Ano A Roteiro de Leitura Orante
do Evangelho Nº 1072
Dia 29/03/2023
| 5ª Semana da Quaresma | Quarta-feira
Evangelho
segundo João (8,31-42)
(1) Coloque-se em atitude de oração
§ Escolha
um momento adequado e tranquilo/a para a meditação
§ Escolha
o lugar no qual você não seja interrompido/a
§ Busque
uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se
§ Acenda
uma vela e tome a bíblia em suas mãos
§ Tome
consciência de si mesmo/a e do tempo que vivemos
§ Faça
silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
§ Prepare-se
ouvindo a canção “A palavra de Deus ouvida...” (Aqui: https://www.youtube.com/watch?v=jg_geU66pxE)
(2) Leia o texto da Palavra de Deus
§ Leia
com toda a atenção o texto de João 8,31-42
§ Leia
o texto em voz alta (se achar necessário e for possível)
§ Continuamos com a
discussão entre Jesus e os fariseus, em Jerusalém, frente ao tesouro do templo
§ Jesus os advertira que,
fechando-se em seus interesses e suas ideias distorcidas de Deus, a elite
religiosa permanecia no pecado
§ Tornar-se discípulo/a
de Jesus implica em aceitar sua Boa Notícia e permanecer no seu caminho de
compaixão pelos vulneráveis
§ É nessa permanência que
o/a discípulo/a conhece a verdade mais profunda da vida e, por isso, sua
capacidade de fazer-se dom
§ Nesse caminho não há
lugar para adesões superficiais e orgulhos rasteiros (raça, gênero, classe):
filho/a é quem age como o pai
§ O
que a Palavra O que a Palavra de Deus diz em si mesma, o que está escrito?
(3) Medite a Palavra de Deus
§ Procure
perceber o que a Palavra de Deus lida e meditada diz a você hoje, qual é seu
sentido nesse momento da vida?
§ A quantas anda nossa adesão a Jesus Cristo e ao seu
Evangelho libertário? Vai além da admiração e da exterioridade?
§ Olhemos atentamente e criticamente para nossas
decisões, ações e compromissos: elas revelam que somos filhos do Deus de Jesus?
§ Em que medida continuamos pensando que somos livres
para fazer o que queremos, e não para lutar pelos direitos humanos?
§ Será que ainda reivindicamos a superioridade da nossa
raça, da nossa religião, da nossa origem, da nossa classe frente aos outros?
§ Se achar oportuno e for possível, leia as
“pistas” (página 3)
(4) Reze com o texto lido e meditado
§ Tome
consciência de que este texto é Palavra de Deus
§ Depois
de escutar atentamente, agora é sua vez de falar
§ Não
mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
§ Permita
que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
§ Não
se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas
§ Procure
perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus
§ Peça a Jesus a graça de
permanecer na sua Palavra, aderir à sua Boa Notícia aos pobres, ser livre para
doar-se a arriscar-se por ele
(5) Contemple a vida à luz da Palavra
§ Procure
contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus
§ Busque
meios para colocar em prática o que Deus lhe fala
§ Perceba
o que você precisa mudar a partir dessa meditação
§ Responda:
O
que Deus está pedindo que eu mude ou faça?
§ Como podemos, como
indivíduos e como igreja, exercitar a verdadeira liberdade, aquela de sempre e
em tudo amar e servir?
(6) Retorne à vida cotidiana
§ Recite
o Pai Nosso e a Ave Maria
§ Recite
a invocação: “Jesus, que mandas dar alimento a quem tem fome, fazei-nos compassivos
com eles, em teu nome!”
§ Assuma
um compromisso pessoal de conversão e mudança
§ Medite
e reze com a canção “A verdade vos libertará” (Acessível
aqui: https://www.youtube.com/watch?v=udLw5npxd74)
§ Assuma
um compromisso pessoal de conversão e mudança
§ Feche
a bíblia, apague a vela e encerre seu momento de oração
Anotações sobre João 8,31-42
Continuamos com a
narração que nos reporta o grande e tenso debate entre Jesus e as lideranças do
judaísmo, depois da defesa pública da dignidade de uma mulher prestes a ser
apedrejada na praça do templo. Jesus acusa o grupo que dirige o judaísmo de
viver e ensinar uma fé equivocada, apresentada como modelo de fidelidade mas que
se mostra irredutivelmente fechada à ação salvadora e libertadora de Deus.
No final da cena
de ontem, um grupo de judeus mostrou admiração e deu crédito a Jesus. Mas Jesus
os conhece, e dispensa tanto a admiração como uma adesão simplesmente exterior.
Só o conhece e só se torna seu discípulo quem assimila e leva a sério a sua
Palavra, quem participa da sua ação solidária e libertadora em benefício dos
oprimidos. Esta é a verdade sobre Deus e sobre o ser humano, uma verdade que
nos torna livres, capazes de doar a própria vida.
A liberdade que
os/as discípulos/as de Jesus experimentam não é a faculdade de decidir isso ou
aquilo, mas a capacitação para participar da liberdade do Pai, que ama e acolhe
bons e maus, merecedores ou não do seu amor, todos necessitados do seu perdão
acolhedor. Quem age sempre guiado pelo medo, pela raiva, pela competição ou
pela busca dos próprios interesses não é livre, mas escravo de si mesmo. Não é
capaz de dar-se e perder-se num “amor a fundo perdido”.
Ao ensinar isso,
Jesus dá a entender que a elite religiosa que se opõe a ele não é
verdadeiramente livre, mesmo pertencendo a um povo politicamente autônomo. Esta
elite reage afirmando ser da raça e estirpe de Abraão, e que nunca foi escrava.
Mas Jesus retruca que ser filho é ser parecido com o pai, e eles estão muito
longe de imitar Abraão. Aderindo às estruturas de opressão e dominação, e
dando-lhes estabilidade e caráter intocável, eles servem ao pecado, que impede
o amor e leva à morte.
Jesus conclui
reafirmando sua filiação divina – suas ações o fazem parecido com o Pai – e que
a elite religiosa é filha da idolatria (que a tradição judaica chama de
prostituição), pois não aceita, persegue e quer matar Jesus. Quem persegue os
outros não é livre!
(Itacir Brassiani msf)
“Dai-lhes vós mesmos de comer!”
“O combate à fome não
tem sido uma prioridade no Brasil. Alimentar
os cidadãos não tem sido a primeira preocupação dos projetos governamentais. A
prioridade é o lucro. Aos pobres pesa a pecha social de que passam fome
porque querem, uma vez que o Brasil é um país generoso, onde tudo o que se
planta dá. Mas não é bem assim. Sem terra, teto e trabalho digno, nenhum ser
humano poderá viver com a dignidade de filhos e filhas de Deus respeitada e
promovida” (Bispos do Brasil, Texto-base
da Campanha da Fraternidade 2023, § 56).
Leitura Orante do Evangelho
A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e para
fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita
individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade.
O Papa Bento XVI diz que
“ouvir juntos a Palavra de Deus, praticar a Lectio Divina,
deixar-se surpreender pela novidade do Evangelho, superar a surdez àquilo que
não está de acordo com nossas opiniões ou preconceitos, é um caminho para
alcançar a unidade da fé, como resposta à escuta da Palavra”.
Os textos propostos aqui
são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. Pessoas e grupos que
desejarem, podem escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, seja
preparado um roteiro e se evite escolher apenas os textos que agradam mais.
Que a Palavra de Deus
encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos
inesperadamente difíceis, produza bons e abundantes frutos para a vida do mundo.
Missionários
da Sagrada Família
www.msfamericalatina.org | Passo Fundo/RS
Nenhum comentário:
Postar um comentário