Jesus inova ao aceitar mulheres como discípulas
841 | 19 de setembro de 2025 | Lucas 8,1-3
Os três versos do trecho do evangelho
de hoje nos apresentam Jesus anunciando a boa notícia do Reino de Deus, missão
na qual é acompanhado e auxiliado pelo “grupo dos doze” e por um bom número de
mulheres. A maioria delas fora libertada de um passado de dominação, medo e
exclusão e beneficiada pela misericórdia de Jesus Cristo. Não se trata de
pecadoras no sentido moral, mas de pessoas que, por motivos diversos, eram
tratadas como pouco importante, de segunda categoria.
Que Jesus tenha admitido
mulheres como discípulas é algo bastante claro nos evangelhos, mas também muito
inusitado, e não apenas para a cultura daquele tempo. Os pais escolhiam mestres
e educadores para seus filhos, mas não para suas filhas. Por mais importantes
que pudessem ser na dimensão afetiva e na educação dos filhos, as mulheres eram
confinadas ao mundo doméstico. Nesse aspecto, Jesus representa uma novidade e
uma ruptura com os padrões judaicos. A novidade do Reino de Deus gera relações
de partilha, serviço e autonomia.
As mulheres que acompanham
Jesus, nomeadas pelas escrituras ou não, não são explicitamente chamadas de discípulas,
mas o são de fato. Elas “caminham atrás de Jesus”, seguem seu caminho, e
aparecem em nível de igualdade com o grupo dos doze. As mulheres aparecem nos
evangelhos como servidoras eficazes – como diaconisas! – e são modelos daquilo
que se espera de todo discípulo missionário de Jesus e do Reino de Deus. O que
poderíamos esperar mais que isso?
O que congrega e caracteriza
este grupo amplo e diversificado de pessoas que seguem Jesus é a plena
dedicação a ele, a disposição de deixar-se educar e formar na sua “escola”, a
dedicação ao anúncio da boa notícia do Reino de Deus e o testemunho de
abertura, acolhida, partilha e fraternidade. A novidade de Jesus se mostra na
comunidade que o segue, e esta é uma comunidade sem fronteiras, que acolhe
mulheres e outras tantas categorias de excluídos!
Que belo exemplo, e que provocação contundente, Jesus faz às
nossas igrejas, ainda tão masculinas e resistentes ao pleno reconhecimento do
jeito feminino de viver a missão! E isso deve ser dito mais incisivamente a
respeito da nossa velha e amada Igreja Católica Apostólica Romana, que, nesse
ponto, parece inamovível. As diferenças entre homem e mulher não pode implicar
em hierarquização e exclusão. Não podemos mudar aquilo que Jesus nos deixou
como herança e mandamento.
Sugestões para a
meditação
§
Você e sua
comunidade eclesial têm se esforçado para reconhecer a plena dignidade das
mulheres e não tem impedido que tenham lugar e importância como os homens?
§
Por que a igreja
católica ainda não consegue incluir plenamente as mulheres nos seus ministérios
e postos de direção e decisão?
§
O que fazer para
que a Igreja seja coerente com Jesus no tratamento inclusivo das mulheres e
outras categorias de pessoas menosprezadas ou excluídas?
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