Ano C Roteiro de
Leitura Orante do Evangelho Nº 682
Dia 04/03/2022 | Tempo de Quaresma | Sexta depois das Cinzas
Evangelho segundo Mateus (9,14-15)
(1) Coloque-se em atitude de oração
·
Escolha um momento adequado e
tranquilo/a para a meditação
·
Escolha o lugar no qual você se sinta
bem e não seja interrompido/a
·
Busque uma posição corporal que lhe
ajude a concentrar-se
·
Acenda uma vela, e tome a bíblia em
suas mãos
·
Tome consciência de si mesmo/a e do
tempo que vivemos
·
Faça silêncio interior e ative o
desejo de ouvir a Palavra de Deus
·
Reze, ouvindo ou
cantando: Eis o tempo de conversão! (Clique aqui:
https://www.youtube.com/watch?v=OUI1TJQHZyg)
(2) Leia o texto da Palavra de Deus
·
Leia com toda a atenção o texto de Mateus
9,14-15
·
Leia o texto em voz alta (se achar
necessário e for possível)
· Jesus está em plena
missão restauradora da vida, acolhendo e reabilitando as pessoas cansadas e
abatidas por várias causas
· Por ocasião do chamado
de Mateus – um cobrador de impostos, desprezado e excluído pelos judeus – Jesus
é questionado
· Tanto os fariseus como
os discípulos de João Batista acham estranho que Jesus não faça jejum e coma
com gente pecadora
· Jesus se apresenta como
o “Noivo” da Nova Aliança, inclusão dos excluídos, e numa festa de casamento
não há lugar para o luto
· O verdadeiro jejum é
lutar pela superação das relações de dominação, opressão, divisão e violência
·
O que a Palavra de Deus
diz em si mesma, o que está escrito?
(3) Medite a Palavra de Deus
·
Procure perceber o que a Palavra de Deus lida e
meditada diz a você hoje, qual é seu sentido nesse momento da vida?
·
Leia
atentamente, palavra por palavra, estes dois versículos do evangelho segundo
Mateus
·
Se
possível, leia também o episódio que antecede o trecho de hoje, a narração da
refeição de Jesus na casa de Mateus (Mt 9,9-13)
·
O
que significa dizer que não podemos fazer jejum enquanto o noivo está conosco,
mas somente quando ele nos for tirado?
·
Por
que o jejum encontra hoje tanta resistência entre nós, e qual seria o sentido
aceitável e cristão do jejum?
·
Se achar oportuno
e for possível, leia as “pistas” (página 3)
(4) Reze com o texto lido e meditado
·
Tome consciência de que este texto é
Palavra de Deus
·
Depois de escutar atentamente, agora é
sua vez de falar
·
Não mude de assunto, pois sua palavra é
sua resposta a Deus
·
Permita que o próprio Deus dirija a sua
oração, a sua resposta
·
Não se preocupe com raciocínios e
frases bem articuladas
·
Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz
dizer a Deus
(5) Contemple a vida à luz da Palavra
·
Procure contemplar a realidade do mundo
com o olhar de Deus
·
Busque meios para colocar em prática o
que Deus lhe fala
·
Perceba o que você precisa mudar a
partir dessa meditação
·
Que
atitudes precisamos cultivar para que nosso jejum seja expressão de luta contra
as diversas formas de opressão?
·
Responda: O que Deus está pedindo que eu
mude ou faça?
(6) Retorne à vida cotidiana
·
Recite o Pai Nosso e a Ave Maria
·
Recite a invocação: “Jesus,
que nos falas com sabedoria e nos ensinas com amor, ajuda-nos a ser tal como
és!”
·
Assuma um compromisso pessoal de
conversão e mudança
·
Ouça e cante o hino
da Campanha da Fraternidade 2022 (Aqui: https://www.youtube.com/watch?v=ZWX7Iad3fGA)
·
Assuma um compromisso pessoal de
conversão e mudança
·
Apague a vela e conclua seu momento de
oração
Pistas sobre Mateus 9,14-15
No texto que
meditamos na quarta-feira de cinzas Jesus já questionava a atitude que pode
contaminar o jejum, a esmola e até a oração. E indicava a postura correta e
capaz de manter o sentido profundo e bom destas expressões de piedade. No texto
de hoje, depois de ser questionado sobre seu desprezo pelo jejum pelos
fariseus, volta a ser interrogado pelos discípulos de João Batista sobre o
mesmo tema: “Por que razão nós e os fariseus praticamos (muitos) jejuns, mas
teus discípulos não?”
Este episódio do
Evangelho, mesmo que pareça contradizer a recomendação da Igreja para o tempo
da quaresma (jejum, oração e partilha), resgata o sentido original do jejum:
romper com os mecanismos de dominação e de opressão, como ensina o profeta
Isaías (cf. 58,1-9). É isso que Jesus faz e ensina: diversamente dos fariseus, ele
acolhe e reintegra as pessoas oprimidas e marginalizadas à convivência social,
proclamando sua dignidade.
Como relata
Mateus no episódio que antecede o questionamento de hoje, Jesus chamou para
junto de si um cobrador de impostos, terrivelmente odiado e desprezado pelos
judeus; perdoou pessoas consideradas publicamente pecadoras; curou e reintegrou
doentes. Para essa gente, o jejum que acompanha as situações dolorosas e a luta
pelo reconhecimento da indignidade haviam chegado ao fim, e, diante de tamanha
graça de Deus, não poderiam não festejar.
O ensino de Jesus
(ele ensina com amor) e suas atitudes (ele fala com sabedoria) desconcertam,
mas, para ele, o jejum é luto, e a partilha à mesa é vida. Com Jesus e com o
Reino de Deus, o clamor de dor se transforma em louvor e gratidão. Como “noivo”
da Nova Aliança de Deus com seu povo, Jesus tem autoridade para relativizar ou
mudar alguns preceitos, por mais sagrados que possam parecer.
Quando Jesus é
“retirado” do meio de nós e volta a ser crucificado nos seus “irmãos mais
pequeninos”, o jejum volta a
fazer sentido: jejuar para que a festa da vida seja para todos; privar-se de
algo para ser dom, para partilhar, para lutar contra a opressão e pelo fim das
guerras a partir de dentro de nós mesmos/as.
(Itacir Brassiani msf)
“Fala com
sabedoria, ensina com amor”
“Para escutar o
“todo” é necessário não se perder diante de “tudo”. Se a falta de informações é
um problema central para a compreensão da realidade, seu excesso também é um
desafio. O excesso de informações, verdadeiras e falsas é um desafio para escutar
bem, para escutar o que é essencial no ruidoso tempo presente. Este tempo de
pandemia, de muitos acontecimentos simultâneos e de muito sofrimento é
exigente. A pandemia e o modo de reagir a ela como sociedade é reveladora do
que conseguimos e do que não conseguimos escutar da realidade e de nós mesmos”.
(Texto-Base da Campanha da Fraternidade 2022,
§ 31)
Leitura
Orante do Evangelho
A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e para
fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita
individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade.
O Papa Bento XVI diz que “ouvir juntos a Palavra de
Deus, praticar a Lectio Divina, deixar-se surpreender pela novidade do
Evangelho, superar a surdez àquilo que não está de acordo com nossas opiniões
ou preconceitos, é um caminho para alcançar a unidade da fé, como resposta à
escuta da Palavra”.
Em tempos nos quais o amor ao próximo e a precaução com a
saúde impõem restrições à convivência e à movimentação social, a Leitura Orante é um modo de ir além da
simples assistência de celebrações virtuais e uma forma evitar que este seja um
tempo pesado e estéril.
Os textos propostos aqui são aqueles indicados pela Igreja
para a liturgia diária. Pessoas e grupos que desejarem, podem escolher outros
textos, desde que tenham uma sequência, seja preparado um roteiro e se evite
escolher apenas os textos que agradam mais.
Que a Palavra de Deus encontre em cada um/a de nós um
terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis, produza bons
e abundantes frutos para a vida do mundo.
Missionários
da Sagrada Família
https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS
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