O amor gratuito é
caminho para a felicidade
885 | 02 de novembro
de 2025 | Lucas 14,12-14
Sabemos
que Jesus pede aos seus discípulos que não busquem lugares de honra, e não
entrem no jogo da competição. Isso revelaria o desejo de ser mais, de ter
privilégio sobre as outras pessoas. A competição gera divisões, ciúmes,
invejas. Ao contrário, faz parte do seu projeto do Reino de Deus quem vive como
irmã e como irmão, quem estabelece relações de parceria, baseadas na igualdade
e no dom de si.
Depois da orientação
dada ao pessoal que esteva com ele na casa do fariseu, Jesus se dirige
diretamente a quem o convidara, ordenando: “Ao dares um almoço, não convides
teus amigos... Antes, convida os pobres que não têm como te recompensar...” A
expectativa de ser recompensado é exatamente o contrário do amor, pois o amor é
gratuito, não calcula nem espera compensações.
O amor gratuito é o verdadeiro e duradouro caminho
que nos abre as portas da felicidade. Na verdade, só é capaz de amar quem tem
uma experiência referencial de ser amado e acolhido de modo incondicional e
eterno. Essa experiência nos faz livres dos medos e das ambições, capazes de
bondade e generosidade, sem necessidade de comprar afeto de ninguém.
Mas este princípio não pode ficar restrito à
espiritualidade pessoal e às relações interpessoais ou domésticas. O Evangelho
de Jesus Cristo pretende fecundar também as relações familiares, sociais, políticas
e econômicas. No Evangelho do Reino de Deus não há lugar para o “toma lá, dá
cá” que costuma guiar boa parte das alianças políticas e das práticas da
administração pública. Esse vírus pode contaminar inclusive nossas práticas de
piedade.
E, mais ainda: o Evangelho pede políticas públicas
e sociais que beneficiem exatamente as pessoas e os grupos sociais mais
vulneráveis, e não apenas linhas de crédito aos “setores produtivos”, a quem já
tem até demais. O governo anterior, especialmente o ministro da economia,
queria um INSS no qual o pobre cidadão recebesse somente aquilo que pagou, sem
qualquer socorro do Estado...
Mas não esqueçamos que isso deve valer mais ainda para nossas
comunidades eclesiais e para toda a Igreja! Não é uma contradição evangélica
tratar os fiéis segundo o critério do merecimento, como, por exemplo, estar em
dia com o dízimo ou ostentar uma vida supostamente irrepreensível?
Sugestões para a meditação
§ Situe-se no interior da cena, diante de Jesus e dos
convidados para a confraternização na casa do fariseu
§ Podemos dizer que nossa verdadeira alegria consiste em
ajudar as pessoas necessitadas, sem esperar nada em troca?
§ Que ensinamentos esta palavra de Jesus traz para nossas
famílias, comunidades religiosas e para a Igreja como um todo?
Nenhum comentário:
Postar um comentário