domingo, 23 de outubro de 2022

Roteiro de Leitura Orante do Evangelho Nº 915

 Ano C Roteiro de Leitura Orante do Evangelho Nº 915

Dia 24/10/2022 | XXX Semana do tempo Comum | Segunda-feira

Evangelho segundo Lucas (13,10-17)

(1) Coloque-se em atitude de oração  

·    Escolha um momento adequado e tranquilo/a para a meditação

·    Escolha o lugar no qual você não seja interrompido/a

·    Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se

·    Acenda uma vela e tome a bíblia em suas mãos

·    Tome consciência de si mesmo/a e do tempo que vivemos

·    Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus

·    Prepare-se ouvindo “Cada vez que eu venho para te falar” (Aqui: https://www.youtube.com/watch?v=Sc5eyp-raOM)

 

(2) Leia o texto da Palavra de Deus

·    Leia com toda a atenção o texto de Lucas 13,10-17

·    Leia o texto em voz alta (se achar necessário e for possível)

·    Depois da parábola do juiz insensível, que sublinha a importância da oração insistente e atenção de Deus ao clamor das pessoas vulneráveis, Jesus alerta para a atitude na oração

·    Fariseus (=separados, bons) e publicanos (=vulgares, suspeitos) representam a divisão social e religiosa daquele tempo

·    O fato de ambos rezarem no templo não desfaz o muro que os separa e hierarquiza; apenas escancara essa divisão

·    Para Jesus, a questão central não é propriamente a oração, mas a atitude social de quem reza e o objetivo da oração

·    A oração não pode reforçar os muros que dividem as pessoas, mas abrir mentes, portas e mãos, construir pontes, reconciliar

·    O que a Palavra de Deus diz em si mesma, o que está escrito?

 

(3) Medite a Palavra de Deus

·    Procure perceber o que a Palavra de Deus lida e meditada diz a você hoje, qual é seu sentido nesse momento da vida?

·    Situe-se no templo, como quem foi rezar com o fariseu e o publicano, e observe a postura e as palavras de cada um

·    Com qual deles você se parece quando reza? Você se apresenta diante de Deus ostentando seus méritos?

·    Você considera a humildade uma limitação à sua personalidade e o orgulho e o mérito uma expressão de sua grandeza?

·    Como assumir com serenidade e verdade diante de Deus a nossa condição de pecadores e devedor necessitados de misericórdia?

·    Se achar oportuno e for possível, leia as “pistas” (página 3)

 

(4) Reze com o texto lido e meditado

·    Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus

·    Depois de escutar atentamente, agora é sua vez de falar

·    Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus

·    Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta

·    Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas

·    Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus

·    Reze pedindo a Jesus a consciência daquilo que você e os outros são, sem orgulho vazio e sem desprezo danoso

 

(5) Contemple a vida à luz da Palavra

·    Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus

·    Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala

·    Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação

·    Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?

·    O que nossas comunidades precisam mudar ou melhorar para que suas ações retratem a atitude de Deus mostrada pela parábola?

 

(6) Retorne à vida cotidiana

·    Recite o Pai Nosso e a Ave Maria

·    Recite a invocação: “Jesus, Mestre da compaixão, ajuda-nos a encarnar na vida todas as tuas belas lições”

·    Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

·    Medite e reze com a canção “Paz na terra” (Acessível aqui: https://www.youtube.com/watch?v=lAgmswgz0VU)

·    Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

·    Feche a bíblia, apague a vela e encerre seu momento de oração

 

Breves notas sobre Lucas 13,10-17

Só não vê quem não quer, para não ter que mudar de atitude: vivemos numa sociedade polarizada, com grupos contrapostos por ideologias e por disputa de espaços e poderes. O argumento moral – “nós, os cidadãos de bem; eles, os malfeitores, preguiçosos” – é usado com uma frequência espantosa. E a ideologia da meritocracia acabou oferecendo uma justificação adequada a esta divisão social.

Alguém pode se surpreender ao constatar que esta mesma postura estava presente na sociedade e no contexto cultural no qual Jesus de Nazaré viveu e atuou. Naquele tempo, vigorava o muro ideológico e religioso que separava e opunha puros e impuros. A ideologia da pureza – que misturava critérios sanitários, religiosos, morais, étnicos e sociais – definia quem era puro e impuro, quem era “cidadão de bem” ou “elemento suspeito”.

Na parábola de hoje, estes dois grupos ou setores sociais estão tipificados no fariseu e no publicado. O primeiro, se considera e é tratado como homem correto, merecedor, justo, superior, ou cidadão digno. O segundo, é visto e tratado como suspeito, sujo, herege, sem dignidade e sem direito ao respeito e à cidadania. A prática da oração não os torna iguais perante a Deus, apenas escancara as diferenças.

Para Jesus e seu Evangelho, ninguém pode se arrogar o status de melhor, superior, honrado, merecedor. Todos, fariseus e publicanos, são pecadores e necessitam de conversão. O fariseu, que manifesta na oração seu orgulho e desprezo pelos outros, exatamente por isso também é pecador. A diferença é que o publicano, explicitando a dor da exclusão e a percepção das próprias contradições, é acolhido e justificado, enquanto que o fariseu, que se considera justo, melhor e superior aos demais, continua devendo.

A humildade não é um simples ou falso sentimento de inferioridade, mas a consciência justa e correta daquilo que somos: vazio, dependência, ambiguidade, desejo. É o reconhecimento de que somos todos devedores uns aos outros, de que ninguém – começando por mim mesmo/a – é maior e melhor que ninguém. Somos o que somos por graça de Deus.

 (Itacir Brassiani msf)

Sereis minhas testemunhas (At 1, 8)

Embora Deus possa fazer chegar à fé, sem a qual ninguém que lhe é agradável, por caminhos só dele conhecidos, pessoas que, sem culpa de sua parte, ignorem o Evangelho, isto não o torna dispensável, de maneira alguma, hoje como sempre, nem a Igreja nem a atividade missionária. Por isso deve ser mantido, com todo vigor, na sua integridade, hoje como sempre, o direito divino de evangelizar e, por conseguinte, o exercício da atividade missionária” (Decreto Apostólico Ad Gentes, Vaticano II, § 7).

Leitura Orante do Evangelho

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e para fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade.

O Papa Bento XVI diz que “ouvir juntos a Palavra de Deus, praticar a Lectio Divina, deixar-se surpreender pela novidade do Evangelho, superar a surdez àquilo que não está de acordo com nossas opiniões ou preconceitos, é um caminho para alcançar a unidade da fé, como resposta à escuta da Palavra”.

Em tempos nos quais o amor ao próximo e a precaução com a saúde impõem restrições à convivência e à movimentação social, a Leitura Orante é um modo de ir além da simples assistência de celebrações virtuais e uma forma evitar que este seja um tempo pesado e estéril.

Os textos propostos aqui são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. Pessoas e grupos que desejarem, podem escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, seja preparado um roteiro e se evite escolher apenas os textos que agradam mais.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis, produza bons e abundantes frutos para a vida do mundo.

Missionários da Sagrada Família

https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS

(http://itacir-brassiani.blogspot.com/)

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