O Reino de Deus é belo e precioso, mas também exigente | 791 | 31.07.2025 |
Mateus 13,47-53
Jesus termina a sessão das parábolas do Reino de
Deus lançando demonstrando sua preocupação em ser entendido pela multidão e com
uma boa formação para os discípulos: “Compreendestes tudo isso?” “Tudo isso” se
refere às parábolas e ao dinamismo do Reino de Deus na história, mas também ao
seu ensino como um todo. Ele sabe que entre a escuta e a compreensão há um
longo caminho de conversão a ser percorrido. E nós também sabemos que a
conversão é um dinamismo belo, mas exigente.
Compreender significa aderir à Boa Notícia e colocá-la
em prática, e Jesus está consciente do risco de que seus ouvintes não consigam
ou não queiram mudar sua mentalidade e visão de Deus e do mundo. E os fatos
posteriores mostrarão as dificuldades reais dos discípulos em compreender e
mudar. O caminho da conversão de mentalidade é longo e exigente!
Com a explicação da parábola da rede que pega uma
grande diversidade de peixes, Jesus volta à questão das práticas de vida
contrastantes, tanto na sociedade como na comunidade dos discípulos e
discípulas. Os peixes maus ou inaproveitáveis são as pessoas, grupos e setores
que resistem aos propósitos de Deus manifestados por Jesus; os bons são os
discípulos que perseveram no longo e complexo caminho do amadurecimento.
A tentação do fundamentalismo e da separação dos
discípulos que se julgam bons e puros dos outros é permanente, assim como o
risco de ficar nas velhas tradições herdadas, nas “antigas lições de viver pela
pátria e viver sem razões”. Cada nova geração precisa entender claramente a
dinâmica do Reino de Deus na história, que comporta tensões, ambivalências,
imperfeições, crescimento. Mas, no final, o mal e os malvados não terão a
última palavra.
Tonar-se discípulo de Jesus implica em um
compromisso real e consequente com ele e na disposição para aprender sempre,
para mudar e alargar a visão e os padrões de avaliação. Jesus é o próprio modelo
do especialista na Palavra, que sabe tirar coisas velhas e novas desse tesouro,
mais coisas novas que coisas velhas. Os valores valem, mas precisam manter a
capacidade de iluminar os novos problemas e os novos desafios. O que é velho,
bom, permanente e não muda é somente a misericórdia e a compaixão de Deus.
Nisso, Deus continua sempre o mesmo e não muda!
Sugestões para a
meditação
§ Como o sentido dado por Jesus à parábola da rede ilumina
nossas urgências e estimula nossa paciência com quem se mostra lento ou
resistente às mudanças?
§ Que luzes a imagem da rede que recolhe peixes bons e ruins
traz para nossa convivência familiar, comunitária e social?
§ Como conjugar paciência com urgência, evitando criminalizar
ou excluir quem diverge ou se opõe a nós?
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