A prática da vontade de Deus é a base da fraternidade | 776 | 16.07.2025 |
Mateus 12,46-50
Jesus acabara de acusar as autoridades religiosas
de serem incapazes de discernir sua identidade de Messias, enviado pelo Pai
para anunciar e inaugurar seu Reino. Depois, Jesus deixa a sinagoga. Na cena de
hoje, ele está em uma casa, não necessariamente a sua, com seus discípulos.
Essa casa é um lugar de encontro e convivência de uma nova família, uma família
alternativa, que relativiza os tradicionais laços de raça e de sangue.
Mateus diz que alguém avisou Jesus que sua mãe e
seus irmãos estão lá fora, e desejam falar com ele. Parece que eles se
aproximam- respeitosamente, sem interromper a ação missionária de Jesus. Estariam
movidos pela saudade? Pelo desejo de que ele voltasse para casa? Pela vontade
de segui-lo? Estar dentro ou fora dessa casa delimita claramente a pertença ao
“círculo” de Jesus e do Reino ou a auto exclusão dele.
A novidade do Reino de Deus, esperada por todos há
séculos e trazida por Jesus, implica claramente em uma mudança nas relações
sociais, econômicas, religiosas, políticas, mas também das relações familiares.
É no horizonte do Reino de Deus que Jesus questiona e supera o modelo de
família patriarcal, baseada nos laços de sangue e na submissão ao homem e
senhor, sempre funcional aos sistemas estruturados sobre a dominação.
Jesus responde ao aviso da chegada dos familiares
com uma pergunta, uma declaração e um gesto. Ele pergunta quem são seus irmãos,
suas irmãs e sua mãe. Dirigindo-se aos discípulos e discípulas que o circundam,
ele afirma, como que indicando com a mão: “Eis minha mãe e meus irmãos! Pois
todo aquele que faz a vontade do meu Pai, este é meu irmão, minha irmã e minha
mãe!” A comunidade de discípulos é a nova família, aberta, não sujeita aos
vínculos de sangue, de raça, de gênero, de religião. Nela, só Deus é Pai, e
todos - pai, mãe, filhos e filhas - são iguais em dignidade!
Nós cremos que Maria também está neste círculo, pois, ninguém mais que
ela, viveu para realizar prontamente a vontade do Pai. Nisso ela é modelo de
mãe, irmã e discípula. Mas é importante também que nos sintamos incluídos por
Jesus no âmbito da sua família. Somos seus irmãos, irmãs e sua mãe, se fazemos
a vontade do Pai. Mais que poderosa intercessora por nossos pedidos nem sempre
evangélicos, Nossa Senhora do Carmo nos guia na busca e na escuta de Jesus.
Sugestões para a
meditação
§ Procure inserir-se na cena relatada pelo evangelista e
interagir com os diversos personagens que aparecem
§ Como ressoa em você o questionamento de Jesus aos que falam
em nome de sua família e sua resposta a eles?
§ Você se sente efetivamente e com alegria irmão ou irmã de
Jesus e de todos aqueles que vivem seu Evangelho?
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