As forças mais fecundas estão nas pequenas sementes | 788 | 28.07.2025 |
Mateus 13,31-35
Já vimos que Jesus prefere anunciar o mistério do
Reino de Deus através de parábolas. As parábolas são um recurso sapiencial e popular
que usa imagens da experiência cotidiana e exige o engajamento do ouvinte na
interpretação. Aos discípulos, Jesus se comunica de modo mais explicativo, mas
às multidões ele prefere usar as parábolas.
Nas parábolas de hoje, explicitamente relacionadas
com o Reino de Deus, ou Reino dos Céus, na linguagem contida de Mateus, Jesus
recorre às imagens da semente de mostrada e do fermento e parte da experiência
agrícola e doméstica. Enquanto a parábola do semeador chama a atenção sobre a
ação de semear e as condições da terra, as de contrastam o pequeno e o pouco de
hoje com a grandeza e a força no futuro.
Jesus tem presente que o aparente fracasso do Reino
que ele prega não se deve unicamente à oposição que muitos grupos fazem a ele,
mas também à própria natureza do reino de Deus. O Reino de Deus não cresce ao
modo dos impérios e poderes políticos, nem se impõe pela força e pela grandeza,
mas de modo discreto e escondido, lentamente, corroendo a lógica do poder e do
egoísmo como o fermento corrompe a farinha.
As parábolas do Reino de Deus nos chamam a manter
os pés e mãos no tempo presente, mas sem deixar de vislumbrar o futuro, com
realismo e esperança. O projeto alternativo do Reino de Deus, como o fermento
escondido pela farinha, é invisível aos olhos da elite, mas lentamente vai
minando o status quo e, de pequeno e quase invisível como a semente de
mostarda, se torna hortaliça frondosa à sobra da qual os povos e pessoas
oprimidas e frágeis (aves) encontram acolhida.
Às vezes, aquilo que nós e nossas organizações e
grupos fazemos parece muito pequeno e insignificante, praticamente sem futuro.
Mas, como é difícil medir a força de crescimento contida numa minúscula
semente, embora seja real e palpável, é-nos pedida a confiança de que aquilo
que é bom perdura e se multiplica. Somos peregrinos de esperança.
O texto termina com frases que nos causam desconforto. Mas o sentido
delas pode ser expresso assim: alguns ouvem e entendem a mensagem do Reino de
Deus e outros não entendem e rejeitam. Mas a salvação de Deus é oferecida a
todos, e está aberta até àqueles que a rejeitam. E isso é bom!
Sugestões para a
meditação
§ De que modo estas parábolas, assim como toda a vida e ensino
de Jesus, podem nos ensinar a unir realismo e esperança, paciência e urgência?
§ Você nota alguma “fermentação” evangélica na sua vida desde
que você começou a praticar a Leitura Orante do Evangelho?
§ O que podemos fazer para que o fermento do Evangelho ajude nossas
famílias e a Igreja a serem melhores?
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