É festa de casamento, e o vinho novo é o melhor!
827 | 05 de setembro de 2025 | Lucas 5,33-39
Depois da pesca frutuosa e do chamado de Pedro e
seus companheiros de trabalho, nas cenas que a sequência litúrgica trata
noutras oportunidades, Jesus cura um leproso (v. 12-16) e um paralítico (v.
17-26), chama o publicano Mateus a segui-lo e vai à casa dele se confraternizar
com outros cobradores de impostos e pecadores (v. 27-32). Isso provoca
desconforto nos fariseus, que começam a questionar as práticas religiosas de
Jesus e o comportamento dos seus discípulos.
Ao interpelar Jesus a respeito do comportamento dos
discípulos, os fariseus querem atingir o próprio Jesus. O ponto de discordância
é o jejum praticado pelos fariseus e também por João Batista e seus seguidores.
Jesus e seus discípulos fazem pouco caso do jejum e priorizam a festa e a confraternização.
Levi se converte ao Evangelho de Jesus e, ao invés de fazer jejum, organiza uma
festa, para a qual convidou outros cobradores de impostos. É quase uma
provocação às tradições dos judeus.
Na sua resposta, Jesus não despreza o jejum, mas
justifica a alegria e a esperança que nascem da chegada do Reino de Deus. E faz
isso recorrendo a duas sentenças ou parábolas que contrapõem uma realidade
velha e uma novidade. A palavra “novo” aparece quatro vezes nestes versículos,
e se refere ao Reino de Deus, à nova Aliança assinada por Jesus. Nesta
aliança-casamento, Jesus é o noivo da humanidade, e o vinho e o vestido apontam
para a festa e a alegria.
Quem entra na lógica do Reino de Deus assume um
estilo de vida divergente a alternativo àquele vivido como fachada e de um modo
superficial: a purificação que agrada a Deus e faz bem às pessoas é interior, e
não exterior. Para alguns judeus, mormente os mais piedosos, a abertura à
novidade do Reino de Deus anunciado e inaugurado por Jesus é difícil, e eles
preferem remendos numa roupa velha ou o vinho velho, ao qual já se habituaram,
mesmo que tenha perdido qualidade e sabor.
Os discípulos de Jesus são
convidados e perceber e viver essa novidade, deixando de lado “velhas lições” e
“velhos hábitos”, rigorosos e excludentes, que levam a formar guetos fechados de
pessoas que se consideram perfeitas e superioras às demais, e tratam as outras
com desprezo, chegando até a atitudes e palavras violentas.
Sugestões para a
meditação
§ Retome pacientemente o episódio,
começando pelo chamado de Levi e pela festa na casa dele (v. 27-32)
§ Perceba o escândalo e o desconcerto
dos fariseus diante da troca da austeridade e do jejum pela confraternização à
mesa
§ Deixe-se inspirar pelas imagens do
Reino de Deus: o remendo novo em roupa velha, o vinho novo em pipas antigas e a
festa da Aliança
§ Você percebe, em você e sua
comunidade, sinais da tentação de usar o Evangelho para remendar práticas que
nada tem a ver com eles?
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