quinta-feira, 3 de março de 2022

Roteiro de Leitura Orante do Evangelho Nº 682

Ano C Roteiro de Leitura Orante do Evangelho Nº 682

Dia 04/03/2022 | Tempo de Quaresma | Sexta depois das Cinzas

Evangelho segundo Mateus (9,14-15)

(1)  Coloque-se em atitude de oração  

·        Escolha um momento adequado e tranquilo/a para a meditação

·        Escolha o lugar no qual você se sinta bem e não seja interrompido/a

·        Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se

·        Acenda uma vela, e tome a bíblia em suas mãos

·        Tome consciência de si mesmo/a e do tempo que vivemos

·        Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus

·        Reze, ouvindo ou cantando: Eis o tempo de conversão! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=OUI1TJQHZyg)

 

(2)  Leia o texto da Palavra de Deus

·        Leia com toda a atenção o texto de Mateus 9,14-15

·        Leia o texto em voz alta (se achar necessário e for possível)

·      Jesus está em plena missão restauradora da vida, acolhendo e reabilitando as pessoas cansadas e abatidas por várias causas

·      Por ocasião do chamado de Mateus – um cobrador de impostos, desprezado e excluído pelos judeus – Jesus é questionado

·      Tanto os fariseus como os discípulos de João Batista acham estranho que Jesus não faça jejum e coma com gente pecadora

·      Jesus se apresenta como o “Noivo” da Nova Aliança, inclusão dos excluídos, e numa festa de casamento não há lugar para o luto

·      O verdadeiro jejum é lutar pela superação das relações de dominação, opressão, divisão e violência

·        O que a Palavra de Deus diz em si mesma, o que está escrito?

 

(3)  Medite a Palavra de Deus

·        Procure perceber o que a Palavra de Deus lida e meditada diz a você hoje, qual é seu sentido nesse momento da vida?

·        Leia atentamente, palavra por palavra, estes dois versículos do evangelho segundo Mateus

·        Se possível, leia também o episódio que antecede o trecho de hoje, a narração da refeição de Jesus na casa de Mateus (Mt 9,9-13)

·        O que significa dizer que não podemos fazer jejum enquanto o noivo está conosco, mas somente quando ele nos for tirado?

·        Por que o jejum encontra hoje tanta resistência entre nós, e qual seria o sentido aceitável e cristão do jejum?

·        Se achar oportuno e for possível, leia as “pistas” (página 3)

 

(4)  Reze com o texto lido e meditado

·        Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus

·        Depois de escutar atentamente, agora é sua vez de falar

·        Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus

·        Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta

·        Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas

·        Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus

 

(5)  Contemple a vida à luz da Palavra

·        Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus

·        Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala

·        Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação

·        Que atitudes precisamos cultivar para que nosso jejum seja expressão de luta contra as diversas formas de opressão?

·        Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?

 

(6)  Retorne à vida cotidiana

·        Recite o Pai Nosso e a Ave Maria

·        Recite a invocação: “Jesus, que nos falas com sabedoria e nos ensinas com amor, ajuda-nos a ser tal como és!”

·        Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

·        Ouça e cante o hino da Campanha da Fraternidade 2022 (Aqui: https://www.youtube.com/watch?v=ZWX7Iad3fGA)

·        Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

·        Apague a vela e conclua seu momento de oração

 

Pistas sobre Mateus 9,14-15

No texto que meditamos na quarta-feira de cinzas Jesus já questionava a atitude que pode contaminar o jejum, a esmola e até a oração. E indicava a postura correta e capaz de manter o sentido profundo e bom destas expressões de piedade. No texto de hoje, depois de ser questionado sobre seu desprezo pelo jejum pelos fariseus, volta a ser interrogado pelos discípulos de João Batista sobre o mesmo tema: “Por que razão nós e os fariseus praticamos (muitos) jejuns, mas teus discípulos não?”

Este episódio do Evangelho, mesmo que pareça contradizer a recomendação da Igreja para o tempo da quaresma (jejum, oração e partilha), resgata o sentido original do jejum: romper com os mecanismos de dominação e de opressão, como ensina o profeta Isaías (cf. 58,1-9). É isso que Jesus faz e ensina: diversamente dos fariseus, ele acolhe e reintegra as pessoas oprimidas e marginalizadas à convivência social, proclamando sua dignidade.

Como relata Mateus no episódio que antecede o questionamento de hoje, Jesus chamou para junto de si um cobrador de impostos, terrivelmente odiado e desprezado pelos judeus; perdoou pessoas consideradas publicamente pecadoras; curou e reintegrou doentes. Para essa gente, o jejum que acompanha as situações dolorosas e a luta pelo reconhecimento da indignidade haviam chegado ao fim, e, diante de tamanha graça de Deus, não poderiam não festejar.

O ensino de Jesus (ele ensina com amor) e suas atitudes (ele fala com sabedoria) desconcertam, mas, para ele, o jejum é luto, e a partilha à mesa é vida. Com Jesus e com o Reino de Deus, o clamor de dor se transforma em louvor e gratidão. Como “noivo” da Nova Aliança de Deus com seu povo, Jesus tem autoridade para relativizar ou mudar alguns preceitos, por mais sagrados que possam parecer.

Quando Jesus é “retirado” do meio de nós e volta a ser crucificado nos seus “irmãos mais pequeninos”, o jejum volta a fazer sentido: jejuar para que a festa da vida seja para todos; privar-se de algo para ser dom, para partilhar, para lutar contra a opressão e pelo fim das guerras a partir de dentro de nós mesmos/as.

 (Itacir Brassiani msf)

“Fala com sabedoria, ensina com amor”

“Para escutar o “todo” é necessário não se perder diante de “tudo”. Se a falta de informações é um problema central para a compreensão da realidade, seu excesso também é um desafio. O excesso de informações, verdadeiras e falsas é um desafio para escutar bem, para escutar o que é essencial no ruidoso tempo presente. Este tempo de pandemia, de muitos acontecimentos simultâneos e de muito sofrimento é exigente. A pandemia e o modo de reagir a ela como sociedade é reveladora do que conseguimos e do que não conseguimos escutar da realidade e de nós mesmos”. (Texto-Base da Campanha da Fraternidade 2022, § 31)

Leitura Orante do Evangelho

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e para fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade.

O Papa Bento XVI diz que “ouvir juntos a Palavra de Deus, praticar a Lectio Divina, deixar-se surpreender pela novidade do Evangelho, superar a surdez àquilo que não está de acordo com nossas opiniões ou preconceitos, é um caminho para alcançar a unidade da fé, como resposta à escuta da Palavra”.

Em tempos nos quais o amor ao próximo e a precaução com a saúde impõem restrições à convivência e à movimentação social, a Leitura Orante é um modo de ir além da simples assistência de celebrações virtuais e uma forma evitar que este seja um tempo pesado e estéril.

Os textos propostos aqui são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. Pessoas e grupos que desejarem, podem escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, seja preparado um roteiro e se evite escolher apenas os textos que agradam mais.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis, produza bons e abundantes frutos para a vida do mundo.

Missionários da Sagrada Família

https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS

(http://itacir-brassiani.blogspot.com/)

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