Jesus abre nossos
olhos e nos faz discípulos
900 | 17 de novembro
de 2025 | Lucas 18,35-43
O episódio narrado no evangelho de hoje está
situado no caminho de Jesus a Jerusalém, depois da parábola do fariseu e do
publicano, após a apresentação das crianças como modelo para os discípulos e do
anúncio de Jesus sobre sua rejeição e morte que sofreria, em Jerusalém, nas
mãos das autoridades religiosas.
Próximo a Jericó, um cego está mendigando à beira da estrada. Como a
cidade estava nas proximidades de Jerusalém, a presença de pessoas que pediam
esmolas aos peregrinos era frequente. Percebendo um crescente rumor de gente
que se aproxima, o cego pergunta o que está acontecendo. Ele já ouvira algo
sobre Jesus, e quando lhe dizem que é “Jesus Nazareno” que passa, solta seu
clamor, sem constrangimento.
Sua palavra é um pedido, e seu pedido é um grito de quem pede socorro:
“Jesus, filho de Davi, tem piedade de mim!” O cego e mendigo não leva em conta
as advertências das pessoas que acompanham Jesus, e, mesmo com a advertência
delas, não se cala. Ainda que seja cego, ele reconhece naquele profeta
itinerante e suspeito o Messias enviado por Deus, o esperado filho de Davi,
rejeitado pela própria família.
O grito do cego é expressão de fé, de tenaz e perseverante confiança de
que Jesus Nazareno, o Filho de Davi, é movido por entranhas de compaixão, e vem
para abrir os olhos aos cegos. Jesus vê a situação daquele “resto de gente”, assim
como a dor e a força que suscitam seu grito. Por isso, interrompe sua caminhada
e pede que tragam o cego a ele. Um cego e mendigo interrompe a marcha de filho
de Deus!
Interrogado sobre o que deseja do mais profundo da sua atribulada
existência, o cego diz o óbvio: “Senhor, eu quero enxergar de novo...” Neste
caso, enxergar é mais do que ver: é reconhecer a presença de Deus nos homens e
mulheres, reconhecê-los como irmãos, crer na vontade libertadora de Deus e
colaborar com ela.
Jesus não é um
messias poderoso, mas um profeta compassivo com os pobres e necessitados. Ele
ensina e demonstra que a fé e confiança nele e na sua Palavra têm força
iluminadora, transformadora, libertadora. A fé a confiança exemplares do cego
está na raiz da cura. Mas a salvação vai além da cura, e se traduz no
seguimento agradecido de Jesus. E esse testemunho vivo é Evangelho que alegra a
humanidade.
Sugestões para a meditação
§ Imagine-se à beira da estrada, na periferia de Jericó, em
meio a esta cena, interagindo com os diversos personagens
§ Perceba a situação do cego mendigo, seu grito de socorro, o
desprezo dos que seguem Jesus, o diálogo com o mendigo, a mudança radical da
situação
§ Qual é a intensidade da sua confiança e sua fé em Jesus, o
homem de Nazaré, e o que você pede insistentemente a ele?
§ Em que medida a ativa e solidária compaixão de Jesus pelas
pessoas vulneráveis atrai e sustenta sua caminhada de fé?
Um comentário:
Belíssima reflexão!
Postar um comentário