A missão de ser sinal do amor de Jesus não tem horário nem agenda | 601 | 23.01.2025 | Marcos 3,7-12
Ontem vimos Jesus pedindo que estendamos a mão para que sejamos
curados, para que nossa mão se abra para servir gratuitamente a quem precisa,
para lutar por causas justas e humanas. Mas ele espera também que tenhamos a
corajosa liberdade de enfrentar e desmascarar os sistemas que oprimem os
pobres, inclusive aqueles que dominam usando o nome de Deus. Infelizmente,
estes últimos se multiplicam.
Percebendo
que os fariseus se coligavam aos herodianos para articular sua morte, Jesus
toma distância da cidade e se refugia com seus discípulos à beira do mar. Mas
isso não significa que abandone ou diminua seu ministério profético e
libertador. Uma multidão de gente estropiada e quebrada, vinda do Norte e do
Sul, do Leste e do Oeste, busca Jesus porque ouviu falar da sua compaixão e vê
nele a última esperança. E sua missão continua.
No
episódio de hoje, porém, Jesus não realiza nenhum gesto específico de cura ou
libertação. O evangelista nos oferece apenas uma síntese das suas múltiplas
ações emancipadoras: Jesus curou muitas pessoas, e aquelas que sofriam de algum
mal procuravam tocá-lo; as pessoas eram libertadas dos espíritos maus e
readquiriam a liberdade, a autonomia e a autoconfiança; a atuação de Jesus é
limitada e local, mas sua compaixão é universal.
Na
verdade, depois de atender as necessidades urgentes de muita gente, Jesus
começa a se ocupar mais com o ensino e a formação dos seus discípulos. Ao redor
dele, aparecem claramente dois diferentes grupos: as multidões, que nele buscam
ajuda e socorro; os discípulos, que o seguem como a um mestre. E Jesus pede uma
barca para ele e seus discípulos, e, de dentro da barca, ensina o povo.
Marcos diz que, à simples vista de Jesus, os
espíritos maus – atuantes nos escribas, que dominavam e despersonalizavam as
pessoas pela ameaça e pelo medo – caem a seus pés gritando quem era Jesus. Mas
Jesus não confia nas declarações vindas de quem está contra ele e luta para
manter seu campo de influência. Os escribas, sabendo quem é Jesus, o têm como
uma presença.
Meditação:
§ Contemple a cena e as palavras: os personagens; a retirada
de Jesus e seus discípulos; a multidão necessitada que o procura
§ Procure perceber, à luz dos textos anteriores, qual
poderia ter sido o ensino de Jesus às multidões, à beira do mar
§ O que você busca em Jesus hoje: uma cura ou um benefício,
ou um caminho de conversão ao Reino de Deus?
§ De que modo nós e nossas comunidades eclesiais podem levar
adiante a missão de libertar e formar discípulos/as?
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