A fé é força que
aproxima, acolhe e agradece
895 | 12 de novembro
de 2025 | Lucas 17,11-19
Esta cena ocorre quando Jesus nos está na última
etapa do seu caminho a Jerusalém. Na cena de ontem ele nos ensinava que quem se
aventura a seguir seus passos e compartilhar sua vida não pode pensar em
créditos ou méritos. Ele se fez homem e servo, e segui-lo significa estar pronto
a servir generosamente e incondicionalmente. Estar com ele é fazer o que ele
faz e ir até onde ele vai.
É nesta caminhada de “subida” a Jerusalém (que é
também uma subida à cruz) que um grupo de dez leprosos se aproxima dele e pede
que considere sua miserável situação com compaixão e misericórdia. A decisão de
se aproximar de Jesus e pedir-lhe algo já representa um passo gigantesco,
possível somente a partir de uma fé robusta. Jesus não faz nada, apenas dá-lhes
uma ordem: eles devem ir ao encontro dos
sacerdotes no templo, como se estivessem curados.
Eles levam a Palavra de Jesus a sério e, no
caminho, dão-se conta de que estão purificados. Dirigem-se ao templo em atenção
à Palavra de Jesus, a quem reconheceram como “mestre”. O relato chama a atenção
para um deles que, vendo-se purificado (porque além de doença, se dizia que a
lepra os deixava impuros) volta ao encontro de Jesus, joga-se aos seus pés para
agradecer, e louva a Deus.
Todos obedecem à Palavra de Jesus, mas só um
reconhece que nele aconteceu a salvação que vem de Deus. E este é um
samaritano, estrangeiro, considerado herege e dissidente, discriminado pelos
judeus de Jerusalém. É correto deduzir que os outros nove são judeus. Então, aqui
temos um eco daquilo que Jesus dissera em Nazaré: seu povo presume que tem
prioridade nos benefícios de Deus, mas Deus prioriza os marginalizados (como o
são os estrangeiros).
Jesus não faz nenhum gesto de cura, nem sequer chama a atenção para si
mesmo como curador, mas elogia aquele samaritano, porque teve fé. Na verdade, a
fé antecede a cura, mas se expressa posteriormente como gratidão e louvor a
Deus. A fé é demonstrada na escuta e obediência à Palavra, na caminhada ao
templo e no agradecimento. Jesus não costuma pedir agradecimento e
reconhecimento das pessoas que são beneficiadas por sua ação, mas sabe que o
louvor expressa a ruptura com o fechamento, com o egoísmo, com a
arrogância.
Sugestões para a meditação
§ Leia e releia esta passagem, acompanhando os personagens,
observando os gestos e palavras de cada um
§ Você seria capaz de acatar e obedecer à Palavra de Jesus,
mesmo sem ele ter atendido seu pedido?
§ Você costuma reconhecer e agradecer a ação de Deus e do
próximo em sua vida, ou presume que tudo é mérito seu?
§ Qual é a forma mais frequente da sua oração: o pedido e a
intercessão ou o agradecimento e o louvor?
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