Jesus nos dá liberdade e nos pede radicalidade
853 | 01 de outubro de 2025 | Lucas 9,57-62
A
caminho rumo de Jerusalém, onde se daria um confronto decisivo com as
autoridades religiosas, Jesus e seus discípulos não haviam sido bem acolhidos
por cidadãos de uma vila da Samaria (cf. 9,51-56). Chateados, os discípulos
pensam em retaliação, mas Jesus simplesmente procura outro povoado. Pouco a
pouco, os discípulos percebem as exigências e consequências de seguir alguém
como Jesus.
Neste contexto, o
evangelista apresenta três situações típicas de pessoas que se apresentam como
candidatas ao seguimento de Jesus, três diferentes experiências de encontro com
ele. Um discípulo deve sempre saber que seguir um mestre significa compartilhar
seu estilo de vida, seu sonho e seu destino. E Jesus é figura do profeta
incômodo, e vive uma vida de refugiado, itinerante, sem alianças que possam-no
proteger. E ele faz questão de deixar isso bem claro.
O primeiro exemplo
típico de discípulo que Lucas nos apresenta é o de uma pessoa que parece ter
tomado a decisão de seguir Jesus sem avaliar profundamente e sem pensar muito
nas consequências. A ele, Jesus lembra que a disponibilidade para seguir seus
passos supõe plena consciência e compromisso irrenunciável de partilhar o
destino de uma pessoa perseguida, sem nenhuma proteção ou promessa de
comodidade ou sucesso. “Sem eira nem beira”, diz-se em português.
O segundo exemplo é o
de um discípulo que, tendo sido chamado por Jesus, não percebe a necessidade de
ruptura radical com alguns costumes, e quer adiar a resposta para quando tiver
cumprido suas obrigações familiares. No terceiro exemplo temos um discípulo que
parece ceder à nostalgia, à dúvida e à incerteza. Quem quer ser discípulo de
Jesus precisa morar no futuro, não no passado; buscar a novidade, não o que
sempre foi; olhar para a frente, não para trás.
Nas condições interpostas por Jesus a
estes três tipos de candidatos a discípulo temos o estatuto do discípulo consciente
e maduro. Tendo descoberto o tesouro do Reino de Deus, o discípulo deixa tudo
para viver novas relações e anunciar essa boa notícia sempre e em todo lugar. O
Reino de Deus é o projeto de Jesus, mas não há muito sentido em apostar a vida
num projeto. É o encontro e a relação com ele que dão sentido a uma decisão que
compromete e muda a vida.
Sugestões para a
meditação
·
Que tipo de
vínculos, apegos e medos limitam sua entrega incondicional à vida nova
inaugurada por Jesus e o Reino?
·
O que Jesus diria
respondendo às suas objeções e justificativas?
·
Que iniciativas e
passos você poderia dar para se tornar um/a discípulo/a cada vez mais maduro e
generoso de Jesus?
§
O que poderíamos
fazer para que nossas comunidades não se contentam em ser cumpridores de
preceitos e não querem romper com valores e velhas práticas que mais escondem
que testemunham o Reino de Deus?
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