sexta-feira, 6 de novembro de 2020

Leitura Orante do Evangelho 199 (07.11.2020)

Dia 07 de Novembro| Sábado| 31ª Semana do tempo Comum

Evangelho segundo Lucas (16,9-15)

 

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade.

“Ouvir juntos a Palavra de Deus, praticar a lectio divina, deixar-se surpreender pela novidade dela, superar a surdez àquilo que não está de acordo com nossas opiniões ou preconceitos, é um caminho para alcançar a unidade da fé, como resposta à escuta da Palavra” (Bento XVI, Verbum Domini, 46).

Em tempos de restrições à convivência e à movimentação social, a leitura orante é um modo de ir além da simples assistência de celebrações virtuais e uma forma evitar que este seja um tempo pesado e estéril.

Os textos propostos são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. O grupos podem escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, preparem um roteiro e evitem escolher apenas os textos que agradam mais.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis, produza bons e abundantes frutos.

 (Missionários da Sagrada Família

https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS)

 

(1)    Coloque-se em atitude de oração

·      Escolha um momento adequado e tranquilo/a para a oração

·      Escolha o lugar no qual você se sinta bem

·      Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se

·      Acenda uma vela e tome a bíblia em suas mãos

·      Tome consciência de si mesmo/a e do momento que vivemos

·      Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus

·      Prepare-se ouvindo ou cantando: Cada vez que eu venho para te falar, na verdade eu venho para te escutar! (Clique aqui:  https://www.youtube.com/watch?v=2zdRFNQ7oRY)

 

(2)    Leia o texto da Palavra de Deus

·      Leia com toda a atenção o texto de Lucas 16,9-15

·      Leia o texto em voz alta (se possível)

·      Os/as discípulos/as de Jesus devem decidir com rapidez e coerência, usando os bens para construir o Reino de Deus

·      Aquilo que Jesus ensina com a parábola do administrador esperto, é aplicado nas sentenças do evangelho de hoje

·      Ninguém imagine que possa servir a Deus e seu Reino pensando unicamente nos próprios interesses, vantagens e bens

·      O/a discípulo/a de Jesus, os/as filhos/as da luz são amigos/as de Deus e dos/as amigos/as dele, e não amigos/as do dinheiro

·      O Evangelho e a vida de Jesus não deixam dúvidas: não há como servir a Deus e ao Dinheiro, ser amigo/a de deus e Das riquezas

·      O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?

 

(3)    Medite a Palavra de Deus

·      Reconstrua o cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena

·      Procure perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?

·      Saboreie interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você

·      Leia e releia estas frases e comparações, deixe-se levar pelas comparações, deixe-se interpelar pelas afirmações

·      Releia o texto à luz do uso dos bens que o pai misericordioso faz para acolher do filho e atender suas necessidades (15,11-32)

·      Como você e sua família estão usando os bens que administram (propriedades, conhecimento, capacidades profissionais): unicamente em vista de vocês mesmos?

 

(4)    Reze com o texto lido e meditado

·      Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus

·      Depois de escutar atentamente, agora é sua vez de falar

·      Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus

·      Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta

·      Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas

·      Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?

·      Peça a deus a lucidez, o desapego e a coragem para colocar aquilo que você é, sabe e tem a serviço do bem da humanidade

 

(5)    Contemple a vida à luz da Palavra

·      Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus

·      Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala

·      Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação

·      Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?

·      Como superar a falsa ideia de que a fé não tem nada a ver com o ter, o saber e o poder?

·      Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

 

(6)    Retorne à vida cotidiana

·      Se considerar conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para ajudar na compreensão do texto lido

·      Recite o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de oração desse dia.

·      Recite ou cante a invocação: Jesus, Boa Notícia de Deus! Tua Palavra guie os passos meus!

·      Ouça e reze com a canção: São muitos os convidados, quase ninguém tem tempo... A decisão é tua! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=ROv-VbHb_vs)

·      Apague a vela, guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração

A Palavra de Deus não é uma sequência de teses abstratas, mas uma companheira de viagem. Mesmo para as famílias que estão em crise ou imersas nalguma tribulação, ela mostra a meta do caminho, quando Deus enxugará todas as lágrimas dos seus olhos (Papa Francisco, Amoris Laetitia, 22).

 

LEITURA COMPLEMENTAR

O texto evangélico de hoje é um conjunto de sentenças unidas pelo tema do dinheiro. Jesus as busca na sabedoria popular e usa para aplicar a parábola do administrador esperto. Ele precisa ser lido à luz da parábola que meditamos ontem, pois exemplifica como ser filhos da luz.

No centro, está a questão do uso dos bens. Na perspectiva de Jesus e do reino de Deus, os bens só se justificam para socorrer as necessidades e consolidar as relações de fraternidade e solidariedade. Nosso patrão e senhor é Deus, ele é o dono de tudo, e nós somos administradores.

Não há como ser amigo/a de Deus e amigo/a das riquezas. A experiência da escravidão ensina que um escravo não pode pertencer a dois proprietários. Não há como ser discípulo de Jesus sendo meio egoísta e meio solidário, meio mentiroso e meio verdadeiro. Temos que escolher!

O/a discípulo/a de Jesus precisa servir a deus com inteireza, viver na lógica da partilha e da gratuidade, como o pai misericordioso, que gastou um monte de dinheiro para refazer os laços com o filho necessitado. O Reino de Deus não assegura direitos e méritos.

Segundo Jesus, os fariseus eram amigos do dinheiro, e não amigos de Deus e dos amigos/as de Deus. Por isso, os/as discípulos de Jesus devem tomar distância deles, comportar-se de modo diverso. Quem é correto no uso dos bens é elevado, quem só pensa em si é rebaixado.

“Quem dá aos pobres empresta a Deus”, ensina a sabedoria popular. Quem usa os bens em benefício da humanidade presta culto a Deus. Quem se submete à lógica do acúmulo de poder e de dinheiro e não consegue pensar senão em si mesmo, se submete a um ídolo. Não é possível conciliar estes dois caminhos. Não nos esqueçamos da parábola do camelo e do buraco da agulha...

(Itacir Brassiani msf)

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