Ano C Roteiro de
Leitura Orante do Evangelho Nº 732
Dia 23/04/2022 | Oitava da Páscoa | Sábado
Evangelho segundo Marcos (16,9-15)
(1) Coloque-se em atitude de oração
· Escolha
um momento adequado e tranquilo/a para a meditação
· Escolha
o lugar no qual você não seja interrompido/a
· Busque
uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se
· Acenda
uma vela, e tome a bíblia em suas mãos
· Tome
consciência de si mesmo/a e do tempo que vivemos
· Faça
silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
· Prepare-se
cantando o Salmo 117: “Este é o dia...” (Clique
aqui: https://www.youtube.com/watch?v=7sFZ_4fZJOE)
(2) Leia o texto da Palavra de Deus
· Leia
com toda a atenção o texto de Marcos 16,9-15
· Leia
o texto em voz alta (se achar necessário e for possível)
· A ressurreição de
Jesus não é uma evidência, nem com os discípulos da primeira hora, nem hoje
· A cena anterior de
Marcos (16,1-8) termina dizendo que, apesar da ordem diferente de Jesus, as
mulheres se calam sobre a ressurreição
· Esta cena as
reabilita, mas também sublinha a resistência dos apóstolos, que não acreditam
nelas, nem nos discípulos de Emaús
· Essa resistência
incompreensível chama uma advertência de Jesus, que reprova a cabeça dura e a
falta de fé
· Mas, no fim, mesmo
assim, Jesus confia a essa gente de cabeça dura a missão inadiável de anunciar
seu Evangelho sem restrições
· O
que a Palavra de Deus diz em si mesma, o que está escrito?
(3) Medite a Palavra de Deus
· Procure
perceber o que a Palavra de Deus lida e meditada diz a você hoje, qual é seu
sentido nesse momento da vida?
· Leia atentamente, sem
pressa, palavra por palavra, gesto por gesto, esta cena que envolve discípulas
e discípulos
· Como entender essa
resistência que as pessoas mais “confiáveis” e próximas de Jesus resistam tanto
em aceitar sua ressurreição?
· Será que também
corremos o risco de desviar nossa atenção de Jesus crucificado e do chamado a
voltar à Galileia?
· Temos consciência de
que a afirmação da ressurreição de Jesus não nos livra da morte, e confirma num
caminho pleno de riscos?
· Preferimos um Jesus
que “sobe aos céus” ou um Jesus que é “elevado na cruz”, “desce aos infernos” e
nos precede nas “periferias”?
· Se achar oportuno e for possível, leia as
“pistas” (página 3)
(4) Reze com o texto lido e meditado
· Tome
consciência de que este texto é Palavra de Deus
· Depois
de escutar atentamente, agora é sua vez de falar
· Não
mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
· Permita
que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
· Não
se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas
· Procure
perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus
(5) Contemple a vida à luz da Palavra
· Procure
contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus
· Busque
meios para colocar em prática o que Deus lhe fala
· Perceba
o que você precisa mudar a partir dessa meditação
· Responda:
O
que Deus está pedindo que eu mude ou faça?
· À luz do anúncio
insistente e arriscado das mulheres, o que precisamos mudar em relação a elas
em nossas comunidades?
(6) Retorne à vida cotidiana
· Recite
o Pai Nosso e a Ave Maria
· Recite
a invocação: “Jesus ressuscitado, vencendo a opressão e a morte, tu fazes a nossa
esperança a cada dia mais forte!”
· Assuma
um compromisso pessoal de conversão e mudança
· Medite
e reze com canção pascal “Fica conosco, Senhor!” (Aqui: https://www.youtube.com/watch?v=G7UNHSbjl_U)
· Assuma
um compromisso pessoal de conversão e mudança
· Apague
a vela e conclua seu momento de oração
Pistas sobre Marcos 16,9-15
Entre o primeiro
relato de Marcos sobre a ressurreição de Jesus (16,1-7) e o relato que
meditamos hoje (16,9-15), há um versículo problemático (v. 8), propositalmente
dispensado pela liturgia pascal: “Saindo, elas (as três Marias) fugiram do
túmulo, pois estavam tomadas de tremor e espanto. E não contaram nada a ninguém,
pois tinham medo...” Como entender este medo e este silêncio?
O evangelho de
Marcos faz questão de não romancear o papel dos primeiros apóstolos, e,
originalmente, não tem um final feliz, ao gosto das narrativas imperiais e de
Hollywood. A narrativa terminava com uma pergunta envolvente, dirigida aos
leitores/as e discípulos/as: vocês e aquelas mulheres superaram ou não o medo e
recomeçaram o seguimento de Jesus na Galileia, onde foi à nossa frente?
Isso ressoa como
uma advertência para não cairmos em leituras maquiadoras e facilitadoras, como:
reabilitar a primazia do papel masculino; imaginar Jesus como um profeta
poderoso; tirar Jesus da terra e instalá-lo “no alto dos céus”. No evangelho
segundo Marcos, Jesus oferece poucas respostas, mais ainda se fazemos as
perguntas erradas. Mas, questionando-nos, ele nos chama a tomar uma posição. E
Marcos nos apresenta apenas Jesus “no alto” da cruz e na frente, esperando-nos
nas “periferias”.
O epílogo de hoje (v. 9-15) faz parte
de um acréscimo, ou de uma releitura do texto original de Marcos. De qualquer
modo, as mulheres vão testemunhar o que viram aos apóstolos (que estavam
chorando, enlutados), mas, como sempre, eles não deram crédito às mulheres, e
nem a dois outros discípulos que diziam ter encontrado Jesus no caminho. Mais
uma vez, eles merecerão uma dura advertência de Jesus, “por causa da falta de
fé e da dureza de coração”, por não terem acreditado nas testemunhas.
O texto, o último de Marcos, termina
com um novo mandato missionário: a fé na ressurreição nos leva a recomeçar o
caminho do discipulado na periferia da Galileia, e nos envia a percorrer o
mundo inteiro anunciando o Evangelho do Deus compassivo e crucificado pela
humanidade a todos os povos e criaturas.
(Itacir Brassiani msf)
Alegria e esperança
“O gênero humano nunca foi tão rico nem dispôs de tantos
recursos e tanto poder econômico; no entanto, uma grande parte dos habitantes
da terra passa fome, é atormentada pela pobreza e pelo analfabetismo. Nunca se
teve um senso tão aguçado da liberdade, mas, ao mesmo tempo, surgem novas
formas de escravidão social e psíquica. O mundo percebe intensamente sua
unidade e a interdependência de uns para com os outros, mas, ao mesmo tempo,
cava-se um abismo cada vez maior entre as forças que se combatem.” (Vaticano
II, Gaudium et Spes, § 4)
Leitura
Orante do Evangelho
A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e para
fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita
individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade.
O Papa Bento XVI diz que “ouvir juntos a Palavra de
Deus, praticar a Lectio Divina, deixar-se surpreender pela novidade do
Evangelho, superar a surdez àquilo que não está de acordo com nossas opiniões
ou preconceitos, é um caminho para alcançar a unidade da fé, como resposta à
escuta da Palavra”.
Em tempos nos quais o amor ao próximo e a precaução com a
saúde impõem restrições à convivência e à movimentação social, a Leitura Orante é um modo de ir além da
simples assistência de celebrações virtuais e uma forma evitar que este seja um
tempo pesado e estéril.
Os textos propostos aqui são aqueles indicados pela Igreja
para a liturgia diária. Pessoas e grupos que desejarem, podem escolher outros
textos, desde que tenham uma sequência, seja preparado um roteiro e se evite
escolher apenas os textos que agradam mais.
Que a Palavra de Deus encontre em cada um/a de nós um
terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis, produza bons
e abundantes frutos para a vida do mundo.
Missionários
da Sagrada Família
https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS
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