Ano C Roteiro de
Leitura Orante do Evangelho Nº 870
Dia 09/09/2022 | XXIII
Semana do tempo Comum | Sexta-feira
Evangelho segundo
Lucas (6,39-42)
(1) Coloque-se em atitude de oração
· Escolha
um momento adequado e tranquilo/a para a meditação
· Escolha
o lugar no qual você não seja interrompido/a
· Busque
uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se
· Acenda
uma vela, e tome a bíblia em suas mãos
· Tome
consciência de si mesmo/a e do tempo que vivemos
· Faça
silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
· Prepare-se
ouvindo e cantando: “A Palavra está perto de ti, em tua boca e em teu
coração” (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=BU9zUi4N3Yc)
(2) Leia o texto da Palavra de Deus
· Leia
com toda a atenção o texto de Lucas 6,39-42
· Leia
o texto em voz alta (se achar necessário e for possível)
· As
palavras enfáticas e exigentes de Jesus, assim como as duas breves parábolas
que apresenta, são dirigidas aos discípulos/as, e não aos fariseus e doutores
da lei
· Quem
quer seguir Jesus, deve estar disposto/a a tê-lo como modelo e guia, viver no
seu espírito, participar da sua missão
· E
isso sempre numa necessária atitude de discípulo/a e irmã/a, evitando a postura
de juiz/a e superior/a
· É
sempre deplorável a postura de “querer ensinar o padre a rezar a missa”, de
corrigir a liberdade e a novidade de Jesus
· O
que a Palavra de Deus diz em si mesma, o que está escrito?
(3) Medite a Palavra de Deus
· Procure
perceber o que a Palavra de Deus lida e meditada diz a você hoje, qual é seu
sentido nesse momento da vida?
· Retome
cada palavra e cada comparação ou figura usada por Jesus e tente perceber o que
significam para você
· Você
percebe, em você mesmo/a e na sua comunidade, sinais da tentação de ser como um
cego que quer guiar cegos, corrigir os outros sem fazer autocrítica?
· Como
podemos conjugar a renúncia a julgar e condenar os outros com o dever de agir e
falar com coragem profética diante das injustiças e mentiras que ferem nossos
irmãos e irmãs?
· Se achar oportuno e for possível, leia as
“pistas” (página 3)
(4) Reze com o texto lido e meditado
· Tome
consciência de que este texto é Palavra de Deus
· Depois
de escutar atentamente, agora é sua vez de falar
· Não
mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
· Permita
que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
· Não
se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas
· Procure
perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus
· Repita
com sinceridade e confiança: “Jesus, tu és a luz dos olhos meus! Jesus, brilhe
esta luz nos passos meus seguindo os teus!”
(5) Contemple a vida à luz da Palavra
· Procure
contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus
· Busque
meios para colocar em prática o que Deus lhe fala
· Perceba
o que você precisa mudar a partir dessa meditação
· Responda:
O
que Deus está pedindo que eu mude ou faça?
· Como
você, sua família e sua comunidade podem viver hoje e concretamente a correção
fraterna?
(6) Retorne à vida cotidiana
· Recite
o Pai Nosso e a Ave Maria
· Recite
a invocação: “Jesus, Mestre da compaixão, ajuda-nos a encarnar na vida todas as tuas
belas lições”
· Assuma
um compromisso pessoal de conversão e mudança
· Medite
e reze com canção: “A
partilha começa na mesa” (https://www.youtube.com/watch?v=iIfCZ8_mWDc)
· Assuma
um compromisso pessoal de conversão e mudança
· Feche
a bíblia, apague a vela e encerre seu momento de oração
Breves notas sobre Lucas 6,39-42
Um pouco antes desta cena, Jesus deixara claro que
a misericórdia do Pai, expressa concretamente na vida e ação de Jesus, é a
referência e o dinamismo que orienta e move a ação dos cristãos. Nossa condição
é a de aprendizes e discípulos/as, e não de juízes. Estamos na estrada, e não
sentados no tribunal. Somos irmãos e irmãs, e não magistrados. Não há crítica
legítima sem autocrítica.
No trecho de hoje, Jesus não se dirige aos fariseus
ou doutores da lei, mas à comunidade de discípulos/as. Para preveni-los do
risco da crítica infundada e de assumirem a postura de superiores e juízes,
Jesus recorre a dois provérbios ou sentenças: a do cego que se oferece
nesciamente como guia; a do cisco no olho que impede de ver claramente a
sujeira externa.
A advertência de Jesus é clara: todos/as nós podemos
ser cegos/as e levar os outros a tropeçar e a cair; ninguém está em condições
de julgar ninguém; não podemos criticar ninguém se não exercitarmos a
autocrítica diante de Jesus e do seu Evangelho; em relação aos outros, somos
irmãos, e não juízes. Quando esquecemos isso, acabamos por manifestar nossa
petulância e hipocrisia, e mostrando que somos iguais aos criticáveis fariseus
e doutores da lei.
E a regra também é meridianamente clara: nossas
relações devem pautar-se pelas relações de Jesus, único mestre e guia capaz de
conduzir à vida e à verdade. Como discípulos/as, não somos maiores nem podemos
ser diferentes do mestre. “Todo discípulo bem formado será como o mestre”. E
Jesus não pautou sua vida pelo julgamento e pela condenação, mas pelo amor que
liberta e edifica. É claro que isso não elimina a profecia, que nasce da paixão
pela verdade.
Somente as pessoas que têm o olhar limpo e o
coração puro (consciência dos próprios limites) estão em condições de ajudar e
criticar os outros, e sempre como irmãos/irmãs. A misericórdia do Pai, que é
bondoso tanto para com os bons como para os ingratos e maus, será sempre a
nossa medida. Quem somos nós para colocarmo-nos acima dele? Quem teria
competência para corrigir o próprio filho de Deus?
(Itacir
Brassiani msf)
Vocação: graça e missão
“Pela escuta dos pobres, é possível
habituar-se a relacionar a mensagem do texto bíblico com as situações humanas
que precisam da luz da Palavra, ouvir a interpelação de Deus nas situações
concretas de alegria, medo, dor, incerteza e preocupações, e perceber os apelos
à conversão, ao serviço e à fraternidade. Trata-se
de deixar-se interpelar pela vida. Da
voz dos pobres e abandonados emana a força para a justiça e a paz” (Texto-Base
do 3º Ano Vocacional [2022-2023], §
115).
Leitura
Orante do Evangelho
A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e para
fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita
individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade.
O Papa Bento XVI diz que
“ouvir juntos a Palavra de Deus, praticar a Lectio Divina,
deixar-se surpreender pela novidade do Evangelho, superar a surdez àquilo que
não está de acordo com nossas opiniões ou preconceitos, é um caminho para
alcançar a unidade da fé, como resposta à escuta da Palavra”.
Em tempos nos quais o
amor ao próximo e a precaução com a saúde impõem restrições à convivência e à
movimentação social, a Leitura Orante
é um modo de ir além da simples assistência de celebrações virtuais e uma forma
evitar que este seja um tempo pesado e estéril.
Os textos propostos aqui
são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. Pessoas e grupos que
desejarem, podem escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, seja
preparado um roteiro e se evite escolher apenas os textos que agradam mais.
Que a Palavra de Deus
encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos
inesperadamente difíceis, produza bons e abundantes frutos para a vida do mundo.
Missionários
da Sagrada Família
https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS
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