quinta-feira, 8 de setembro de 2022

Roteiro de Leitura Orante do Evangelho Nº 870

Ano C Roteiro de Leitura Orante do Evangelho Nº 870

Dia 09/09/2022 | XXIII Semana do tempo Comum | Sexta-feira

Evangelho segundo Lucas (6,39-42)

(1) Coloque-se em atitude de oração  

·    Escolha um momento adequado e tranquilo/a para a meditação

·    Escolha o lugar no qual você não seja interrompido/a

·    Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se

·    Acenda uma vela, e tome a bíblia em suas mãos

·    Tome consciência de si mesmo/a e do tempo que vivemos

·    Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus

·    Prepare-se ouvindo e cantando: A Palavra está perto de ti, em tua boca e em teu coração” (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=BU9zUi4N3Yc)

 

(2) Leia o texto da Palavra de Deus

·    Leia com toda a atenção o texto de Lucas 6,39-42

·    Leia o texto em voz alta (se achar necessário e for possível)

·    As palavras enfáticas e exigentes de Jesus, assim como as duas breves parábolas que apresenta, são dirigidas aos discípulos/as, e não aos fariseus e doutores da lei

·    Quem quer seguir Jesus, deve estar disposto/a a tê-lo como modelo e guia, viver no seu espírito, participar da sua missão

·    E isso sempre numa necessária atitude de discípulo/a e irmã/a, evitando a postura de juiz/a e superior/a

·    É sempre deplorável a postura de “querer ensinar o padre a rezar a missa”, de corrigir a liberdade e a novidade de Jesus

·    O que a Palavra de Deus diz em si mesma, o que está escrito?

 

(3) Medite a Palavra de Deus

·    Procure perceber o que a Palavra de Deus lida e meditada diz a você hoje, qual é seu sentido nesse momento da vida?

·    Retome cada palavra e cada comparação ou figura usada por Jesus e tente perceber o que significam para você

·    Você percebe, em você mesmo/a e na sua comunidade, sinais da tentação de ser como um cego que quer guiar cegos, corrigir os outros sem fazer autocrítica?

·    Como podemos conjugar a renúncia a julgar e condenar os outros com o dever de agir e falar com coragem profética diante das injustiças e mentiras que ferem nossos irmãos e irmãs?

·    Se achar oportuno e for possível, leia as “pistas” (página 3)

 

(4) Reze com o texto lido e meditado

·    Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus

·    Depois de escutar atentamente, agora é sua vez de falar

·    Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus

·    Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta

·    Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas

·    Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus

·    Repita com sinceridade e confiança: “Jesus, tu és a luz dos olhos meus! Jesus, brilhe esta luz nos passos meus seguindo os teus!”

 

(5) Contemple a vida à luz da Palavra

·    Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus

·    Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala

·    Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação

·    Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?

·    Como você, sua família e sua comunidade podem viver hoje e concretamente a correção fraterna?

 

(6) Retorne à vida cotidiana

·    Recite o Pai Nosso e a Ave Maria

·    Recite a invocação: “Jesus, Mestre da compaixão, ajuda-nos a encarnar na vida todas as tuas belas lições”

·    Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

·    Medite e reze com canção: “A partilha começa na mesa” (https://www.youtube.com/watch?v=iIfCZ8_mWDc)

·    Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

·    Feche a bíblia, apague a vela e encerre seu momento de oração

 

Breves notas sobre Lucas 6,39-42

Um pouco antes desta cena, Jesus deixara claro que a misericórdia do Pai, expressa concretamente na vida e ação de Jesus, é a referência e o dinamismo que orienta e move a ação dos cristãos. Nossa condição é a de aprendizes e discípulos/as, e não de juízes. Estamos na estrada, e não sentados no tribunal. Somos irmãos e irmãs, e não magistrados. Não há crítica legítima sem autocrítica.

No trecho de hoje, Jesus não se dirige aos fariseus ou doutores da lei, mas à comunidade de discípulos/as. Para preveni-los do risco da crítica infundada e de assumirem a postura de superiores e juízes, Jesus recorre a dois provérbios ou sentenças: a do cego que se oferece nesciamente como guia; a do cisco no olho que impede de ver claramente a sujeira externa.

A advertência de Jesus é clara: todos/as nós podemos ser cegos/as e levar os outros a tropeçar e a cair; ninguém está em condições de julgar ninguém; não podemos criticar ninguém se não exercitarmos a autocrítica diante de Jesus e do seu Evangelho; em relação aos outros, somos irmãos, e não juízes. Quando esquecemos isso, acabamos por manifestar nossa petulância e hipocrisia, e mostrando que somos iguais aos criticáveis fariseus e doutores da lei.

E a regra também é meridianamente clara: nossas relações devem pautar-se pelas relações de Jesus, único mestre e guia capaz de conduzir à vida e à verdade. Como discípulos/as, não somos maiores nem podemos ser diferentes do mestre. “Todo discípulo bem formado será como o mestre”. E Jesus não pautou sua vida pelo julgamento e pela condenação, mas pelo amor que liberta e edifica. É claro que isso não elimina a profecia, que nasce da paixão pela verdade.

Somente as pessoas que têm o olhar limpo e o coração puro (consciência dos próprios limites) estão em condições de ajudar e criticar os outros, e sempre como irmãos/irmãs. A misericórdia do Pai, que é bondoso tanto para com os bons como para os ingratos e maus, será sempre a nossa medida. Quem somos nós para colocarmo-nos acima dele? Quem teria competência para corrigir o próprio filho de Deus?

 (Itacir Brassiani msf)

Vocação: graça e missão

Pela escuta dos pobres, é possível habituar-se a relacionar a mensagem do texto bíblico com as situações humanas que precisam da luz da Palavra, ouvir a interpelação de Deus nas situações concretas de alegria, medo, dor, incerteza e preocupações, e perceber os apelos à conversão, ao serviço e à fraternidade. Trata-se de deixar-se interpelar pela vida. Da voz dos pobres e abandonados emana a força para a justiça e a paz(Texto-Base do 3º Ano Vocacional [2022-2023], § 115).

Leitura Orante do Evangelho

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e para fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade.

O Papa Bento XVI diz que “ouvir juntos a Palavra de Deus, praticar a Lectio Divina, deixar-se surpreender pela novidade do Evangelho, superar a surdez àquilo que não está de acordo com nossas opiniões ou preconceitos, é um caminho para alcançar a unidade da fé, como resposta à escuta da Palavra”.

Em tempos nos quais o amor ao próximo e a precaução com a saúde impõem restrições à convivência e à movimentação social, a Leitura Orante é um modo de ir além da simples assistência de celebrações virtuais e uma forma evitar que este seja um tempo pesado e estéril.

Os textos propostos aqui são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. Pessoas e grupos que desejarem, podem escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, seja preparado um roteiro e se evite escolher apenas os textos que agradam mais.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis, produza bons e abundantes frutos para a vida do mundo.

Missionários da Sagrada Família

https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS

(http://itacir-brassiani.blogspot.com/)

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