Não é possível
servir a Deus e ao dinheiro
891 | 08 de novembro
de 2025 | Lucas 16,9-15
O texto evangélico de hoje é um
conjunto de sentenças unidas em torno do tema do dinheiro. Jesus vai buscá-las
na sabedoria popular e as usa para aplicar e tornar mais concretas as lições da
parábola do administrador esperto, que meditamos ontem. Este conjunto de
sentenças precisa ser lido à luz da citada parábola, assim como da parábola do
pai e dos dois filhos, pois exemplificam como ser filhos da luz.
No centro das sentenças está a
questão do correto uso dos bens. Na perspectiva de Jesus e do reino de Deus, a
posse e o uso de bens, tanto no âmbito pessoal como institucional ou
empresarial, só se justifica quando eles forem subordinados à finalidade de
socorrer as necessidades e consolidar as relações de fraternidade e
solidariedade. Nosso ‘patrão’ e senhor é Deus, ele é o dono de tudo, e nós
somos administradores que devemos agir sob suas ordens.
Não há como ser amigo de Deus e, ao
mesmo tempo, amigo das riquezas. A experiência da escravidão ensina que um
escravo não pode pertencer a dois proprietários. Da mesma forma, não há como
ser discípulo de Jesus e continuar sendo meio egoísta e meio solidário, meio
mentiroso e meio verdadeiro. Temos que escolher! A solidariedade e a verdade
não são divisíveis ou quantificáveis.
O discípulo de Jesus precisa servir a
Deus com inteireza e integridade, viver na lógica da partilha e da gratuidade,
como o pai misericordioso, que gastou um monte de dinheiro para refazer os
laços com o filho vulnerável e necessitado. Ou como o pastor que dedicou um
tempo enorme para resgatar e proteger uma única ovelha sob risco. O Reino de
Deus não assegura nem direitos nem méritos.
Segundo Jesus, os fariseus são amigos
do dinheiro, e não amigos de Deus e dos amigos de Deus. Por isso, os discípulos
de Jesus devem tomar distância deles, comportar-se diversamente. Quem é correto
no uso dos bens é elevado, enquanto quem só pensa em si mesmo e nos seus
interesses é rebaixado. E quem é correto no pouco que administra, habilita-se
para grandes responsabilidades.
Quem usa os bens em benefício da
humanidade necessitada presta culto a Deus. Quem se submete à lógica do acúmulo
de poder e de dinheiro e não consegue pensar senão em si mesmo, se submete a um
ídolo. Não é possível conciliar estas duas lealdades. Não nos esqueçamos da
parábola do camelo e do buraco da agulha!
Sugestões para a meditação
§ Leia e releia estas frases e
comparações, deixe-se levar pelas comparações, deixe-se interpelar pelas
afirmações
§ Releia o texto à luz do uso dos bens
que o pai misericordioso faz para acolher do filho e atender suas necessidades
(15,11-32)
§ Como você e sua família estão usando
os bens que administram (propriedades, conhecimento, capacidades
profissionais): unicamente em vista de vocês mesmos?
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