Maria e a nova evangelização
Agradeço
a graça imerecida de estar com vocês, celebrando o início da preparação em
vista da solenidade celebrativa da padroeira desta paróquia, da nossa paróquia.
O tema
proposto para a celebração de hoje é Maria
e a nova evangelização. O Plano de
Pastoral da Arquidiocese diz que “evangelizar é levar a Boa Nova de
Cristo... a todos”. Levar é passar
adiante, transmitir algo a outros mediante palavras e testemunho de vida. É não
guardar em segredo, não reter só para si. Deus diz a Moisés que viu a miséria
do seu povo, ouviu seus clamores, conhece seus sofrimenbtos e, por isso, o
envia: “Vai, eu te envio para tirar do Egito o meu povo!” (Ex 3,1-10).
Um belo
dia, Jesus escolheu 72 discípulos e os enviou dois a dois: “Nas casas onde
vocês entrarem, digam primeiro: ‘A paz esteja nesta casa!’ Entrando numa
cidade, cuidem dos doentes e digam ao povo: ‘O Reino de Deus está próximo de
vocês!’ (cf. Lc 10,1-9). Após a ressurreição e antes de voltar ao Pai, Jesus
confia aos apóstolos, à sua Igreja, a missão mais importante: “Vão pelo mundo
inteiro e anunciem a Boa Nova para toda a humanidade!” (cf. Mc 16,15). “Vão!
Vão!... Se mandem! Bem ligeirinho... Nada de conversa fiada nas esquinas...”
Hoje se
diz que cabe a todos (a alguns, bem mais!) levar, transmitir, anunciar e
testemunhar a Boa Nova, isto é, evangelizar:
com novo ardor, com novas expressões e novos métodos. Eis porque se fala hoje
em nova evangelização. Nova
não no sentido de outra vez; nova no
modo de fazê-la (ardor, expressão e métodos).
O conteúdo que temos que anunciar não é novo, é o mesmo.
O Evangelho é Jesus
Qual é a Boa Nova que nos cabe levar adiante, transmitir
aos outros? Qual é a Boa Notícia que
temos para proclamar? Qual é mesmo a Boa
Nova, o núcleo do Evangelho?
Em primeiro
lugar, sem dúvidas, a Boa Nova é Jesus Cristo. É a pessoa de Jesus, sua vida e
suas obras, que somos chamados a levar aos outros.
Por quê
Jesus é notícia boa, boa nova ou Evangelho para o povo? Porque ele tem uma nova
doutrina, um novo projeto de sociedade, porque ele propõe uma religião diferente,
uma religião para o povo.
Em Jesus
e mediante Jesus o próprio Deus se coloca definitivamente ao lado dos oprimidos.
A história se repete: Deus vem para o meio do povo, desce em pessoa. Ele mesmo
vem libertar a humanidade. Ele mesmo vem, e entra no mundo por meio de Maria.
“Conceberás e darás à luz um filho... dar-lhe-ás o nome de Jesus... Ele será
grande e será chamado filho do Altíssimo... Eis que eu vos anuncio uma Boa
Notícia, uma alegria para todo o povo... Hoje nasceu para vocês um Salvador,
que é Cristo Jesus...”
O Evangelho é também o Reino de Deus
O Reino
de Deus é o novo tempo, tempo no qual os seres humanos não mais serão oprimidos
e explorados, torturados por reis e imperadores. É uma nova realidade social,
política e religiosa. É um novo modo de relacionar-se com Deus e com as
pessoas. É um novo jeito de organizar a sociedade nas dimensões econômica,
política, social e religiosa.
Pouco a
pouco, a evangelização provocará a conversão.
Os convertidos irão construindo o Reino de Deus, que é o Reino da verdade e da
vida, da santidade e da graça, da justiça, do amor e da paz.
Maria, a mãe e a catequista da nova evangelização
Maria é
nossa mãe na ordem da graça. Nossa conversão à fé e nossa adesão a Cristo e à
sua comunidade passam por Maria. Ela age, prepara o coração das pessoas para
que acolham Jesus e sua mensagem.
Enquanto
teve pernas, maria não ficou acomodada. Foi uma mulher ativa, e não uma
dorminhoca. Uma mulher muito atenta e serviçal. Não ficava esperando pelos
outros. Foi apressadamente às montanhas para servir a Isabel. Foi falar com
Jesus e com os mordomos na festa de casamento em Caná. Não esteve apenas aos
pés do seu filho... Esteve com os apóstolos no Cenáculo. Deste seu testemunho de
fé nasceu a Igreja. A Igreja nasceu com Maria e por Maria...
Como mãe,
Maria é também catequista. A nova evangelização deverá acontecer com Maria e
por Maria. Ela é a presença corajosa e humana
da mulher. A mulher é mais prática, mais criativa que nós homens. Novas
expressões, novos métodos, novo ardor na evangelização dependem muitíssimo da
presença e da ação da mulher em tudo.
Pe. Rodolpho Ceolin msf
(Anotações escritas
no dia 22 de novembro de 1992 em preparação para a homilia que faria na missa
de abertura tríduo da festa da Imaculada Conceição, padroeira da Paróquia do
Passo das Pedras, zona Norte de Porto Alegre)
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