Estamos celebrando a Semana da Pátria.
Como sempre, os riscos de um patroitismo ingênuo, seletivo xenófobo nos rondam.
Não podemos esquecer que o brado retumbante do povo heróico não se resume ao
discutível grito de Dom Pedro. Outros sonharam a liberdade, sofreram por este
sonho, e prepararam a terra com as próprias mãos e o próprio sangue a fim de
que ela germinasse. Os raios fúlgidos do sol da liberdade brilharam aqui e
acolá, mas continuam ameaçados por temporais diversos. O penhor da igualdade
sonhada continua sendo desafio. A pátria é amada e até idolatrada, mas o povo
ainda é desprezado. O Brasil da igualdade, da justiça e da sustentabilidade é
ainda, em grande parte, um sonho intenso. As poucas glórias do passado ainda
esperam pela justiça presente e pela paz futura. Ontem como hoje, muitos são os
filhos e filhos desta mãe gentil que não fogem à luta. Entre tantos, vamos
recordar alguns/mas.
Chico Mendes
“Atenção jovem do futuro! 6 de setembro de 2110, festa do primeiro
centenário da revolução socialista mundial, que unificou todos os povos do
planeta em um só ideal e um só pensamento de unidade socialista, e que pôs fim
a todos os inimigos da nova sociedade. Aqui fica apenas uma recordação do
triste passado de dor, sofrimento e morte... Desculpem, eu estava sonhando
quando escrevi estes acontecimentos que eu mesmo não verei. Mas tenho o prazer
de havê-los sonhado.” (Chico
Mendes)
Francisco Alves Mendes Filho
nasceu no dia 15 de dezembro de 1944, em Serigal Porto Rico, estado do Acre.
Filho de seringueiros, sem condições de estudar, iniciou na profissão do pai
aos nove anos de idade. Aprendeu a ler aos 20 anos de idade.
Chico
Mendes tornou-se líder de um movimento
de resistência social e pacífico, defendeu a floresta e os direitos dos seringalistas,
organizou movimentos a favor do meio ambiente.
Chico Mendes participou das
lutas dos seringueiros contra o desmatamento, alcançando apoio internacional.
Criou o Conselho Nacional de
Seringalistas para defender as condições de vida e trabalho das comunidades
locais. Entrou em conflito com grandes proprietários de terras e empresários do
setor de madereiras.
Em 1977, foi eleito vereador
de Xapuri pelo MDB, cujo partido não apoiava suas lutas e intenções. Em 1979, por
ter promovido debates entre igreja, sociedade civil e sindicatos na Câmara
Municipal da cidade, era constantemente ameaçado de morte e vista com olhas
grandes pela ditadura da época. E acabou sendo preso e torturado.
Chico Mendes foi dirigente do
recém-fundado Partido do Trabalhadores (PT) no Acre. Em 1982, presidiu o Sindicato dos Trabalhadores de Xapuri.
Em 1985, liderou o Encontro Nacional dos Seringueiros
e foi procurado pelo setor ambiental da ONU.
Chico Mendes denunciou o
desmatamento e a expulsão de seringueiros de suas terras no Congresso Norte
Americano, o que gerou cortes de investimentos do Banco Mundial em terras amazônicas.
As ameaças de morte
tornaram-se cada mais intensas. Chico Mendes morreu em 22 de dezembro de 1988,
aos 44 anos, assassinado na porta de sua casa. Os assassinos foram julgados e
condenados a 19 anos de prisão.
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