sábado, 26 de julho de 2025

Pai Nosso

A oração é a força dos fracos e a ‘fraqueza’ de Deus | 787 | 27.07.2025 | Lucas 11,1-13

A catequese de Jesus sobre a oração está inserida no contexto da sua caminhada para Jerusalém. Por isso, parece que a oração de Jesus está a serviço da fidelidade à sua decisão de construir o Reino de Deus e do enfrentamento das forças que se lhe opõem. Na oração Jesus vislumbra e recoloca diante de si o horizonte maior do Reino de Deus, e, assim, confirma seus passos nesta direção.

Mas Jesus não parece preocupado em pedir que os discípulos rezem: ele simplesmente se retira em oração para confirmar sua identidade e renovar sua responsabilidade. Observando isso, os discípulos pedem que lhes ensine a rezar. Eles conhecem os ritos e fórmulas de oração ensinados por João Batista e por outros líderes religiosos, e parecem desejar que Jesus os inicie nos ritos e práticas rígidas de oração.

Longe de induzir à passividade e a uma visão mágica da vida, a oração ensinada por Jesus potencializa os recursos de que dispomos para construir a vida. A oração supõe, expressa e cultiva a consciência de que nos falta algo importante. Quem dispõe de todos os poderes e recursos não precisa pedir nada ou agradecer a ninguém. E quem está satisfeito com o presente não espera nada para a futuro. A oração que Jesus ensina supõe esta consciência da grandeza e da urgência da missão.

Jesus fala de santificar o nome de Deus, o que significa esperar, reconhecer e promover ação libertadora de Deus. Na tradição profética, Deus é santificado quando liberta os oprimidos, perdoa os pecadores, sacia os famintos, repatria os exilados, protege os deserdados. Por outro lado, Jesus ensina que Deus é um pai bom, a quem podemos dirigir-nos com confiança, e até a insistir naquilo que necessitamos para fazer o bem.

A oração funciona também como uma pedagogia que suscita e alimenta o ardente desejo do Reino de Deus. Ela nos insere nos processos de transformação que estão em curso, mas que não se realizam por si mesmos. Por isso, a oração manifesta a atitude de não conformidade com o mundo do jeito que ele está, e que a vida depois da morte não é nossa única preocupação. A oração ensinada por Jesus estimula o ardente desejo do pão farto e gostoso em todas as mesas, todos os dias.

 

Sugestões para a meditação

§ Procure inserir-se na cena relatada pelo evangelista e interagir com os discípulos e com Jesus

§ Preste atenção a cada frase do roteiro da oração proposta por Jesus, e em cada nuance das duas parábolas que Jesus acrescenta

§ Quais são os pedidos de ajuda ou motivos de louvor que estão mais presentes em sua oração? E como você se envolve com eles?

§ Em que medida nossa oração nos compromete com aquilo que Jesus nos ensina a pedir, e com a urgência de que se realize?

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