Quem abre as portas
a Jesus vive mais e melhor
901 | 18 de novembro
de 2025 | Lucas 19,1-10
Depois do encontro com o cego que mendigava na
entrada de Jericó, que, uma vez curado, tornou-se discípulo, Jesus entra na
cidade. Neste último episódio antes da sua chegada em Jerusalém, Jesus se
encontra com um cobrador de impostos, chefe do grupo e muito rico. É um
encontro inusitado, pois Jesus costumava andar em meio a gente estropiada, e
não perdia oportunidade de fustigar os ricos.
Zaqueu tinha um desejo: ver quem era Jesus (e não apenas ver Jesus). Mas
enfrentava uma série de barreiras: havia muita gente ao redor do Nazareno;
Zaqueu (que significa puro, inocente, pequeno) era de baixa estatura; ele
exercia uma profissão impura, e era publicamente odiado pelos judeus mais
piedosos. Mas não há obstáculos intransponíveis para quem sente-se tocado e
interpelado por Jesus.
Por serem colaboradores dos invasores romanos e oprimir o próprio povo,
extorquindo deles mais do que a lei permitia, os cobradores dos impostos eram
desprezados e odiados pelos “judeus de bem”. Mas Jesus vai na contracorrente
dos judeus tradicionalistas, e sai ao encontro dos pecadores para propor-lhes
uma mudança. É isso que acontece com Zaqueu. Por negociar com os romanos,
pagãos e impuros ele também era considerado pecador e impuro
Movido pelo desejo de ver “quem” é Jesus, Zaqueu expõe-se ao ridículo e
toma uma atitude própria de crianças: sobe numa árvore. Lucas não diz se ele vê
Jesus, mas o certo é que Jesus vê Zaqueu. Não só vê aquela pessoa odiada
ridiculamente pendurada na árvore, mas fala com ele e “se convida” para
visitá-lo. E vai à sua casa!
Zaqueu desce depressa (a mesma pressa com que Maria saiu à procura de
Isabel), recebe Jesus em sua casa e o serve com alegria à mesa, sob o olhar
reprovador e a murmuração daqueles que se consideravam “pessoas de bem”. Dizem:
“Ele (Jesus) foi hospedar-se na casa de um pecador...” Além de falar com um
pecador e ir à sua casa, senta à mesa com ele, compartilha com ele.
Reféns de seus
próprios preconceitos e de sua soberba, os fariseus não conseguem reconhecer a
mudança que esse encontro provoca em Zaqueu. Ele é um exemplo de acolhida do
Evangelho e de adesão a Jesus. Tocado nas profundezas, Zaqueu muda sua avareza
em partilha e solidariedade. Ele sim é um verdadeiro filho de Abraão!
Sugestões para a meditação
§ Acompanhe esta cena – que não é parábola ou história
inventada – passo a passo, gesto a gesto, palavra por palavra
§ Perceba Jesus se dirigindo a você, pedindo que você “desça”
dos pedestais e títulos para um encontro íntimo na sua “casa”
§ Que atitudes você precisa tomar para corresponder à misericórdia
de Jesus?
§ Você ainda se escandaliza com a acolhida que Jesus dispensa
aos pecadores e a opção da Igreja pelas causas dos pobres?
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