Ano C Roteiro de
Leitura Orante do Evangelho Nº 903
Dia 12/10/2022 | Quarta-feira
| Festa de Nossa Senhora Aparecida
Evangelho segundo
João (2,1-11)
(1) Coloque-se em atitude de oração
· Escolha
um momento adequado e tranquilo/a para a meditação
· Escolha
o lugar no qual você não seja interrompido/a
· Busque
uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se
· Acenda
uma vela, e tome a bíblia em suas mãos
· Tome
consciência de si mesmo/a e do tempo que vivemos
· Faça
silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
· Prepare-se
cantando “Ensina, Maria, tua gente a escutar” (Aqui: https://www.youtube.com/watch?v=-bCavoGjNyM)
(2) Leia o texto da Palavra de Deus
· Leia
com toda a atenção o texto de João 2,1-11
· Leia
o texto em voz alta (se achar necessário e for possível)
· Com este texto de João, a Igreja quer iluminar a
solenidade de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil
· João nos apresenta a Mãe de Jesus presente na vida
do seu povo, partilhando suas alegrias, atenta às suas necessidades
· Maria não chama a atenção sobre si, mas sobre a
tragédia que ameaça arruinar a alegria do seu povo e sobre a Palavra de Jesus
· E nos ensina que a solução para as crises e
carências que ferem está em fazer o que Jesus fez e pede que façamos
· É importante situar Maria no seu lugar na história
da salvação: aquela que nos dá o Filho de Deus e aponta sempre para ele
·
O que a Palavra de Deus
diz em si mesma, o que está escrito?
(3) Medite a Palavra de Deus
· Procure
perceber o que a Palavra de Deus lida e meditada diz a você hoje, qual é seu
sentido nesse momento da vida?
· O que Maria disse silenciosamente ao Brasil que
escravizava os negros quando encontraram sua imagem de cor negra?
· O que Maria está dizendo hoje, quando a
indiferença, intolerância e a violência contra negros, indígenas, migrantes e outras
minorias brotam por todos os lados?
· Daquilo que Jesus fez e pede que façamos, o que é
indispensável para resgatar a dignidade dos marginalizados e oprimidos?
· Se achar oportuno e for possível, leia as
“pistas” (página 3)
(4) Reze com o texto lido e meditado
· Tome
consciência de que este texto é Palavra de Deus
· Depois
de escutar atentamente, agora é sua vez de falar
· Não
mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
· Permita
que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
· Não
se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas
· Procure
perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus
· Reze a Ave Maria, recordando as cenas evangélicas
às quais se referem e deixando que cada palavra da oração ressoe profundamente
em você
(5) Contemple a vida à luz da Palavra
· Procure
contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus
· Busque
meios para colocar em prática o que Deus lhe fala
· Perceba
o que você precisa mudar a partir dessa meditação
· Responda:
O
que Deus está pedindo que eu mude ou faça?
· O que poderíamos fazer para evitar que Nossa
Senhora Aparecida seja capturada pelo nacionalismo estreito e doentio?
(6) Retorne à vida cotidiana
· Recite
o Pai Nosso e a Ave Maria
· Recite
a invocação: “Jesus, Mestre da compaixão, ajuda-nos a encarnar na vida todas as tuas
belas lições”
· Assuma
um compromisso pessoal de conversão e mudança
· Ouça e reze com a canção “À Senhora de
Aparecida” (Aqui: https://www.youtube.com/watch?v=QNnU8jCfC9k)
· Assuma
um compromisso pessoal de conversão e mudança
· Feche
a bíblia, apague a vela e encerre seu momento de oração
Breves notas sobre João 2,1-11
Este casamento narrado pelo evangelho
de João é um entre tantos casamentos que aconteciam no tempo de Jesus, e Caná é
um lugar insignificante. Mas Jesus, seus discípulos, seus parentes e sua mãe
estavam lá, o que confere notável importância à cena. A mãe de Jesus percebe a
carência e avisa o filho. Seu olhar é justo e adequado, e não manifesta ironia
ou crítica.
Notar que o vinho acabou significa
perceber a esterilidade da velha aliança e o esgotamento da fora salvífica do
templo, revelar que a crise entre o povo e Deus chegara ao seu ápice. Na
observação de Maria ressoa a voz desolada de um povo inteiro que percebe que a
alegria da aliança está se exaurindo e as lideranças não se dão conta.
Respondendo à mãe com o substantivo “mulher”, Jesus parece não dar importância
pública aos laços de parentesco.
Maria é uma mulher totalmente seduzida
pelo mistério de Deus e do seu Reino. A ele e à sua vontade havia dado seu
consentimento quando da anunciação pelo anjo. Ela nos ensina que, para ser
discípulos/as de Jesus, é necessário aderir a ele, aprender com ele, e fazer o
que ele pede. É preciso passar da nossa vontade à vontade de Deus, permitir que
nossa vida seja radicalmente transformada.
Atendendo a sugestão da mãe, Jesus
lança mão de seis jarras de pedra (imagem que nos remete à Lei e o número aos
seis dias da criação), mas aparentemente não faz nada. Os serventes fazem sem
demora e sem questionamento o que Jesus pede, e a água acaba misteriosamente
transformada em vinho. Fazendo isso, Jesus se revela como o verdadeiro noivo, e
é a humanidade inteira que se beneficia das antigas promessas. Em Jesus, Deus
faz aliança com a humanidade e comunica a ela a vida abundante.
Maria é mediadora desse milagre que
garante a continuidade da festa da vida, e isso é confirmado em todas as suas
manifestações reconhecidas pela Igreja. Assumindo a pele negra dos negros
escravizados, Maria proclama, sem palavras mas com eloquência, a dignidade
deles. E ainda hoje convoca o povo brasileiro a se unir em torno da defesa das
pessoas e grupos sociais marginalizados.
(Itacir
Brassiani msf)
“Sereis minhas
testemunhas” (At 1,
8)
“Ao anunciar aos
discípulos a missão de serem suas testemunhas, Cristo ressuscitado prometeu
também a graça para uma tão grande responsabilidade: «Recebereis a força do Espírito Santo e sereis minhas testemunhas».
Com efeito, segundo a narração dos Atos dos Apóstolos, foi precisamente a seguir à descida do Espírito Santo sobre os
discípulos de Jesus que teve lugar a primeira ação de testemunhar Cristo,
morto e ressuscitado, com um anúncio querigmático: o chamado discurso
missionário de São Pedro aos habitantes de Jerusalém” (Papa Francisco, Mensagem para o Dia Mundial das Missões, 2022).
Leitura
Orante do Evangelho
A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e para
fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente
ou em família, em grupo ou em comunidade.
O Papa Bento XVI diz que
“ouvir juntos a Palavra de Deus, praticar a Lectio Divina,
deixar-se surpreender pela novidade do Evangelho, superar a surdez àquilo que
não está de acordo com nossas opiniões ou preconceitos, é um caminho para
alcançar a unidade da fé, como resposta à escuta da Palavra”.
Em tempos nos quais o
amor ao próximo e a precaução com a saúde impõem restrições à convivência e à
movimentação social, a Leitura Orante
é um modo de ir além da simples assistência de celebrações virtuais e uma forma
evitar que este seja um tempo pesado e estéril.
Os textos propostos aqui
são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. Pessoas e grupos que
desejarem, podem escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, seja
preparado um roteiro e se evite escolher apenas os textos que agradam mais.
Que a Palavra de Deus
encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos
inesperadamente difíceis, produza bons e abundantes frutos para a vida do mundo.
Missionários
da Sagrada Família
https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS
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