sábado, 1 de outubro de 2022

Roteiro de Leitura Orante do Evangelho Nº 893

Ano C Roteiro de Leitura Orante do Evangelho Nº 893

Dia 02/10/2022 | XXVII Semana do tempo Comum | Domingo

Evangelho segundo Lucas (17,5-10)

(1) Coloque-se em atitude de oração  

·    Escolha um momento adequado e tranquilo/a para a meditação

·    Escolha o lugar no qual você não seja interrompido/a

·    Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se

·    Acenda uma vela, e tome a bíblia em suas mãos

·    Tome consciência de si mesmo/a e do tempo que vivemos

·    Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus

·    Prepare-se ouvindo ou cantando: A Palavra está perto de ti: em tua boca, em teu coração! (Clique aqui:  https://www.youtube.com/watch?v=70ikIPVilyM)

 

(2) Leia o texto da Palavra de Deus

·    Leia com toda a atenção o texto de Lucas 17,5-10

·    Leia o texto em voz alta (se achar necessário e for possível)

·    Os discípulos constatam a fraqueza da fé, e pedem que Jesus os socorra aumentando a fé

·    Jesus responde dizendo que a fé não se mostra em termos de quantidade mas de qualidade e intensidade

·    E conta uma parábola que sublinha a dimensão de compromisso incansável e de gratuidade da fé

·    Jesus não quer ensinar que Deus é como um senhor de escravos, mas que os discípulos/as devem servir sem cansar nem exigir

·    Mesmo depois de ter feito tudo sem conseguir resolver tudo, devem dizer: “Somos servos! Fizemos o que devíamos fazer!”

·    O que a Palavra de Deus diz em si mesma, o que está escrito?

 

(3) Medite a Palavra de Deus

·    Procure perceber o que a Palavra de Deus lida e meditada diz a você hoje, qual é seu sentido nesse momento da vida?

·    Leia e releia a cena e a parábola, meditando sobre ela, sem levar em conta o horizonte escravagista da história

·    Nossa fé tem nos ajudado a olhar a realidade humana e buscar soluções humanas para os problemas humanos?

·    Como você se sente quando, depois de ter feito tudo o que era possível, não conseguiu bons resultados, nem reconhecimento?

·    Você não acha que às vezes caímos na tentação de exigir méritos, créditos e benefícios de Deus pela vivência da fé?

·    Se achar oportuno e for possível, leia as “pistas” (página 3)

 

(4) Reze com o texto lido e meditado

·    Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus

·    Depois de escutar atentamente, agora é sua vez de falar

·    Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus

·    Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta

·    Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas

·    Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus

·    Peça ao Senhor a graça de perseverar no amor e no serviço, mesmo contra toda esperança

 

(5) Contemple a vida à luz da Palavra

·    Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus

·    Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala

·    Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação

·    Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?

·    O que precisamos mudar para que nossa fé deixe de lado a passividade e se torne busca ativa de soluções viáveis?

 

(6) Retorne à vida cotidiana

·    Recite o Pai Nosso e a Ave Maria

·    Recite a invocação: “Jesus, Mestre da compaixão, ajuda-nos a encarnar na vida todas as tuas belas lições”

·    Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

·    Ouça e reze com a canção “Amadurece uma esperança” (Clique aqui: https://www.dailymotion.com/video/x7wvjqs)

·    Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

·    Feche a bíblia, apague a vela e encerre seu momento de oração

 

Breves notas sobre Lucas 17,5-10

Os apóstolos estavam absolutamente desconcertados diante daquilo que Jesus lhes ensinava e pedia através das parábolas da ovelha perdida, da moeda extraviada, do filho empobrecido, do administrador despedido e do rico egoísta e esbanjador. Eles se dão do quanto a fé deles é insuficiente e inadequada.

Assustados com aquilo que Jesus ensina e faz, os discípulos/as pedem para que ele aumente a fé deles. Depois de ilustrar a força (e não a quantidade) da fé, Jesus apresenta a metáfora da semente de mostarda e conta a parábola de hoje. A história é muito verossímil, pois trata de uma experiência amplamente conhecida e tolerada no mundo escravagista antigo: o escravo deve tudo ao seu dono, e não pode reivindicar nenhum direito.

Jesus não elogia o patrão, nem compara Deus com um proprietário de escravos. O foco é a atitude de serviço e gratuidade que deve caracterizar todas as dimensões da vida dos discípulos/as. A fé é obediência e serviço ativo e desinteressado, sem a pretensão de cobrar vantagens, dividendos e méritos. A fé nos faz incansáveis no serviço aos outros, não significa apenas esperar um milagre.

Assim foi Jesus, ele espera que sejamos nós, seus discípulos e discípulas. O Concílio Vaticano II já dizia que a fé ilumina a nossa inteligência para que sejamos capazes de criar soluções concretas para os problemas humanos concretos. A fé não pode ser reduzida na aceitação resignada de uma doutrina, ou na crença desesperada que Deus poderá fazer um milagre.

É verdade que há situações para as quais não visualizamos nenhuma solução, e diante delas nos sentimos impotentes e derrotados/as. Nesses casos, depois de tentar tudo, podemos dizer: “Fizemos o que devíamos fazer. Somos dispensáveis!” E continuar a busca de sentido para viver e forças para continuar a lutar.

Amoreiras a impedir a construção de um mundo fraterno não faltam. Talvez falte uma fé com a força da semente de mostarda, aquela consciência de que o tesouro do reino de Deus vale todo risco.

 (Itacir Brassiani msf)

 

“Sereis minhas testemunhas” (At 1, 8)

Quando o mais obscuro dos pregadores, dos catequistas ou dos pastores, no rincão mais remoto, prega o Evangelho, reúne a sua pequena comunidade ou administra um Sacramento, mesmo sozinho, ele perfaz um ato de Igreja e o seu gesto está certamente conexo, por relações institucionais, como também por vínculos invisíveis e por raízes recônditas da ordem da graça, à atividade evangelizadora de toda a Igreja” Papa Francisco, Mensagem para o Dia Mundial das Missões, 2022).

Leitura Orante do Evangelho

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e para fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade.

O Papa Bento XVI diz que “ouvir juntos a Palavra de Deus, praticar a Lectio Divina, deixar-se surpreender pela novidade do Evangelho, superar a surdez àquilo que não está de acordo com nossas opiniões ou preconceitos, é um caminho para alcançar a unidade da fé, como resposta à escuta da Palavra”.

Em tempos nos quais o amor ao próximo e a precaução com a saúde impõem restrições à convivência e à movimentação social, a Leitura Orante é um modo de ir além da simples assistência de celebrações virtuais e uma forma evitar que este seja um tempo pesado e estéril.

Os textos propostos aqui são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. Pessoas e grupos que desejarem, podem escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, seja preparado um roteiro e se evite escolher apenas os textos que agradam mais.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis, produza bons e abundantes frutos para a vida do mundo.

Missionários da Sagrada Família

https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS

(http://itacir-brassiani.blogspot.com/)

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