quinta-feira, 5 de novembro de 2020

Leitura Orante do Evangelho 198 (06.11.2020)

Dia 06 de Novembro| Sexta-feira | 31ª Semana do Tempo Comum

Evangelho segundo Lucas (16,1-8)

 

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade.

“Ouvir juntos a Palavra de Deus, praticar a lectio divina, deixar-se surpreender pela novidade dela, superar a surdez àquilo que não está de acordo com nossas opiniões ou preconceitos, é um caminho para alcançar a unidade da fé, como resposta à escuta da Palavra” (Bento XVI, Verbum Domini, 46).

Em tempos de restrições à convivência e à movimentação social, a leitura orante é um modo de ir além da simples assistência de celebrações virtuais e uma forma evitar que este seja um tempo pesado e estéril.

Os textos propostos são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. O grupos podem escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, preparem um roteiro e evitem escolher apenas os textos que agradam mais.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis, produza bons e abundantes frutos.

 (Missionários da Sagrada Família

https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS)

 

(1)    Coloque-se em atitude de oração

·      Escolha um momento adequado e tranquilo/a para a oração

·      Escolha o lugar no qual você se sinta bem

·      Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se

·      Acenda uma vela e tome a bíblia em suas mãos

·      Tome consciência de si mesmo/a e do momento que vivemos

·      Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus

·      Prepare-se ouvindo ou cantando: Cada vez que eu venho para te falar, na verdade eu venho para te escutar! (Clique aqui:  https://www.youtube.com/watch?v=2zdRFNQ7oRY)

 

(2)    Leia o texto da Palavra de Deus

·      Leia com toda a atenção o texto de Lucas 16,1-8

·      Leia o texto em voz alta (se possível)

·      As parábolas do pastor cuidadoso e da mulher atenta sublinham que caminho e a prática da Igreja deve ser o mesmo de Jesus

·      A parábola de hoje, dirigida aos discípulos, nos provoca à esperteza própria de quem renasceu no ventre do Reino de Deus

·      Como discípulos/as, devemos decidir com rapidez e coerência, usando dos bens e estruturas deste mundo para o Reino de Deus

·      Trata-se de decidir e agir olhando tendo como meta fazer amigos, construir fraternidade, salvar o planeta

·      O que devemos imitar não é a ação desonesta e ilegal do administrador, mas a sabedoria com que se move

·      O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?

 

(3)    Medite a Palavra de Deus

·      Reconstrua o cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena

·      Procure perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?

·      Saboreie interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você

·      Leia e releia a parábola, colocando-se no lugar dos discípulos, sem esquecer o todo do ensino e da prática de Jesus

·      Considere também o exemplo do pai misericordioso, que empenha todos os bens (que não pertencem totalmente a ele) para acolher o filho e refazer a solidariedade familiar (15,11-32)

 

(4)    Reze com o texto lido e meditado

·      Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus

·      Depois de escutar atentamente, agora é sua vez de falar

·      Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus

·      Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta

·      Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas

·      Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?

·      Visualize tantas pessoas e organizações que sabem usar os recursos econômicos, culturais, políticos e tecnológicos a serviço dos pobres e da criação de “um outro mundo”

·      Agradeça a Deus por esta sabedoria, e a peça para você

 

(5)    Contemple a vida à luz da Palavra

·      Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus

·      Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala

·      Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação

·      Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?

·      Como superar o preconceito de não encarnar o Evangelho no mundo da política e da economia para gerar mais vida?

·      Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

 

(6)    Retorne à vida cotidiana

·      Se considerar conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para ajudar na compreensão do texto lido

·      Recite o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de oração desse dia.

·      Recite ou cante a invocação: Jesus, Boa Notícia de Deus! Tua Palavra guie os passos meus!

·      Ouça e reze com a canção: São muitos os convidados, quase ninguém tem tempo... A decisão é tua! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=ROv-VbHb_vs)

·      Apague a vela, guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração

Há um rasto de sofrimento e sangue que atravessa muitas páginas da Bíblia, da violência de Caim contra Abel, dos vários litígios entre os filhos e entre as esposas dos patriarcas e das tragédias que cobrem de sangue a família de David, às numerosas dificuldades familiares da história de Tobias (Papa Francisco, Amoris Laetitia, 20).

 

LEITURA COMPLEMENTAR

Este é um dos textos evangélicos considerados difíceis. Vem depois das três parábolas dirigidas aos fariseus (a ovelha, a moeda e o filho perdidos e a alegria de quem os reencontrou). Desta vez Jesus se dirige aos discípulos, e isso é importante para compreender o texto.

A parábola fala de uma administrador acusado ou caluniado de esbanjar os bens do patrão. Diante disso, ele reflete, decide e age com rapidez e esperteza. Ele sabe que o presente é decisivo para o futuro, por isso analisa e decide. Encontra um jeito esperto de garantir o futuro.

A parábola dá apenas dois exemplos dessa esperteza. Outros seriam possíveis. O que interessa é a esperteza, a estratégia. Ele é administrador, “filho deste mundo”, e sabe como “se virar” nele. Também os/as discípulos/as, filhos/as da luz, devem saber decidir à luz do Reino.

O que deve ser imitada não é a ação desonesta e ilegal, mas a capacidade de agir bem no presente em vista do futuro. Aqueles/as que seguem Jesus devem ter lucidez e sabedoria para encarnar na provisoriedade deste mundo a fraternidade, os valores definitivos do Reino de Deus.

Como filhos e filhas da luz, nas avaliações e decisões estratégicas que devemos tomar, não podemos ser guiados pelo medo ou pelo apego a pequenas vantagens. Nada de medo de “sujar as mãos” no mundo da política e da economia. O que é preciso é subordiná-los à fraternidade.

Quando temos o Reino de Deus como nosso tesouro e única riqueza, o medo se afasta, os olhos se abrem, e a criatividade nos tira da comodidade. E não se trata de “salvar a nossa pele”, mas de ter diante dos olhos o bem-estar da humanidade e da criação inteira. Esta é a esperteza dos/as discípulos/as de Jesus, dos filhos e filhas da luz. O resto é burrice, ambição e capitulação.

(Itacir Brassiani msf)

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