SEGUIDORES/AS LÚCIDOS/AS
É um erro pretender ser discípulos/as
de Jesus sem parar para refletir sobre as exigências concretas de seguir seus
passos e sobre a força que devemos ter para fazê-lo. Jesus nunca pensou em
seguidores/as inconscientes, mas em pessoas lúcidas e responsáveis.
As duas imagens que Jesus usa são muito
concretas. Ninguém começa a construir uma torre sem refletir sobre como deve
agir para conseguir terminá-la. Seria um fracasso começar a construir e não
conseguir terminar a obra iniciada.
O Evangelho que Jesus propõe é um modo
de construir a vida. Um projeto ambicioso, capaz de transformar a nossa
existência. Por isso não é possível viver de forma evangélica sem parar para
refletir sobre as decisões que devem ser tomadas a cada momento.
O segundo exemplo também é claro.
Ninguém enfrenta de forma inconsciente um adversário que vem atacar com um
exército muito mais poderoso sem antes refletir previamente se esse combate
terminará em vitória ou será uma derrota. Seguir Jesus é enfrentar os
adversários do reino de Deus e sua justiça. Não é possível lutar a favor do
reino de Deus de qualquer maneira. É necessário lucidez, responsabilidade e
decisão.
Nos dois exemplos repete-se o mesmo: os
dois personagens sentam-se para refletir sobre as exigências, os riscos e as
forças com que contam para levar a cabo a tarefa. Segundo Jesus, entre os seus
seguidores e seguidoras sempre será necessário a meditação, o debate, a
reflexão. Caso contrário, o projeto cristão pode ficar inacabado, pela metade,
ou menos.
É um erro sufocar o diálogo e impedir o
debate na Igreja. Precisamos mais do que nunca deliberar juntos sobre a
conversão que nós, seus seguidores, temos que viver hoje; sentar para pensar
com que forças havemos de construir o reino de Deus na sociedade moderna. Caso
contrário, a nossa evangelização será uma torre inacabada.
José
Antonio Pagola
Tradução
de Antonio Manuel Álvarez Perez
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