A estátua da liberdade parece mordida pela varíola por
causa dos gases venenosos que as fábricas jogam no céu e que as neves e as
chuvas devolvem à terra.
Cento e setenta lagos foram assassinados por esta
chuva ácida no estado de Nova York em 1980, mas o diretor do Escritório Federal de Administração e
Orçamento diz que não vale a pena se preocupar, porque esses lagos somados
representam apenas quatro por cento do total.
O mundo é uma pista de corrida. A natureza, um
obstáculo. O mortífero hálito das chaminés deixou quatro mil lagos sem peixes
nem plantas na província de Ontário, no Canadá. “Seria preciso pedir a Deus que
começasse de novo”, diz um pescador.
(Eduardo Galeano, O século do vento, L&PM, 2010,
p. 346)
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