O que estamos dispostos a dar para adquirir o sumo bem? | 790 | 30.07.2025 |
Mateus 13,44-46
Estamos diante das
últimas parábolas dessa espécie de “cartilha” que é o capítulo 13 do evangelho de
Mateus. O capítulo será concluído com algumas novas explicações sobre este
gênero de pregação e suas aplicações na vida. Aqui temos aquelas que conhecemos
como parábolas do tesouro escondido e encontrado por acaso, e da pérola
preciosa ardentemente buscada. Ambas falam, obviamente, da preciosidade
incomparável do reino de Deus e da reação de quem se encontra com ele.
O Reino de Deus é o horizonte que dá
sentido e direção a tudo o que Jesus busca, anuncia e faz. Seu conteúdo é uma
vida plena, fraterna e solidária acessível a todas as pessoas, um mundo no qual
haja lugar para todas as criaturas. Pode parecer incompreensível que haja quem
se feche a este anúncio, quem o rejeite e se oponha a ela. Na verdade, há quem
tenha essa atitude, também hoje: gente que não admite que todos somos iguais em
dignidade e possamos compartilhar os mesmos lugares e os mesmos bens; que não
abre mão de usufruir de algumas coisas com exclusividade, e que considera a
promoção dos outros como uma ameaça aos seus privilégios.
Por isso, as parábolas sublinham a
preciosidade, o valor incalculável do Reino de Deus, assim como a reação
esperada e adequada de quem se depara com ele. Na primeira parábola, ao que
parece, quem encontra o tesouro no campo é um trabalhador, e isso ocorre por
acaso. Mas o que ele faz é justo, e nos representa: arrisca todo o pouco que
tem e “aposta todas as fichas”, com incontida alegria, no mundo assim como foi
imaginado e criado por Deus, e promovido por Jesus. Ninguém entra no alegre
dinamismo sem essa ruptura fundamental.
A
condição do negociante de pérolas é um pouco diferente: ele se dedica
incansavelmente à procura de pérolas finas e valiosas. Quando seu empenho
alcança um bom resultado, ele se recusa a vender a pérola preciosa. Ele vende
tudo, abandona o ofício de comerciante e passa a dedicar-se integralmente ao
Reino de Deus. Ele descobre que o que vale mesmo todas as penas é buscar o
Reino de Deus e a sua justiça. O resto, inclusive as perseguições, vêm por
acréscimo. Mas esse é o tesouro que o ladrão não rouba e a traça do tempo não
corrói.
Sugestões para a meditação
§ Escute e leia as duas parábolas com a maior atenção
possível, acompanhando com a imaginação a ação e a reação dos personagens
§ Você acha que a Igreja tem conseguido sublinhar
adequadamente o valor precioso e desejável do Reino de Deus aos seus membros?
§ Em que medida o reino de Deus e a sua justiça é, para você,
a única coisa necessária, o valor pelo qual você tudo troca?
§ Nossa catequese e nossas celebrações conseguem despertar nos
cristãos a busca, a alegria e a ousadia? Por quê?
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