Jesus é o Servo enviado para elevar os humilhados | 779 | 19.07.2025 |
Mateus 12,14-21
Jesus havia questionado fortemente o ensino e a
prática dos fariseus, orgulhosos da sua piedade ostensiva, afirmando a
prioridade da vida sobre a lei. Isso ficou muito claro nos episódios dos
discípulos que colhem trigo para comer em dia de sábado e na cura do homem com
mão seca (cf. 12,1-8 e 12,9-13), o primeiro dos quais lemos e comentamos ontem.
Os fariseus sentem o golpe, mas não desistem, e tramam a morte de Jesus.
Sabendo disso, Jesus se retira do ambiente da
sinagoga. Uma multidão de gente necessitada, mesmo sem conhecer a fundo e sem
aderir a Jesus, vai atrás dele em busca de alívio para seus fardos. E o evangelista
diz que ninguém volta sem ser beneficiado. O que a religião oficial do judaísmo
e seus agentes não conseguem ou não querem fazer, Jesus faz, sem descanso e sem
impor condições. Mas ele rejeita toda forma de publicidade pelo bem que faz, e
isso é bem diferente de alguns pregadores que conhecemos.
Nesse momento, o evangelista busca na profecia de
Isaías a chave para bem entender a identidade e o modo de agir de Jesus. Jesus
é o Servo anunciado pelo profeta, uma realização plena e superior do resto
humilde e fecundo do povo deportado. Sendo Servo, Jesus não assusta nem oprime,
mas traz vida e bem-viver. O Servo (a palavra hebraica é a mesma para dizer “servo”
e “criança”) é aquele que faz em tudo a vontade de Deus, e não a sua vontade ou
a vontade das instituições.
Jesus é também o filho Amado do Pai, aquele que
realmente o agrada, pois o amor compassivo e misericordioso é a base e a
motivação de tudo o que ele diz e faz. Jesus é o ‘escolhido a dedo’ por Deus
Pai para realizar uma missão e, para tanto, foi ungido e recebeu o dinamismo do
Espírito de Deus. Ele recupera a sociedade e o mundo decaídos e diminuídos
pelas mais diversas forças de opressão, e os faz como Deus os sonhou.
Sendo o Servo, o Amado e o Escolhido, Jesus evita gastar tempo em
discussões teóricas e não se ocupa com a própria defesa. Ele não grita nas
praças, como faziam os mensageiros dos imperadores. Ele não é peso ou ameaça
para quem está atribulado e fragilizado, como pavio que vai se apagando. Ele
não quebra quem já está ‘moído’ e arrasado pela dominação, como a cana. Ele é a
esperança de todos povos, a visita de Deus que estabelece sua morada definitiva
na humanidade.
Sugestões para a
meditação
§ Acolha e deixe ressoar em você as imagens eloquentes do
profeta Isaías: Servo, Amado, Escolhido, Enviado.
§ Como poderemos testemunhar um Jesus Cristo que não grita
para se impor, não quebra quem já está machucado, que não esmaga quem já está
arrasado?
§ Você não acha que gastamos muito tempo e energia
defendendo-nos e em discussões estéreis com quem se opõe ao Evangelho?
Nenhum comentário:
Postar um comentário