domingo, 14 de setembro de 2025

As dores de Maria

Maria, mãe dos aflitos que estão junto à cruz!

837 | 15 de setembro de 2025 | João 19,25-27

Ao que parece, a devoção e a festa de Nossa Senhora das Dores remonta ao século XV, e tem origem na cidade de Colônia (Alemanha). Segundo a tradição, as dores de Maria seriam infinitas, por isso sintetizáveis em sete: a profecia de Simeão a respeito dela e de Jesus; o exílio no Egito, com José e Jesus; e perda de Jesus no templo; o encontro com Jesus no caminho da cruz; a crucificação de Jesus; a morte de Jesus; o sepultamento de Jesus.

No encontro do velho Simeão com o casal José e Maria e o filho recém-nascido resplandece uma convicção: a bondade e a misericórdia de Deus brilham no mundo para todos os povos, sem nenhuma exclusão. Jesus e a salvação de Deus não pertencem exclusivamente ao povo de Israel. E essa é uma boa notícia que permite que Simeão, representante de um povo que esperou por este anúncio séculos e séculos, conclua sua caminhada e parta em paz.

Mas, como luz que brilha para as nações (e não só para Israel), Jesus acaba também definindo a sorte de todas as pessoas que o encontram: ele provoca discernimento, evidencia as ambiguidades, torna-se fator de contradição, pedra de alicerce e, ao mesmo tempo, pedra de tropeço. Diante dele e por ele, uns caem, outros se levantam; uns são rebaixados, outros são elevados. A luz sempre mostra tanto o que há de belo como o que há de feio em nós e ao nosso redor

Esta profecia de Simeão sobre Jesus recém-nascido causa admiração em José e Maria, que são abençoados por ele. Simeão bendiz e abençoa os pais de Jesus, para que eles possam contribuir positivamente na realização dessa missão. Mas, dirigindo-se a Maria, Simeão adverte que ela sofrerá com o filho que trouxe no ventre, carrega nos braços e apresenta ao templo.

O sofrimento de Maria não tem nada de particular e tudo de comunitário e eclesial, pois antecipa o sofrimento que muitos discípulos e discípulas provarão no futuro. Suas dores não se resumem àquela que sentiu ao ver o filho pregado na cruz. É também a dor de ver que o filho é um profeta rejeitado; de ver um povo cansado, abatido e sem rumo; é também a dor que compartilha com os discípulos missionários humilhados e perseguidos. 

 

Sugestões para a meditação

§ Retome cada palavra, imagem ou expressão usadas por Simeão na sua bela e exigente profecia sobre Jesus, Maria e José

§ O que significa celebrar Nossa Senhora das Dores no contexto de medo, angústia, distanciamento, incertezas, dor e luto por pelas mais de 580 mil mortes, da pandemia e da crise social que ela deflagrou?

§ Quais são os pensamentos, sentimentos e projetos secretos ou disfarçados por nós que um Deus crucificado traz à luz?


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