terça-feira, 30 de setembro de 2025

Candidatos a discípulo

Jesus nos dá liberdade e nos pede radicalidade

853 | 01 de outubro de 2025 | Lucas 9,57-62

A caminho rumo de Jerusalém, onde se daria um confronto decisivo com as autoridades religiosas, Jesus e seus discípulos não haviam sido bem acolhidos por cidadãos de uma vila da Samaria (cf. 9,51-56). Chateados, os discípulos pensam em retaliação, mas Jesus simplesmente procura outro povoado. Pouco a pouco, os discípulos percebem as exigências e consequências de seguir alguém como Jesus.

Neste contexto, o evangelista apresenta três situações típicas de pessoas que se apresentam como candidatas ao seguimento de Jesus, três diferentes experiências de encontro com ele. Um discípulo deve sempre saber que seguir um mestre significa compartilhar seu estilo de vida, seu sonho e seu destino. E Jesus é figura do profeta incômodo, e vive uma vida de refugiado, itinerante, sem alianças que possam-no proteger. E ele faz questão de deixar isso bem claro.

O primeiro exemplo típico de discípulo que Lucas nos apresenta é o de uma pessoa que parece ter tomado a decisão de seguir Jesus sem avaliar profundamente e sem pensar muito nas consequências. A ele, Jesus lembra que a disponibilidade para seguir seus passos supõe plena consciência e compromisso irrenunciável de partilhar o destino de uma pessoa perseguida, sem nenhuma proteção ou promessa de comodidade ou sucesso. “Sem eira nem beira”, diz-se em português.

O segundo exemplo é o de um discípulo que, tendo sido chamado por Jesus, não percebe a necessidade de ruptura radical com alguns costumes, e quer adiar a resposta para quando tiver cumprido suas obrigações familiares. No terceiro exemplo temos um discípulo que parece ceder à nostalgia, à dúvida e à incerteza. Quem quer ser discípulo de Jesus precisa morar no futuro, não no passado; buscar a novidade, não o que sempre foi; olhar para a frente, não para trás.

Nas condições interpostas por Jesus a estes três tipos de candidatos a discípulo temos o estatuto do discípulo consciente e maduro. Tendo descoberto o tesouro do Reino de Deus, o discípulo deixa tudo para viver novas relações e anunciar essa boa notícia sempre e em todo lugar. O Reino de Deus é o projeto de Jesus, mas não há muito sentido em apostar a vida num projeto. É o encontro e a relação com ele que dão sentido a uma decisão que compromete e muda a vida.

                                    

Sugestões para a meditação

·    Que tipo de vínculos, apegos e medos limitam sua entrega incondicional à vida nova inaugurada por Jesus e o Reino?

·    O que Jesus diria respondendo às suas objeções e justificativas?

·    Que iniciativas e passos você poderia dar para se tornar um/a discípulo/a cada vez mais maduro e generoso de Jesus?

§ O que poderíamos fazer para que nossas comunidades não se contentam em ser cumpridores de preceitos e não querem romper com valores e velhas práticas que mais escondem que testemunham o Reino de Deus?

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