domingo, 27 de dezembro de 2020

Roteiro de Leitura Orante do Evangelho 250

Roteiro de Leitura Orante do Evangelho 250

Dia 28/12/2020 | Segunda-feira | Santos Inocentes

Evangelho segundo Mateus (2,13-18)

 

(1)    Coloque-se em atitude de oração

·      Escolha um momento adequado e tranquilo/a para a oração

·      Escolha o lugar no qual você se sinta bem

·      Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se

·      Acenda uma vela e tome a bíblia em suas mãos

·      Tome consciência de si mesmo/a e do momento que vivemos

·      Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus

·      Prepare-se ouvindo a canção Mataram mais um irmão, do Pe. Zezinho (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=Ao7Ql7vl_Jk)

 

(2)    Leia o texto da Palavra de Deus

·      Leia com toda a atenção o texto de Mateus 2,13-18

·      Leia o texto em voz alta (se possível)

·      Este texto, indicado para a memória do martírio das crianças inocentes, faz parte ciclo natalino

·      A Igreja acolheu este testemunho como memória da violência de Herodes e chamado a testemunhar Jesus com a vida

·      Junto com a memória do martírio de Estêvão, o Evangelho nos adverte contra a tentação do romantismo diante de Jesus

·      José, atento aos riscos do menino, nos ensina a sermos solícitos quando se trata de defender a vida dos pequenos

·      O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?

 

(3)    Medite a Palavra de Deus

·      Procure perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?

·      Releia o texto lentamente, detendo-se nos personagens e nas diversas cenas que o compõem

·      Procure se deter nas palavras do mensageiro de Deus e na obediência despojada e pronta de José

·      De que iniciativas somos capazes e onde buscamos inspiração para enfrentar as situações que urgem uma intervenção corajosa?

·      Saboreie interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você

 

(4)    Reze com o texto lido e meditado

·    Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus

·    Depois de escutar atentamente, agora é sua vez de falar

·    Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus

·    Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta

·    Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas

·    Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?

·    Tente sintonizar com o clamor dos/as inocentes perseguidos/as hoje, e procure emprestar sua voz orante a eles/as

 

(5)    Contemple a vida à luz da Palavra

·    Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus

·    Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala

·    Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação

·    Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?

·    Como você e sua família podem tutelar a dignidade dos inocentes?

·    Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

 

(6)    Retorne à vida cotidiana

·    Se considerar conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para ajudar na compreensão do texto lido

·    Recite o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de oração desse dia.

·    Recite ou cante a invocação: Jesus, Maria e José: acolhei-nos, iluminai-nos e congregai-nos!

·    Ouça e, se possível, assista, a canção Cântico dos mártires da terra (Aqui: https://www.youtube.com/watch?v=O79nHBUI7c4)

·    Apague a vela e termina seu momento de oração

 

Elementos complementares sobre Mateus 2,13-18

Na festa de hoje somos chamados/as a proclamar com a vida aquilo que professamos com os lábios. Nos sonhos, José reforça a consciência da própria vocação: tomar conta da vida do Menino e protegê-lo ante todos os riscos e ameaças. Ele nos convoca a fazer o mesmo, em nome do filho Jesus.

José, o carpinteiro de Nazaré e marido de Maria, se inspira noutro José, aquele que fora vendido pelos irmãos aos mercadores do Egito. É dele do dia se transformam em sonhos à noite. Assim, o pai e protetor de Jesus toma consciência das urgências e mostra-se obediente à vontade de Deus.

Acostumado a se impor pelo medo, Herodes não admite que alguém desobedeça às suas ordens. A fúria que dorme sob o disfarce da piedade é acordada pelo mais simples sinal de insubmissão. A raiva contra os magos que o enganam se volta contra as crianças. Com medo de um concorrente ao trono, Herodes opta pelo extermínio dos inocentes.

O medo e a prepotência dos poderosos sempre fazem vítimas, e as crianças são atingidas em primeira linha. Como diz o Mateus, citando o profeta Jeremias, a violência sofrida pelos inocentes é um grito que brada aos céus, provoca um lamento inconsolável e não deriva da vontade de Deus.

A Igreja acolheu o testemunho das crianças de Belém e as reconhece como mártires. Elas nem mesmo haviam conhecido Jesus nem aderido ao seu caminho. Mas tiveram a vida destruída por causa de Jesus Cristo. Mesmo sem dizer uma só palavra, confessaram com o sangue a chegada do Filho de Deus e testemunharam a violência mórbida de Herodes.

Apesar das aparências contrárias, a liturgia de hoje não é um lamento, mas um convite à confiança. Depois de lembrar nossas fragilidades e limites, João afirma: “Temos junto do Pai um defensor”. E a comunidade, que canta seu salmo no templo, não cansa de repetir: “Bendito seja o Senhor”. A fé que herdamos das primeiras comunidades nos diz discretamente que aqueles que semearam violentamente a morte dos inocentes não duraram muito (cf. Mt 2,20).

(Itacir Brassiani msf)

Uma frase para pensar...

Que relevância tem a figura do “bom samaritano” num mundo onde aparecem e crescem grupos sociais que se agarram a uma identidade que os separa dos outros? Como pode impressionar pessoas que tendem a organizar-se de maneira a impedir qualquer presença estranha que possa perturbar tal identidade e esta organização auto defensiva e autorreferencial? Para elas, fica excluída a possibilidade de fazer-se próximo, pois é possível ser próximo apenas de quem me permite consolidar os benefícios pessoais. A expressão «próximo» perde seu significado, e ocupa seu lugar a palavra «sócio», aquele que se associa para alguns interesses. (Papa Francisco, Fratelli Tutti, 102)

 

Sobre a Leitura Orante do Evangelho...

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade.

“Ouvir juntos a Palavra de Deus, praticar a lectio divina, deixar-se surpreender pela novidade dela, superar a surdez àquilo que não está de acordo com nossas opiniões ou preconceitos, é um caminho para alcançar a unidade da fé, como resposta à escuta da Palavra” (Bento XVI, Verbum Domini, 46).

Em tempos de restrições à convivência e à movimentação social, a leitura orante é um modo de ir além da simples assistência de celebrações virtuais e uma forma evitar que este seja um tempo pesado e estéril.

Os textos propostos são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. Os grupos podem escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, preparem um roteiro e evitem escolher apenas os textos que agradam mais.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis, produza bons e abundantes frutos.

 Missionários da Sagrada Família

https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS

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