Roteiro de Leitura Orante do Evangelho 303
Dia 19/02/2021 | Sexta-feira após as Cinzas
Evangelho segundo Mateus (9,14-15)
(1)
Coloque-se em atitude de oração
·
Escolha
um momento adequado e tranquilo/a para a meditação
·
Escolha
o lugar no qual você se sinta bem e não seja interrompido
·
Busque
uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se
·
Acenda
uma vela, e tome a bíblia em suas mãos
·
Tome
consciência de si mesmo/a e do momento que vivemos
·
Faça
silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
·
Recorde
o tema e o apelo da Campanha da
Fraternidade Ecumênica
·
Prepare-se
cantando “Palavra não foi feita para dividir ninguém” (Clique aqui: (https://www.youtube.com/watch?v=wOMld02GtmE)
(2) Leia o texto da
Palavra de Deus
· Leia com toda a
atenção o texto de Mateus 9,14-15
· Leia o texto em
voz alta (se possível)
· Jesus está em plena missão restauradora da vida, acolhendo
e reabilitando as pessoas cansadas e abatidas por várias causas
· Por ocasião do chamado de Mateus – um cobrador de
impostos, desprezado e excluído pelos judeus – Jesus é questionado
· Tanto os fariseus como os discípulos de João Batista
acham estranho que Jesus não faça jejum e coma com gente pecadora
· Jesus se apresenta como o “Noivo” da Nova Aliança,
inclusão dos excluídos, e numa festa de casamento não há lugar para o luto
· O verdadeiro jejum é lutar pela superação das relações
de dominação, opressão, divisão e violência
· O que este trecho
da Palavra de Deus diz em si mesmo?
(3) Medite a Palavra
de Deus
· Procure perceber: O que
a Palavra de Deus diz a você hoje?
· Leia atentamente, palavra por palavra, estes dois
versículos do evangelho segundo Mateus
· Se possível, leia também o episódio que antecede o
trecho de hoje, que narra a refeição de Jesus na casa de Mateus (Mt 9,9-13)
· O que significa dizer que não podemos fazer jejum
enquanto o noivo está conosco, mas que somente quando ele nos for tirado?
· Por que o jejum encontra hoje tanta resistência entre
nós, e qual seria o sentido aceitável e cristão do jejum?
· Se puder, leia as
notas sobre o texto (na página seguinte)
· Saboreie
interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você
(4) Reze com o texto
lido e meditado
· Tome consciência
de que este texto é Palavra de Deus
· Depois de escutar
atentamente, agora é sua vez de falar
· Não mude de
assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
· Permita que o
próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
· Não se preocupe
com raciocínios e frases bem articuladas
· Procure perceber o que
a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?
· Reze espontaneamente agradecendo a Deus pela
misericórdia e acolhida que, em Jesus, ele estende para todas as pessoas
(5)
Contemple a vida à luz da Palavra
· Procure contemplar
a realidade do mundo com o olhar de Deus
· Busque meios para
colocar em prática o que Deus lhe fala
· Perceba o que você
precisa mudar a partir dessa meditação
· Responda: O que
Deus está pedindo que eu mude ou faça?
· Que atitudes ou iniciativas podemos tomar para que
nosso jejum seja expressão inequívoca de luta contra as diversas formas de
opressão?
(6)
Retorne à vida cotidiana
· Recite o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de
oração do dia
· Recite ou cante a
invocação: Jesus, Maria e José: acolhei-nos, iluminai-nos e congregai-nos!
· Medite e reze com
o Hino
da Campanha da Fraternidade 2021 (Acessível aqui: https://www.youtube.com/watch?v=I2xfIWNSQb8)
· Assuma um
compromisso pessoal de conversão e mudança
· Apague a vela e
termina seu momento de oração
Algumas
pistas sobre Mateus 9,14-15
No texto de ontem Jesus já questionava a
atitude que pode contaminar o jejum, a esmola e até a oração. E indicava a
postura correta e capaz de manter o sentido profundo e bom destas expressões de
piedade. No texto de hoje, depois de ser questionado sobre seu desprezo pelo
jejum pelos fariseus, volta a ser interrogado pelos discípulos de João Batista
sobre o mesmo tema: “Por que razão nós e os fariseus praticamos (muitos)
jejuns, mas teus discípulos não?”
Este episódio do Evangelho, mesmo que pareça
contradizer a recomendação da Igreja para o tempo da quaresma (jejum, oração e
esmola), na verdade resgata o sentido original do jejum: romper com os
mecanismos de dominação e opressão, como ensina o profeta Isaías (cf. 58,1-9).
É isso que Jesus faz e ensina: diversamente dos fariseus, ele acolhe e
reintegra as pessoas oprimidas e marginalizadas à convivência social,
proclamando a dignidade delas.
Como relata Mateus no episódio que antecede o
questionamento de hoje, Jesus chamou para junto de si um cobrador de impostos,
terrivelmente odiado e desprezado pelos judeus; perdoou pessoas taxadas como
pecadoras; curou doentes. Para essa gente, o jejum que acompanha as situações
dolorosas e o reconhecimento da indignidade haviam chegado ao fim, e, diante de
tamanha graça de Deus, não poderiam não festejar.
O ensino e as atitudes de Jesus desconcertam,
mas, para ele, o jejum é luto, e a partilha à mesa é vida. Com ele, e com o
Reino de Deus, o clamor de dor se transforma em louvor e gratidão. Como “noivo”
da Nova Aliança de Deus com seu povo, Jesus tem autoridade para relativizar ou
mudar alguns preceitos, por mais sagrados que possam parecer.
Quando Jesus é “retirado” do meio de nós e volta
a ser crucificado nos seus “irmãos mais pequeninos”, o jejum volta a fazer sentido: jejuar para que a
festa da vida seja para todos; privar-se de algo para ser dom, para partilhar,
para lutar contra a opressão a partir de dentro de nós mesmos/as.
(Itacir Brassiani msf)
Fragmentos da Campanha da Fraternidade
“Escravização e racismo são cruzes diariamente fincadas entre
populações negras e indígenas para a
manutenção de privilégios para uma
elite bem restrita. A intolerância
religiosa é impulsionada para justificar
uma moralidade falsa e a prática da violência. A intolerância religiosa é consequência dos muros que nos separam:
o racismo, o fundamentalismo do mercado e a xenofobia. A mensagem de Jesus não ergue muros, mas derruba-os; não é de ódio, mas
de amorosidade”. (Texto-Base, § 88, 90-91)
Leitura Orante do Evangelho
A Leitura
Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e para fecundar
nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou
em família, em grupo ou em comunidade.
“Ouvir juntos a Palavra de Deus, praticar a Lectio Divina,
deixar-se surpreender pela novidade do Evangelho, superar a surdez àquilo que
não está de acordo com nossas opiniões ou preconceitos, é um caminho para
alcançar a unidade da fé, como resposta à escuta da Palavra” (Bento XVI, Verbum Domini, 46).
Em
tempos nos quais o amor ao próximo e a precaução com a saúde impõem restrições
à convivência e à movimentação social, a Leitura
Orante é um modo de ir além da simples assistência de celebrações virtuais
e uma forma evitar que este seja um tempo pesado e estéril.
Os
textos propostos aqui são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária.
Pessoas e grupos que desejarem, podem escolher outros textos, desde que tenham
uma sequência, seja preparado um roteiro e se evite escolher apenas os textos
que agradam mais.
Que
a Palavra de Deus encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo
nesses tempos inesperadamente difíceis, produza bons e abundantes frutos para a
vida do mundo.
Missionários da Sagrada Família
https://misafala.org/ |
Passo Fundo/RS
(http://itacir-brassiani.blogspot.com/)
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