e for possível)
§ Jesus está a caminho de
Jerusalém, onde será preso e executado, e faz desse caminho um processo de
formação dos/as discípulos/as
§ Surdos ao ensino sobre
a inevitabilidade da rejeição e da cruz, Tiago e João, através da mãe, postulam
lugares privilegiados
§ Na família patriarcal
judia, assim como no império romano, assegurar funções de chefia e de domínio
era essencial
§ Jesus desfaz o mito do
poder e dos primeiros lugares, pois no Reino de Deus não há lugar para chefes e
senhores
§ A comunidade dos
discípulos/as é uma família alternativa, onde todos são iguais, irmãos e
servidores/as uns dos/as outros/as, todos a serviço dos mais pobres e
marginalizados
§ O
que a Palavra O que a Palavra de Deus diz em si mesma, o que está escrito?
(3) Medite a Palavra de Deus
§ Procure
perceber o que a Palavra de Deus lida e meditada diz a você hoje, qual é seu
sentido nesse momento da vida?
§ Leia atentamente,
palavra por palavra, a pretensão de Tiago e João, o questionamento e o ensino
de Jesus
§ Observe a ordem que
Jesus dá aos discípulos: “Entre vocês não deve ser assim... Quem quiser ser
grande, deve ser o servidor!”
§ Em que tipo de líderes
e autoridades podemos ver hoje um exemplo de quem realmente é maior, na ótica
de Jesus?
§ Podemos afirmar com
sinceridade que não corremos a mesma tentação dos discípulos João e Tiago?
§ Se achar oportuno e for possível, leia as
“pistas” (página 3)
(4) Reze com o texto lido e meditado
§ Tome
consciência de que este texto é Palavra de Deus
§ Depois
de escutar atentamente, agora é sua vez de falar
§ Não
mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
§ Permita
que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
§ Não
se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas
§ Procure
perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus
§ Converte meu coração,
meus pensamentos e meus sentimentos, para que eu viva a alegria da igualdade e
da fraternidade
(5) Contemple a vida à luz da Palavra
§ Procure
contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus
§ Busque
meios para colocar em prática o que Deus lhe fala
§ Perceba
o que você precisa mudar a partir dessa meditação
§ Responda:
O
que Deus está pedindo que eu mude ou faça?
§ Que passos nossas
comunidades e a Igreja como um todo precisam dar para levar a sério este
ensinamento de Jesus?
(6) Retorne à vida cotidiana
§ Recite
o Pai Nosso e a Ave Maria
§ Recite
a invocação: “Jesus, que mandas dar alimento a quem tem fome, fazei-nos compassivos
com eles, em teu nome!”
§ Assuma
um compromisso pessoal de conversão e mudança
§ Ouça e cante “Voz e luz” (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=fBHxrFcTRWA)
§ Assuma
um compromisso pessoal de conversão e mudança
§ Feche
a bíblia, apague a vela e encerre seu momento de oração
Anotações sobre Mateus 20,17-28
Estamos vivendo o tempo de Quaresma. Como
discípulos/as de Jesus, nesse tempo especial e em todas as fases da nossa
caminhada cristã e missionária, devemos tomar distância da sede de aparecer que
devora os fariseus. Todos somos irmã/os e servidores/as uns dos/as outros/as,
iguais em dignidade, filhos/as do Pai, guiados por Jesus. A igualdade, a
fraternidade e o serviço mútuo e a compaixão com os pobres configuram nossa
identidade de discípulos/as missionários/as de Jesus.
Essa foi a lição que aprendemos ontem.
Cronologicamente, a cena do evangelho de hoje ocorre antes daquela de ontem:
está situada no meio do caminho de Jesus e seus discípulos a Jerusalém. Estamos
diante de um “diálogo pedagógico” cheio de tensões. A família de Tiago e João
age dentro dos interesses de uma família patriarcal, tentando assegurar
precedência e privilégios, mas Jesus propõe uma família alternativa,
contracorrente.
Enquanto os filhos de Zebedeu fazem lobby para assegurar um lugar de honra
no seu reinado, Jesus se coloca na base e percorre o caminho da margem: será
zombado e açoitado, como era comum se fazer com os escravos. Enfatizando o
caminho da cruz, Jesus põe por terra os sedutores mitos do poder e da glória, e
é por isso que os demais discípulos se irritam. Como Pedro na montanha da
transfiguração, eles não sabem o que estão pedindo.
Na sua resposta, Jesus insinua que os grandes e
poderosos não realizam a vontade de Deus, pois mandam e oprimem. Ele sim, o
Filho do Homem, faz a vontade do Pai, pois assume a condição do servidor, do
menor, do último. A lógica de Deus é inversa à lógica do poder e da honra. O
Reino de Deus segue um dinamismo contrário à lógica das instituições e dos
reinos deste mundo.
A passagem de chefe a irmão, de primeiro a último,
é a prova de fogo do discipulado de Jesus. O reino de Deus não tem nem senhores
nem chefes, tem apenas irmãos, iguais e servidores. Tornar-se discípulo/a é
percorrer um caminho marginal, é ensaiar uma família unida na diversidade,
dialogante e acolhedora.
(Itacir Brassiani msf)
“Dai-lhes vós mesmos de comer!”
“Viver com fome, a
ponto de perder a própria dignidade, arrastar-se pela rua, revirar o lixo e morrer de fome não é algo natural ou desejado por Deus.
No Brasil a fome não é simplesmente um
problema ocasional, mas um fenômeno social e coletivo, estrutural, produzido e
reproduzido no curso ordinário da sociedade, que normaliza e naturaliza a
desigualdade. É um projeto de manutenção da miséria em vista da perpetuação no
poder ” (Bispos do Brasil, Texto-base da Campanha da Fraternidade 2023,
§ 30).
Leitura Orante do Evangelho
A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e para
fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita
individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade.
O Papa Bento XVI diz que
“ouvir juntos a Palavra de Deus, praticar a Lectio Divina,
deixar-se surpreender pela novidade do Evangelho, superar a surdez àquilo que
não está de acordo com nossas opiniões ou preconceitos, é um caminho para
alcançar a unidade da fé, como resposta à escuta da Palavra”.
Os textos propostos aqui
são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. Pessoas e grupos que
desejarem, podem escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, seja
preparado um roteiro e se evite escolher apenas os textos que agradam mais.
Que a Palavra de Deus
encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos
inesperadamente difíceis, produza bons e abundantes frutos para a vida do mundo.
Missionários
da Sagrada Família
www.msfamericalatina.org | Passo Fundo/RS
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