quarta-feira, 4 de novembro de 2020

Leitura Orante do Evangelho 197 (05.11.2020)

Dia 05 de Novembro| Quinta-feira | 31ª Semana do Tempo Comum

Evangelho segundo Lucas (15,1-10)

 

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade.

“Ouvir juntos a Palavra de Deus, praticar a lectio divina, deixar-se surpreender pela novidade dela, superar a surdez àquilo que não está de acordo com nossas opiniões ou preconceitos, é um caminho para alcançar a unidade da fé, como resposta à escuta da Palavra” (Bento XVI, Verbum Domini, 46).

Em tempos de restrições à convivência e à movimentação social, a leitura orante é um modo de ir além da simples assistência de celebrações virtuais e uma forma evitar que este seja um tempo pesado e estéril.

Os textos propostos são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. O grupos podem escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, preparem um roteiro e evitem escolher apenas os textos que agradam mais.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis, produza bons e abundantes frutos.

 (Missionários da Sagrada Família

https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS)

 

(1)    Coloque-se em atitude de oração

·      Escolha um momento adequado e tranquilo/a para a oração

·      Escolha o lugar no qual você se sinta bem

·      Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se

·      Acenda uma vela e tome a bíblia em suas mãos

·      Tome consciência de si mesmo/a e do momento que vivemos

·      Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus

·      Prepare-se ouvindo ou cantando: Cada vez que eu venho para te falar, na verdade eu venho para te escutar! (Clique aqui:  https://www.youtube.com/watch?v=2zdRFNQ7oRY)

 

(2)    Leia o texto da Palavra de Deus

·      Leia com toda a atenção o texto de Lucas 15,1-10

·      Leia o texto em voz alta (se possível)

·      Pelo que fazia e ensinava, Jesus escandalizava as pessoas piedosas e os líderes e chefes religiosos do seu tempo

·      Ao mesmo tempo, seu anúncio e sua acolhida generosa atraía as pessoas que não cabiam no sistema (pecadoras)

·      Enquanto os pecadores se aproximavam de Jesus para escutá-lo e se confraternizar, os fariseus se afastavam e criticavam

·      Jesus conta estas duas parábolas para justificar sua prática missionária e mostrar quem alegra e quem desgosta o Pai

·      O caminho de Jesus é o caminho da Igreja, a pratica de Jesus deve ser a prática dos seus discípulos/as

·      O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?

 

(3)    Medite a Palavra de Deus

·      Reconstrua o cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena

·      Procure perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?

·      Saboreie interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você

·      Não é verdade que a liberdade e a generosidade humana de Jesus e seu Evangelho às vezes escandalizam também a nós?

·      Será que entendemos realmente que Jesus se aproxima, busca e acolhe, e não se afasta, não julga e não se separa?

·      Perceba-se como a ovelha amada e procurada, como a moeda buscada e encontrada, motivo da alegria de Deus

 

(4)    Reze com o texto lido e meditado

·      Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus

·      Depois de escutar atentamente, agora é sua vez de falar

·      Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus

·      Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta

·      Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas

·      Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?

·      Alegre-se com as diversas iniciativas pastorais que levam nossas comunidades ao encontro das pessoas discriminadas

·      Participe da alegria de Deus, e louve a Deus por esses gestos

 

(5)    Contemple a vida à luz da Palavra

·      Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus

·      Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala

·      Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação

·      Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?

·      Como evitar que os cristãos de hoje, e nossa Igreja como um todo, recaia na tentação do farisaísmo?

·      Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

 

(6)    Retorne à vida cotidiana

·      Se considerar conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para ajudar na compreensão do texto lido

·      Recite o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de oração desse dia.

·      Recite ou cante a invocação: Jesus, Boa Notícia de Deus! Tua Palavra guie os passos meus!

·      Ouça e reze com a canção: São muitos os convidados, quase ninguém tem tempo... A decisão é tua! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=ROv-VbHb_vs)

·      Apague a vela, guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração

O Evangelho lembra-nos que os filhos não são uma propriedade da família, tem seu caminho pessoal de vida. A escolha de vida do filho e a sua própria vocação cristã podem exigir uma separação para realizar a entrega de si mesmo ao Reino de Deus (Papa Francisco, Amoris Laetitia, 18).

 

LEITURA COMPLEMENTAR

Não esqueçamos a porta de entrada dessas duas lindas e exigentes parábolas! Enquanto os pecadores e excluídos se aproximam e escutam Jesus, os fariseus e mestres da lei se afastam e criticam. Jesus se aproxima e se mistura e os líderes religiosos se afastam e separam das pessoas que estão fora de um sistema religioso baseado na Lei.

Enquanto Jesus se abaixa, os fariseus se elevam! Eles tem experiências de Deus diametralmente opostas. Fariseus e mestres da lei se comportam como quem presume ser justos que não precisam de conversão. Julgam-se os únicos que realmente dão alegria a Deus, porque cumprem sua vontade cumprindo os detalhes das leis.

Precisamos evitar a tentação de “torcer” estas parábolas pensando que elas falam da conversão dos pecadores. O foco não é a conversão de quem está em situação de risco, mas o cuidado primoroso de Deus por eles. Se a ovelha pode ser considerada “culpada” por perder-se, o mesmo não pode ser dito da moeda. É Deus cuida e resgata!

Com estas duas parábolas Jesus justifica e defende sua missão e sua prática acolhedora e solidária. Ela corresponde ao querer e ao agir do próprio Deus. Quem se escandaliza com ele, mesmo que ensine e cumpra as leis, na verdade não o conhece. É ignorante ou traidor da vontade de Deus. Quer “ensinar o pai-nosso ao vigário”.

Os discípulos/as de Jesus somos convidados/as a compartilhar a alegria do Pai, que, como o pastor e a dona de casa, chamam os amigos e as vizinhas para fazer parte do êxito da missão. Para ele, ninguém é justo a ponto de dispensar uma mudança. E, além de compartilhar a alegria de Deus, somos chamados/as participar da sua “saída” ao encontro dos “últimos” e excluídos dos bens e alegrias da vida. Com ele, vamos procurar e cuidar!

(Itacir Brassiani msf)

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