Dia 04
de Novembro| Quarta-feira | 31ª Semana do Tempo Comum
Evangelho segundo Lucas (14,25-33)
A Leitura Orante da
Palavra de Deus é um exercício para iluminar e fecundar nossa vida cotidiana
com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo
ou em comunidade.
“Ouvir juntos a Palavra
de Deus, praticar a lectio divina, deixar-se
surpreender pela novidade dela, superar a surdez àquilo que não está de acordo
com nossas opiniões ou preconceitos, é um caminho para alcançar a unidade da
fé, como resposta à escuta da Palavra” (Bento XVI, Verbum Domini, 46).
Em tempos de restrições
à convivência e à movimentação social, a leitura orante é um modo de ir além da
simples assistência de celebrações virtuais e uma forma evitar que este seja um
tempo pesado e estéril.
Os textos propostos
são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. O grupos podem
escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, preparem um roteiro e
evitem escolher apenas os textos que agradam mais.
Que a Palavra de
Deus encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente
difíceis, produza bons e abundantes frutos.
(Missionários da Sagrada Família
https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS)
(1) Coloque-se
em atitude de oração
· Escolha
um momento adequado e tranquilo/a para a oração
· Escolha
o lugar no qual você se sinta bem
· Busque
uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se
· Acenda
uma vela e tome a bíblia em suas mãos
· Tome
consciência de si mesmo/a e do momento que vivemos
· Faça
silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
· Prepare-se
ouvindo ou cantando: Cada vez que eu venho para te falar, na
verdade eu venho para te escutar! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=2zdRFNQ7oRY)
(2)
Leia o texto da Palavra de Deus
· Leia
com toda a atenção o texto de Lucas 14,25-33
· Leia
o texto em voz alta (se possível)
· Jesus dissera que a vontade de Deus é
que a mesa do Reino fique cheia, que nela sejam recebidos os pobres excluídos
· Hoje ele sublinha que não se pode
aderir à novidade do Reino pela metade, mantendo compromissos com a velha ordem
· Quem se coloca no seu caminho deve
fazer bem as contas, para que não comece uma obra que ficará pela metade ou
fracassará
· No centro de tudo, está a liberdade e
o desapego em relação às riquezas e todas as estruturas que as mantém e
multiplicam, inclusive o modelo de família patriarcal
· O
que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?
(3)
Medite a Palavra de Deus
· Reconstrua
o cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena
· Procure
perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?
· Saboreie
interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você
· A maioria de nós iniciou a caminhada
da fé cristã sem reflexão e consciência sobre as exigências que ela comportaria
· O que tínhamos presente era apenas um
conjunto de obrigações e proibições de ordem moral, que não tocavam nos bens
· Hoje, com a aguda consciência que
temos, precisamos renovar essa opção avaliando bem os custos e as nossas
possibilidades
· O que é que está nos pressionando mais
e tornando menor nossa adesão ao Evangelho, dificultando a nossa perseverança?
(4)
Reze com o texto lido e meditado
· Tome
consciência de que este texto é Palavra de Deus
· Depois
de escutar atentamente, agora é sua vez de falar
· Não
mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
· Permita
que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
· Não
se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas
· Procure
perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?
· Faça sua a oração sincera, pedindo que
o Pai remova aquilo que diminui seu engajamento no Reino e os obstáculos a uma
perseverança consequente e generosa
(5) Contemple
a vida à luz da Palavra
· Procure
contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus
· Busque
meios para colocar em prática o que Deus lhe fala
· Perceba
o que você precisa mudar a partir dessa meditação
· Responda:
O
que Deus está pedindo que eu mude ou faça?
· O que fazer para ajudar nossas
comunidades a perseverar e aprofundar sua adesão ao Evangelho em tempos de
eleições?
· Assuma
um compromisso pessoal de conversão e mudança
(6) Retorne
à vida cotidiana
· Se
considerar conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para
ajudar na compreensão do texto lido
· Recite
o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de
oração desse dia.
· Recite
ou cante a invocação: Jesus, Boa Notícia de Deus! Tua Palavra guie
os passos meus!
· Ouça
e reze com a canção: São muitos os convidados, quase ninguém tem
tempo... A decisão é tua! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=ROv-VbHb_vs)
· Apague
a vela, guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração
“A Bíblia
considera a família também como o espaço da catequese dos filhos. Os pais têm o dever de cumprir, com
seriedade, a sua missão educativa, como ensinam frequentemente os sábios da
Bíblia” (Papa Francisco, Amoris Laetitia,
16-17).
LEITURA COMPLEMENTAR
A ligação desta cena com a
anterior parece ser as desculpas da elite religiosa e econômica para não
aceitar o convite à festa do Reino: “Acabado de casar e, por isso, não posso
ir; comprei um campo, e preciso ir vê-lo; comprei cinco juntas de boi, e vou
experimentá-las”.
Diante de uma relativa
multidão que manifesta interesse por ele, Jesus volta a enfatizar a prioridade
do Reino de Deus sobre vínculos familiares e interesses pessoais, pedindo que
avaliem os riscos e exigências do discipulado, a fim de “não fazer feio” mas
perseverar.
Para deixar isso bem claro e
assentado, Jesus recorre a duas parábolas: a construção de uma torre; a
preparação para uma batalha. Em ambos os casos, o sujeito deve analisar bem
seus recursos, fazer os cálculos e discernir se tem condições de levar a obra
ou a luta até o fim.
Jesus já havia advertido
seus discípulos sobre o risco de sofrer uma morte violenta e ignominiosa,
inclusive em nome da religião. É como se ele quisesse dizer aos candidatos a
discípulo/a: segui-lo é uma decisão muito comprometedora, na qual se entra no
omelete não como a galinha (dando os ovos) mas como o porco (dando a carne).
É claro que, com essas
parábolas, Jesus não pretende desencorajar os/as discípulos/as. O que ele quer
adverti-los que não é possível aderir ao Reino de Deus pela metade, que a
perseverança pressupõe uma decisão lúcida e consciente, contando com as
renúncias e riscos.
O evangelista conhecia a
inconstância e os sinais de retrocesso das comunidades diante das dificuldades
reais que estavam enfrentando. O núcleo dos perigos era o apego às riquezas,
das quais a família patriarcal era um dos elos importantes. Por isso, lembrará, mais adiante, o exemplo de Zaqueu.
(Itacir Brassiani msf)
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