A epopéia da Coluna Prestes
O dia 11 de abril de 1927 marca o
inicio da formação da Coluna Prestes, que percorreu 25 mil quilômetros,
combatendo as milícias dos latifundiários. Foi um movimento liderado por
militares, que faziam oposição à República Velha e às classes dominantes na
época. Teve início em abril de 1925, no governo de Artur Bernardes (1922-1926).
Memorial que marca o ponto de partida da Coluna (S. Angelo, RS) |
No início da
década de XX, o Brasil vivia sob o domínio das oligarquias rurais e setores médios urbanos,
como os militares, por exemplo, começaram a questionar este poder e a
pressionar por mais investimentos nas forças armadas.
O primeiro
levante militar ocorreu no Rio de Janeiro, liderado pelos tenentes do exército,
que ficou conhecido comoTenentismo. Em 1924, surgiu uma nova rebelião,
desta vez em São Paulo. Depois de muitos combates contra as tropas fiéis ao
governo, os revoltosos se refugiaram no interior do Estado.
Enquanto isso, Luís Carlos Prestes, também militar, organizava outro
grupo no Rio Grande do Sul. Em abril de 1925, as duas frentes de oposição, a
Paulista liderada por Miguel Costa, e a Gaúcha, por Prestes, uniram-se em Foz
do Iguaçu e partiram para uma caminhada pelo Brasil.
Com aproximadamente
mil e quinhentos homens, a Coluna Prestes percorreu 25.000 quilômetros. Durante
dois anos e meio atravessou 11 estados. Do sul, o grupo rumou para centro-oeste
do país, percorreu o nordeste, até o estado do Maranhão. Na volta, os
combatentes refizeram o caminho, até chegar à fronteira com Bolívia.
Nas cidades
por onde passava, a Coluna Prestes despertava apoio da população e a atenção
dos coronéis, que também eram alvo das críticas do movimento. Sempre vigiados
por soldados do governo, os revoltosos evitavam confrontos diretos com as
tropas, por meio de táticas de guerrilha.
Memorial à Coluna Prestes projetado por Oscar Niemayer (S. Angelo, RS) |
Por meio de
comícios e manifestos, a Coluna denunciava à população a situação política e social do país. Num primeiro momento, não houve muitos resultados, porém o
Movimento ajudou a balançar as bases, já enfraquecidas, do sistema oligárquico
e a preparar caminho para a Revolução de 1930.
Luís Carlos
Prestes tornou-se o ícone desta Marcha, ficando conhecido como “O cavaleiro
da esperança”. Ele não foi o principal líder da Coluna. Quem tomou a frente
do percurso foi Miguel Costa. Mas Prestes era o idealizador, aquele que
alimentava o sentimento de liberdade política, voto secreto e justiça social.
Em fevereiro
de 1927, a Coluna chegou à Bolívia, onde se desfez. Muitos combatentes se
exilaram ali mesmo. Prestes foi para Rússia e, posteriormente, voltou ao país
como um dos líderes do Partido Comunista Brasileiro (PCB).
Lidiane Duarte (http://www.infoescola.com/historia/coluna-prestes/)
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