Dia 06
de Novembro| Sexta-feira | 31ª Semana do Tempo Comum
Evangelho segundo Lucas (16,1-8)
A Leitura Orante da
Palavra de Deus é um exercício para iluminar e fecundar nossa vida cotidiana
com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo
ou em comunidade.
“Ouvir juntos a Palavra
de Deus, praticar a lectio divina, deixar-se
surpreender pela novidade dela, superar a surdez àquilo que não está de acordo
com nossas opiniões ou preconceitos, é um caminho para alcançar a unidade da
fé, como resposta à escuta da Palavra” (Bento XVI, Verbum Domini, 46).
Em tempos de
restrições à convivência e à movimentação social, a leitura orante é um modo de
ir além da simples assistência de celebrações virtuais e uma forma evitar que
este seja um tempo pesado e estéril.
Os textos propostos
são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. O grupos podem
escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, preparem um roteiro e
evitem escolher apenas os textos que agradam mais.
Que a Palavra de
Deus encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente
difíceis, produza bons e abundantes frutos.
(Missionários da Sagrada Família
https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS)
(1) Coloque-se
em atitude de oração
· Escolha
um momento adequado e tranquilo/a para a oração
· Escolha
o lugar no qual você se sinta bem
· Busque
uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se
· Acenda
uma vela e tome a bíblia em suas mãos
· Tome
consciência de si mesmo/a e do momento que vivemos
· Faça
silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
· Prepare-se
ouvindo ou cantando: Cada vez que eu venho para te falar, na
verdade eu venho para te escutar! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=2zdRFNQ7oRY)
(2)
Leia o texto da Palavra de Deus
· Leia
com toda a atenção o texto de Lucas 16,1-8
· Leia
o texto em voz alta (se possível)
· As parábolas do pastor cuidadoso e da
mulher atenta sublinham que caminho e a prática da Igreja deve ser o mesmo de
Jesus
· A parábola de hoje, dirigida aos
discípulos, nos provoca à esperteza própria de quem renasceu no ventre do Reino
de Deus
· Como discípulos/as, devemos decidir
com rapidez e coerência, usando dos bens e estruturas deste mundo para o Reino
de Deus
· Trata-se de decidir e agir olhando
tendo como meta fazer amigos, construir fraternidade, salvar o planeta
· O que devemos imitar não é a ação
desonesta e ilegal do administrador, mas a sabedoria com que se move
· O
que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?
(3)
Medite a Palavra de Deus
· Reconstrua
o cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena
· Procure
perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?
· Saboreie
interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você
· Leia e releia a parábola, colocando-se
no lugar dos discípulos, sem esquecer o todo do ensino e da prática de Jesus
· Considere também o exemplo do pai
misericordioso, que empenha todos os bens (que não pertencem totalmente a ele)
para acolher o filho e refazer a solidariedade familiar (15,11-32)
(4)
Reze com o texto lido e meditado
· Tome
consciência de que este texto é Palavra de Deus
· Depois
de escutar atentamente, agora é sua vez de falar
· Não
mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
· Permita
que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
· Não
se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas
· Procure
perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?
· Visualize tantas pessoas e
organizações que sabem usar os recursos econômicos, culturais, políticos e
tecnológicos a serviço dos pobres e da criação de “um outro mundo”
· Agradeça a Deus por esta sabedoria, e
a peça para você
(5) Contemple
a vida à luz da Palavra
· Procure
contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus
· Busque
meios para colocar em prática o que Deus lhe fala
· Perceba
o que você precisa mudar a partir dessa meditação
· Responda:
O
que Deus está pedindo que eu mude ou faça?
· Como superar o preconceito de não
encarnar o Evangelho no mundo da política e da economia para gerar mais vida?
· Assuma
um compromisso pessoal de conversão e mudança
(6) Retorne
à vida cotidiana
· Se
considerar conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para
ajudar na compreensão do texto lido
· Recite
o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de
oração desse dia.
· Recite
ou cante a invocação: Jesus, Boa Notícia de Deus! Tua Palavra guie
os passos meus!
· Ouça
e reze com a canção: São muitos os convidados, quase ninguém tem
tempo... A decisão é tua! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=ROv-VbHb_vs)
· Apague
a vela, guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração
“Há um rasto de sofrimento e sangue que atravessa muitas páginas da Bíblia,
da violência de Caim contra Abel, dos vários litígios entre os filhos e entre as esposas dos patriarcas e das
tragédias que cobrem de
sangue a família de David, às numerosas dificuldades familiares da história de
Tobias” (Papa Francisco, Amoris
Laetitia, 20).
LEITURA COMPLEMENTAR
Este é um dos textos evangélicos
considerados difíceis. Vem depois das três parábolas dirigidas aos fariseus (a
ovelha, a moeda e o filho perdidos e a alegria de quem os reencontrou). Desta
vez Jesus se dirige aos discípulos, e isso é importante para compreender o
texto.
A parábola fala de uma administrador
acusado ou caluniado de esbanjar os bens do patrão. Diante disso, ele reflete,
decide e age com rapidez e esperteza. Ele sabe que o presente é decisivo para o
futuro, por isso analisa e decide. Encontra um jeito esperto de garantir o
futuro.
A parábola dá apenas dois exemplos
dessa esperteza. Outros seriam possíveis. O que interessa é a esperteza, a
estratégia. Ele é administrador, “filho deste mundo”, e sabe como “se virar”
nele. Também os/as discípulos/as, filhos/as da luz, devem saber decidir à luz
do Reino.
O que deve ser imitada não é a ação
desonesta e ilegal, mas a capacidade de agir bem no presente em vista do
futuro. Aqueles/as que seguem Jesus devem ter lucidez e sabedoria para encarnar
na provisoriedade deste mundo a fraternidade, os valores definitivos do Reino
de Deus.
Como filhos e filhas da luz, nas
avaliações e decisões estratégicas que devemos tomar, não podemos ser guiados
pelo medo ou pelo apego a pequenas vantagens. Nada de medo de “sujar as mãos”
no mundo da política e da economia. O que é preciso é subordiná-los à
fraternidade.
Quando temos o Reino de Deus como
nosso tesouro e única riqueza, o medo se afasta, os olhos se abrem, e a
criatividade nos tira da comodidade. E não se trata de “salvar a nossa pele”,
mas de ter diante dos olhos o bem-estar da humanidade e da criação inteira.
Esta é a esperteza dos/as discípulos/as de Jesus, dos filhos e filhas da luz. O
resto é burrice, ambição e capitulação.
(Itacir Brassiani msf)
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