CORRER PARA A META
A imagem da competição
esportiva serve a Paulo para nos falar de sua missão: com esforço, constância,
fidelidade e resistência diante das dificuldades, suportando desistências e
abandonos, ele não cedeu a propostas que poderiam desviá-lo da sua meta e do
caminho que levava a ela. Estava convicto de que o Senhor esteve sempre a seu
lado. Qual é a meta do meu caminho?
Como mantenho a fidelidade aos meus compromissos e responsabilidades?
AUTO-COMPLACÊNCIA
Dois modos de viver a fé,
duas maneiras de se relacionar com Deus. O fariseu, voltado a si mesmo,
vaidoso, julga com dureza quem está ao seu lado, presume e enumera seus próprios
méritos diante de Deus, a quem exige que reconheça e premie suas boas obras.
Não reza, mas se imagina rezar. Sua oração não está dirigia a Deus mas a si
mesmo (“muito prazer em conhecer-me”). Sua oração, mais que uma abertura a Deus
e a seu dom, é uma reinvindicação. Ele gosta de aparecer e comparar-se. Muitas
vezes há em nós algo de fariseu. Centramo-nos totalmente no “eu”: eu tenho
falhas, eu não necessito de nada, eu aprendo sozinho, eu mereço, eu consegui
por mim mesmo, eu exijo porque tenho direito, porque tenho méritos... Eu também dou graças a Deus porque não sou
como os demais? Em que sentido? Creio que tenho direito ao amor de Deus, em vez
de vivê-lo como um dom a ser cultivado?
CONSCIÊNCIA DA FRAGILIDADE
Frente ao discurso de autoafirmação
do fariseu, o publicano se destaca por seus gestos (ficar à distância, baixar o
olhar, bater no peito) e por sua breve oração: simples, profunda, cheia de
humildade, reconhecimento de seu pecado, sua indignidade e sua fragilidade. Não
tem nada para alardear. Vê-se necessitado da benevolência e da misericórdia de
Deus. Ele nos lembra que somos amados por Deus sem merecê-lo, que sua
misericórdia ultrapassa nossas misérias, que seu perdão reabilita nossa vida
para continuarmos vivendo com esperança. Sei
reconhecer humildemente diante de Deus e dos demais minhas debilidades sem cair
na tristeza, no pessimismo, na desolação ou na falta de autoestima?
PRECE
Sempre nos
disseram: “Seja o primeiro; tira as melhoras notas na escola e rompe com seu
peito a fita em todas as competições; que ninguém ultrapasse você, nem sente-se
acima de você nas festas; impressiona os amigos e amigas com sua última
invenção; compra e usa brinquedos dos adultos para afastar o tédio; descansa
somente o degrau mais alto da escada do sucesso...”
Mas tu nos
dizes, e eu escuto: “Veja meu olhar pousando sobre você, olhar que desperta e
sustenta as infinitas possibilidades que você carrega em seu mistério;
levante-se inteiro, livre-se das correntes que amarram; que nada prenda você,
nem o medo que vem de dentro, nem o barulho das ruas, nem a cobiça do
investidor, nem as ameaças dos senhores; e não tenha medo de sentar-se numa
cadeira pequena, junto aos últimos do povo, como tantos missionários em terras
distantes, em fronteiras e desertos esquecidos. Ali você encontrará a alegria
de encontrar, com o Pai, liberdade e vida para todos, sem complexos, sem a
escravidão de exibir um diploma de excelência, sem apresentar uma lista de
méritos. Quando chegar o Reino de Deus, os últimos deste mundo poderão ser os
primeiros...”
Pe. Fernando López Fernández msf
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