Estamos celebrando a Semana da Pátria.
Como sempre, os riscos de um patroitismo ingênuo, seletivo xenófobo nos rondam.
Não podemos esquecer que o brado retumbante do povo heróico não se resume ao
discutível grito de Dom Pedro. Outros sonharam a liberdade, sofreram por este
sonho, e prepararam a terra com as próprias mãos e o próprio sangue a fim de
que ela germinasse. Os raios fúlgidos do sol da liberdade brilharam aqui e
acolá, mas continuam ameaçados por temporais diversos. O penhor da igualdade
sonhada continua sendo desafio. A pátria é amada e até idolatrada, mas o povo ainda
é desprezado. O Brasil da igualdade, da justiça e da sustentabilidade é ainda,
em grande parte, um sonho intenso. As poucas glórias do passado ainda esperam
pela justiça presente e pela paz futura. Ontem como hoje, muitos são os filhos e
filhos desta mãe gentil que não fogem à luta. Entre tantos, vamos recordar
alguns/mas.
Frei Caneca
“Não posso contar os meus
males, / Nem a mim mesmo em segredo; / É tão cruel o meu fado, / Que até de mim
tenho medo.” (Frei Caneca)
Joaquim do Amor Divino Rabelo
Caneca, mais conhecido como Frei Caneca, nasceu na cidade do Recife, em julho de 1779. Exerceu
atividades como sacerdote, jornalista e ‘cientista político’. Fez seus votos
religiosos no Convento do Carmo, em Pernambuco.
Aderiu ao movimento
republicano de Pernambuco e freqüentou um dos centros de conspiração política, a Academia
do Paraíso. Participou das tropas revoltosas do movimento de
independência de 1817, foi preso e levado para Salvador, onde permaneceu preso
até 1821.
Em 1822, a instauração da
monarquia de D. Pedro I, e a constituição de 1824, abriu caminhos para a
dissolução da Assembléia Constituinte.
Em julho de 1824, os líderes pernambucanos anunciaram a formação de uma nova
república, a Confederação do Equador.
Sem apoio esperado de países
estrangeiros e sem forças perante a monarquia, o movimento foi cercado e a
coluna de Frei Caneca pega pelas tropas legalistas. Frei Caneca foi preso e
levado ao calabouço, sendo sentenciado a morrer na forca.
Apesar de pedidos e
manifestações de religiosos, Frei Caneca foi levado à forca no dia 13 de
janeiro de 1825. Ninguém quis executar a tarefa de carrasco, e ele acabou sendo
morto por fuzilamento, em Recife.
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