Em 1954, os rebeldes vietnamitas propiciaram uma
tremenda sova aos militares franceses em seu invulnerável quartel de Dien Bien
Phu. E depois de um século de conquistas coloniais, a gloriosa França teve de
sumir correndo do Vietnã.
Depois, foi a vez dos Estados Unidos. Nem vendo dava
para crer: a primeira potência do mundo e de todo o espaço sideral também
sofreu a humilhação da derrota nesse país minúsculo, mal-armado, povoado por
pouca gente e por gente pobre.
Um camponês, de lento caminhar, de palavras escassas,
encabeçou essas duas façanhas. Ele se chamava Ho Chi Minh, era conhecido como Tio Ho, e se parecia pouco aos
chefes de outras revoluções.
Em certa ocasião, um militante voltou de uma aldeia e
informou a ele que não havia maneira de organizar aquela gente. “São uns
budistas atrasados, que passam o dia inteiro meditando...” E Tio Ho respondeu,
mandando: “Pois volte lá e medite com eles...”
(Eduardo Galeano, Os filhos dos dias, L&PM, 2012,
p. 153)
Nenhum comentário:
Postar um comentário