Os pobres e excluídos
estão no coração de Deus
889 | 06 de novembro
de 2025 | Lucas 15,1-10
Não esqueçamos a porta de entrada
dessas duas lindas e exigentes parábolas. Enquanto os pecadores e excluídos se
aproximam e escutam Jesus, os fariseus e mestres da lei se afastam e criticam.
Jesus se aproxima e se mistura com o povo para as quais o judaísmo fecha as
portas, e os líderes religiosos se afastam e separam das pessoas que estão fora
de um sistema religioso baseado na Lei. São caminhos divergentes, que se
afastam cada vez mais.
Enquanto Jesus se abaixa, os fariseus
se elevam. Enquanto Jesus se esvazia e se faz próximo, os fariseus incham e se
afastam. Eles têm experiências de Deus diametralmente opostas daquelas que
Jesus vive e propõe. Fariseus e mestres da lei se comportam como quem presume
ser justo que não precisa de conversão. Eles se julgam as únicas pessoas que
realmente dão alegria a Deus, porque realizam sua vontade cumprindo as leis até
nos seus minúsculos detalhes.
Precisamos evitar a tentação de
“torcer” estas parábolas, pensando que elas estejam tematizando a questão da
conversão dos pecadores (os outros, não nós). O foco não é a conversão de quem
está em situação de risco, mas o cuidado primoroso e o apreço de Deus por eles.
Se a ovelha pode ser considerada “culpada” por perder-se, o mesmo não pode ser
dito da moeda. Se alguém é responsável pela perda da moeda, esse alguém não é
ela mesma! Portanto, o foco é o modo como Deus trata os excluídos.
Com estas duas parábolas Jesus
justifica e defende sua missão e sua prática acolhedora e solidária. Seu modo
de agir corresponde ao querer e ao agir do próprio Deus. Deus cuida, procura,
resgata. Quem se escandaliza com ele, mesmo que ensine e cumpra as leis, não o
conhece. Não passa de um ignorante ou traidor da vontade de Deus. Quer “ensinar
o pai-nosso ao vigário”. Jesus não vem para cobrar os débitos atrasados, mas
promulgar o Ano da Graça, do perdão, da indulgência de |Deus.
Os discípulos de Jesus são convidados a compartilhar a
alegria do Pai, que, como o pastor e a dona de casa, chamam os amigos para
festejar o êxito da missão. Para ele, ninguém é justo ou pode se dispensar da
conversão. E, além de compartilhar a alegria de Deus, somos todos e sempre
chamados participar da sua “saída” ao encontro dos “últimos” e excluídos dos
bens e alegrias da vida.
Sugestões para a meditação
§ Não é verdade que a liberdade e a
generosidade humana de Jesus e seu Evangelho às vezes escandalizam também a
nós?
§ Será que entendemos realmente que
Jesus se aproxima, busca e acolhe, e não se afasta, não julga e não se separa?
§ Perceba-se como a ovelha amada e
procurada, como a moeda buscada e encontrada, motivo da alegria de Deus
§ Procure identificar quais são as
pessoas e grupos “descartados” que, em nome de Jesus, devemos hoje buscar e
encontrar
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