Ano C Roteiro de
Leitura Orante do Evangelho Nº 914
Dia 23/10/2022 | XXX
Semana do tempo Comum | Domingo
Evangelho segundo
Lucas (18,9-14)
(1) Coloque-se em atitude de oração
· Escolha
um momento adequado e tranquilo/a para a meditação
· Escolha
o lugar no qual você não seja interrompido/a
· Busque
uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se
· Acenda
uma vela e tome a bíblia em suas mãos
· Tome
consciência de si mesmo/a e do tempo que vivemos
· Faça
silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
· Prepare-se
ouvindo “Cada vez que eu venho para te falar” (Aqui: https://www.youtube.com/watch?v=Sc5eyp-raOM)
(2) Leia o texto da Palavra de Deus
· Leia
com toda a atenção o texto de Lucas 18,9-14
· Leia
o texto em voz alta (se achar necessário e for possível)
· Depois da parábola do
juiz insensível, que sublinha a importância da oração insistente e atenção de
Deus ao clamor das pessoas vulneráveis, Jesus alerta para a atitude na oração
· Fariseus (=separados,
bons) e publicanos (=vulgares, suspeitos) representam a divisão social e
religiosa daquele tempo
· O fato de ambos rezarem
no templo não desfaz o muro que os separa e hierarquiza; apenas escancara essa
divisão
· Para Jesus, a questão central
não é propriamente a oração, mas a atitude social de quem reza e o objetivo da
oração
· A oração não pode
reforçar os muros que dividem as pessoas, mas abrir mentes, portas e mãos,
construir pontes, reconciliar
·
O que a Palavra de Deus
diz em si mesma, o que está escrito?
(3) Medite a Palavra de Deus
· Procure
perceber o que a Palavra de Deus lida e meditada diz a você hoje, qual é seu
sentido nesse momento da vida?
· Situe-se no templo,
como quem foi rezar com o fariseu e o publicano, e observe a postura e as
palavras de cada um
· Com qual deles você se
parece quando reza? Você se apresenta diante de Deus ostentando seus méritos?
· Você considera a humildade
uma limitação à sua personalidade e o orgulho e o mérito uma expressão de sua
grandeza?
· Como assumir com
serenidade e verdade diante de Deus a nossa condição de pecadores e devedor
necessitados de misericórdia?
· Se achar oportuno e for possível, leia as
“pistas” (página 3)
(4) Reze com o texto lido e meditado
· Tome
consciência de que este texto é Palavra de Deus
· Depois
de escutar atentamente, agora é sua vez de falar
· Não
mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
· Permita
que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
· Não
se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas
· Procure
perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus
· Reze pedindo a Jesus a
consciência daquilo que você e os outros são, sem orgulho vazio e sem desprezo
danoso
(5) Contemple a vida à luz da Palavra
· Procure
contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus
· Busque
meios para colocar em prática o que Deus lhe fala
· Perceba
o que você precisa mudar a partir dessa meditação
· Responda:
O
que Deus está pedindo que eu mude ou faça?
· O que nossas comunidades precisam mudar ou melhorar para que suas ações
retratem a atitude de Deus mostrada pela parábola?
(6) Retorne à vida cotidiana
· Recite
o Pai Nosso e a Ave Maria
· Recite
a invocação: “Jesus, Mestre da compaixão, ajuda-nos a encarnar na vida todas as tuas
belas lições”
· Assuma
um compromisso pessoal de conversão e mudança
· Medite
e reze com a canção “Paz na terra” (Acessível aqui: https://www.youtube.com/watch?v=lAgmswgz0VU)
· Assuma
um compromisso pessoal de conversão e mudança
· Feche
a bíblia, apague a vela e encerre seu momento de oração
Breves notas sobre Lucas 18,9-14
Só não vê quem
não quer, para não ter que mudar de atitude: vivemos numa sociedade polarizada,
com grupos contrapostos por ideologias e por disputa de espaços e poderes. O
argumento moral – “nós, os cidadãos de bem; eles, os malfeitores, preguiçosos”
– é usado com uma frequência espantosa. E a ideologia da meritocracia acabou
oferecendo uma justificação adequada a esta divisão social.
Alguém pode se
surpreender ao constatar que esta mesma postura estava presente na sociedade e
no contexto cultural no qual Jesus de Nazaré viveu e atuou. Naquele tempo,
vigorava o muro ideológico e religioso que separava e opunha puros e impuros. A
ideologia da pureza – que misturava critérios sanitários, religiosos, morais,
étnicos e sociais – definia quem era puro e impuro, quem era “cidadão de bem”
ou “elemento suspeito”.
Na parábola de
hoje, estes dois grupos ou setores sociais estão tipificados no fariseu e no
publicado. O primeiro, se considera e é tratado como homem correto, merecedor,
justo, superior, ou cidadão digno. O segundo, é visto e tratado como suspeito,
sujo, herege, sem dignidade e sem direito ao respeito e à cidadania. A prática
da oração não os torna iguais perante a Deus, apenas escancara as diferenças.
Para Jesus e seu
Evangelho, ninguém pode se arrogar o status de melhor, superior, honrado,
merecedor. Todos, fariseus e publicanos, são pecadores e necessitam de
conversão. O fariseu, que manifesta na oração seu orgulho e desprezo pelos
outros, exatamente por isso também é pecador. A diferença é que o publicano,
explicitando a dor da exclusão e a percepção das próprias contradições, é
acolhido e justificado, enquanto que o fariseu, que se considera justo, melhor
e superior aos demais, continua devendo.
A humildade não é
um simples ou falso sentimento de inferioridade, mas a consciência justa e
correta daquilo que somos: vazio, dependência, ambiguidade, desejo. É o
reconhecimento de que somos todos devedores uns aos outros, de que ninguém –
começando por mim mesmo/a – é maior e melhor que ninguém. Somos o que somos por
graça de Deus.
(Itacir
Brassiani msf)
“Sereis minhas
testemunhas” (At 1,
8)
“Embora
Deus possa fazer chegar à fé, sem a qual
ninguém que lhe é agradável, por caminhos só dele conhecidos, pessoas que, sem
culpa de sua parte, ignorem o Evangelho, isto não o torna dispensável, de
maneira alguma, hoje como sempre, nem a Igreja nem a atividade missionária. Por isso deve ser mantido, com todo vigor,
na sua integridade, hoje como sempre, o direito divino de evangelizar e, por
conseguinte, o exercício da atividade missionária” (Decreto
Apostólico Ad Gentes, Vaticano II, §
7).
Leitura
Orante do Evangelho
A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e para
fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita
individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade.
O Papa Bento XVI diz que
“ouvir juntos a Palavra de Deus, praticar a Lectio Divina,
deixar-se surpreender pela novidade do Evangelho, superar a surdez àquilo que
não está de acordo com nossas opiniões ou preconceitos, é um caminho para
alcançar a unidade da fé, como resposta à escuta da Palavra”.
Em tempos nos quais o
amor ao próximo e a precaução com a saúde impõem restrições à convivência e à
movimentação social, a Leitura Orante
é um modo de ir além da simples assistência de celebrações virtuais e uma forma
evitar que este seja um tempo pesado e estéril.
Os textos propostos aqui
são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. Pessoas e grupos que
desejarem, podem escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, seja
preparado um roteiro e se evite escolher apenas os textos que agradam mais.
Que a Palavra de Deus
encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos
inesperadamente difíceis, produza bons e abundantes frutos para a vida do mundo.
Missionários
da Sagrada Família
https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS
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